Posts Recentes

Os nossos melhores do ano de 2017

26 dezembro 2017


Olá acompanhantes do blog Anne & Cia. Mais um ano estamos finalizando e que alegria não é mesmo? Me lembro no começo de tudo, lá em 2014..E caramba, já estamos em 2017! Esse ano o nível de leituras foi menor que o ano passado, pelo menos para mim, Anne. No entanto, eu li bastante coisa muito legal e incrível e gostaria de compartilhar com vocês! MAS, não estou sozinha nessa. Nesse post, as colaborados desse cantinho lindo, também vão contar quais foram os livros favoritos delas no ano. 

Os livros favoritos da Anne

  • Outlander: a viajante do tempo: talvez esse tenha sido o livro que me fez ficar mais dolorosamente viciada na leitura. Eu já havia visto a série de TV, então ler esse livro foi como reencontrar meus personagens favoritos, mas eu não esperava que seria tão bom! Eu sempre fui uma fã de viagens no tempo e fantasia, então esse livro me traz justamente essas duas coisas que eu amo. Além disso, a autora escreve muito bem, me deixou completamente extasiada!
  • Unfiltered: no shame, no regrets, just me: eu nunca imaginei que a biografia da Lily Collins fosse ser uma das minhas melhores leituras, mas foi. Foi muito importante para mim, porque ela conversou comigo e eu entendi tudo o que ela quis dizer, me deixando com o sentimento de pertença, de que não estou sozinha no mundo.
  • Corte de asas e ruínas: eu nem sei o que dizer com esse livro, porque ele foi o meu favorito do ano em tantos sentidos. Ver meus personagens favoritos encerrando um ciclo, foi a coisa mais linda do meu ano. 
  • O Muro: doeu ler, doeu ver as ilustrações, mas foi o melhor quadrinho sobre depressão e solidão que eu li na vida. Me faltam palavras, apenas isso.
  • Pequenas Grandes Mentiras: um livro incrivelmente bem escrito e envolvente, com um mistério maravilhoso e personagens incríveis. Além do livro ter tratado sobre várias questões pertinentes, ele ainda me deixou extasiada com o ritmo da narrativa.
  • The Hate u Give: eu ainda não consegui dizer o que eu senti lendo esse livro, porque ele foi tão importante pra mim, para eu entender muita coisa sobre mim e meus privilégios, além de entender mais sobre a comunidade negra. 
Os livros favoritos da Mari

  • Too Late, da Colleen Hoover:  Eu sei que vocês não me aguentam mais vindo aqui falar da CoHo, porém essa mulher é incrível e sempre me surpreende. Este livro é diferente de todos os outros da autora, talvez até um pouco ''dark''. O que mais me cativou nele é a forma em que a autora aborda temas de extrema importância, como por exemplo, a violência doméstica de forma tocante e bastante real.
  • Mentirosos, da E. Lockhart: "Mentirosos" ficou parado na minha estante por meses e, meu deus, como me arrependo disso! Este livro traz uma trama completamente diferente do eu imaginava e de tudo que já li. De certa forma, me causou bastante impacto, abordando temas como: "Até que ponto o dinheiro pode lhe proporcionar felicidade?'', a importância de laços familiares e amizades verdadeiras.
  • It Ends With Us, da Colleen Hoover:  Se ''It Ends With Us'' não foi o melhor livro que já li, sem dúvidas, é um deles. Impactante, comovente e realista. É difícil descrever essa história e tudo a que envolve, mas uma coisa é certa: você deve o ler.
  • Apenas Uma Garota, da Meredith Russo: Este livro me tirou completamente da minha zona de conforto, desde que eu nunca tinha lido um livro com uma personagem transexual e, melhor ainda, escrito por uma autora transexual - o que dá maior propriedade à história. Confesso que foi uma das minhas melhores experiências como leitora!
  • Talvez Um Dia, da Colleen Hoover: foi um livro que despertou em mim amor e ódio ao mesmo tempo, mas ainda assim, o amor se sobressaiu. Apesar de a autora trazer para o livro um triângulo amoroso, que de certa forma, não me agrada, ela conseguiu me conquistar trazendo para sua história Ridge, um protagonista surdo e, pasmem: músico. Achei a proposta da autora diferente e bastante envolvente.
Os Livros Favoritos da Amanda


  • A linguagem do amor, de Lola Salgado: poderia ser apenas um clichê de romance entre aluna e professor, mas foi muito mias do que isso. Foi uma história incrível, romântica de verdade e com cenas reais. Além disso, é uma autora nacional e acho importante ressaltar.
  • Tartarugas até lá embaixo, de John Green: Esse dispensa comentários. John Green voltou com tudo nessa história e merece ser aplaudido por tratar a realidade de uma adolescente com uma doença de forma tão realista.
  • Agora e para sempre Lara Jean, de Jenny Han: O último livro da trilogia da Lara Jean, e ainda assim, eu tenho esperanças que a autora escreva mais sobre a Lara Jean. O romance que me deixou com gostinho de saudade e quero mais, foi muito bom acompanhar a história das irmãs Song, foi de deixar o coração quentinho.
  • Minha Lady Jane, de Cynthia Hand, Jodi Meadows e Brodi Ashton: O livro que mais me surpreendeu nesse ano. Jamais pensei que fosse entrar para os meus favoritos. Fantasia, romance, comédia e aventuras foi o que eu vivi com essa história.
  • Billy e Eu, de Giovanna Fletcher: Definitivamente, a família Fletcher ganhou o meu coração. Esse foi mais um romance maravilhoso, que começou bem despretensioso e foi tomando rumos inesperados, deixando a história cada vez melhor e mostrando que a força de uma mulher. Depois de terminar de ler essa história, eu já queria ler todos os livros da autora. Recomendo que leia também os livros do Tom Fletcher. E em 2018, a irmã de Tom, a Carrie Fletcher, entrará para a minha lista de leituras.
Os Livros Favoritos da Marjorie

  • Só Os Animais Salvam, de Ceridwen Dovey: Foi a primeira resenha que escrevi para o blog e um livro que se tornou muito especial para mim, entrou para lista dos meus favoritos. Os animais nos ensinam empatia, com isso eles nos ensinam a sermos seres humanos melhores.
  • O Chamado do Monstro, de Patrick Ness: Um livro tão forte e delicado, li em uma fase de luto e creio que ele é perfeito para tal estado, dando o que realmente precisamos: nada mais que aceitação. Aceitar a morte do outro e aceitar todos os sentimentos ruins que isso envolve. Apesar do tema, é um livro lindo.
  • Edgar Allan Poe - Medo Clássico: Alguns dos melhores contos do Poe em um livro com uma arte belíssima. Reli alguns contos e ainda senti a magia da escrita desse autor que sou muito fã. Livro de cabeceira, para ler e reler sempre.
  • Brutal, de Luke Delaney: Fazia tempo que não lia suspense policial. Esse é o primeiro livro da saga e estou para começar o segundo. É aquele tipo de livro que você devora pois quer saber logo o final, e no final tem um plot twist gigante!
  • Eleanor Oliphant Está Muito Bem, de Gail Honeyman: Minha última resenha deste ano aqui no blog. Um livro que me impressionou muito. Eu desprezei odiei e amei a senhorita Oliphant (como ela gosta de ser chamada, sem intimidades por favor). Leva a reflexões sem frases de efeito, ensina o quanto é importante aprender a nos aproximarmos de algumas pessoas e de outras afastar. Nos instiga a olhar para dentro, a valorizar nossa saúde mental. 
Os Livros Favoritos da Karen

  • Corte de Névoa e Fúria: Não tenho palavras para descrever o que foi ler este segundo volume da série. A evolução da história, de Feyre e Rhys me envolveram em uma caixa de amor e só percebi o quanto o livro mexeu comigo quando as lágrimas estavam no meu rosto enquanto lia.
  • Mistborn - O Império Final: Este livro foi uma indicação maravilhosa, foi muito bom sair da minha zona de conforto e ler um calhamaço como esse. Uma fantasia totalmente diferente e com elementos fantásticos. Que escrita! Que história!
  • Six Of Crows: Começo dizendo que apesar da história se passar no mesmo mundo da outra série da autora, Trilogia Grisha, esse livro foi imensamente superior em todos os aspectos. A evolução da escrita e forma como conduzir o enredo é nítida! 
  • Uma Dama Imperfeita: Apesar da lista de melhores do ano conter mais fantasias, um Romance de Época não poderia faltar. A autora nacional Lucy Vargas sabe como emocionar com suas histórias e personagens cativantes.
  • Misery: Eu morria de vontade de ler algo do Stephen King e decidi que Misery  série minha primeira experiência com o autor. Uma experiência que não poderia ter sido melhor. King consegue envolver com sua forma de escrita e criou uma história que me deixou ansiosa do início ao fim.
Os Livros Favoritos da Carol:

  • O Conto da Aia, de Margaret Atwood: Esse ano foi o ano de Margaret Atwood para mim, e ter tido a oportunidade de conhecer sua escrita através deste livro foi incrível, além da belíssima adaptação da obra feita pela Hulu. “O Conto da Aia” já tem resenha aqui no blog, assim como “Vulgo Grace”, também da autora, e com certeza pretendo ler mais obras de Atwood daqui pra frente que tem tudo para se tornar uma das minhas autoras favoritas da vida.
  • O Vilarejo, de Raphael Montes: Outra grata surpresa foi conhecer a escrita de Raphael Montes e ter a felicidade e orgulho de um autor nacional que escreve suspense policial e terror e escreve muito bem! Além de tudo, conheci o autor na Feira do Livro de Joinville deste ano e ele foi incrivelmente querido comigo, o que me fez admirá-lo ainda mais. “O Vilarejo” é um livro de contos curtinhos, que se intercalam entre si de forma muito inteligente e surpreende. Também com resenha aqui no blog.
  • Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo, de Benjamin Alire Sáenz: Esta foi uma leitura que fiz bem no início de 2017 e é o tipo de livro que te faz sofrer, mas no fim dá um quentinho no coração e te faz ter mais esperança no amor, além de fazer refletir sobre aspectos da sua vida pessoal. E adivinhe só? Esta foi a primeira resenha  que fiz aqui no blog.
  • Jogador Nº 1, de Ernest Cline: Não podia faltar um pouco de fantasia na minha lista, e o livro “Jogador Nº 1” vem pra representar isso muito bem. Não esperava que fosse me envolver e gostar tanto da história e dos personagens desta obra, mas me vi surpreendida positivamente e tendo uma experiência de leitura muito boa. Ano que vem está saindo a adaptação do livro para o cinema através das mãos de Steven Spielberg, que acredito que será fantástica. Além de tudo, recentemente o autor revelou estar pensando em uma continuação para a história. Não sei se isso vai ser bom ou não, mas, enquanto isso, você também pode conferir a resenha do livro aqui no blog.
  • O Sol Também é uma Estrela, de Nicola Yoon: O único livro da minha lista que não possui resenha no blog, mas foi uma leitura muito gostosa que fiz durante esse ano e me cativou bastante. Outra obra que dá a sensação de quentinho no coração e que fala sobre como todos os dias de nossa vida são decisivos e que muitas vezes passamos por coisas que não entendemos no momento, mas, uma hora ou outra, tudo toma seu lugar de direito no universo.

Os Livros Favoritos da Ana

  • Outlander: Outlander tinha de estar na minha lista de favorito e acredito que esteja na lista da maioria das pessoas que embarca na jornada de ler esse calhamaço. A minha relação com o livro foi de amor e ódio. Mas, mesmo nos momentos de ódio, eu não conseguia e nem queria parar de ler. A curiosidade faz com que você não consiga deixar o livro de lado e você passa a querer saber exatamente quais serão os próximos passos da Claire e o que a sorte vai trazer – ou deixar de trazer - pra vida dela também.  Termino o ano morrendo de vontade de ler a continuação e tenho certeza que a leitura vai ser tão agradável e viciante quanto o primeiro livro. 
  • Maus: Maus é um quadrinho escrito por Art Spiegelman. Nele, o autor conta a história do próprio pai durante a segunda guerra mundial. Conforme fui lendo, fiquei extremamente chocada com algumas atrocidades que não sabia que aconteciam naquela época. O quadrinho chega a ser uma aula de história e tem diversos momentos extremamente emocionantes. É, com certeza, a minha indicação número um de quadrinho. 
  • Homem Comum: Homem Comum é uma obra do autor americano Philip Roth e trata diversas questões, sendo a principal a mortalidade do homem e como ele encara a sua efemeridade no mundo. O próprio título do livro sugere um homem normal, sem grandes diferenciais para se destacar e é exatamente o que o personagem principal é. É também o motivo pelo qual gostei tanto da obra: porque o narrador era uma pessoa tão comum, que cometeu erros e acertos no decorrer da sua trajetória, consegui me identificar e sofrer junto com os arrependimentos que lhe acometeram no final da vida.
  • O Ano em que disse Sim: O Ano Em Que Disse Sim foi escrito pela roteirista Shonda Rhimes. Eu sou muito fã do trabalho dela e, ao ler a obra, me senti ainda mais conectada a sua história. Principalmente porque ela se provou ser uma mulher não só muito talentosa, como também guerreira e forte. Foi uma leitura extremamente revigorante e, hoje em dia, me sinto inspirada por ela. Quando ela assume o risco de dizer sim para coisas que antes não diria, passa a enfrentar seus medos e a viver momentos diferentes e únicos. Terminei o livro com um sensação positiva e uma força a mais.  
  • Unfiltered: no shame, no regrets, just me: Esse foi um dos meus últimos livros lidos em 2017 e eu já sinto um carinho enorme por ele. Acho que isso aconteceu pelo fato da Lily Collins realmente colocar tanto dela ali e mostrar sua trajetória e essência. Ela foi tão verdadeira que eu acredito que a maioria dos leitores vai sentir um carinho e uma vontade enorme de dar um abraço nela. Além disso, foi uma leitura super rápida e que fluiu muito bem.

A ascensão do mal, de Danielle Paige

23 dezembro 2017



A ascensão do mal é a continuação do livro Dorothy tem que morrer. Narrado em primeira pessoa, com o ponto de vista da protagonista, Amy Gumm.

Amy continua em sua caçada à Dorothy e segue passando por diversas aventuras.
Ela já sabe que precisa remover o coração do homem de lata, roubar o cérebro do espantalho e tomar a coragem do leão.

Senti a magia em todos os poros, em cada pelo dos meus braços. Eu a sentia na ponta dos meus cílios. Estava vibrando com ela quando o Leão veio para cima de mim com um rugido alto o suficiente para rachar o mundo.


As bruxas malvadas querem usar Amy como uma arma para conseguirem matar Dorothy. Mas Amy não segue muito bem o plano. Dorothy continua viva. Amy precisa manter Oz a salvo e descobrir como vencer essa batalha para Dorothy morrer.


Revelação: eu meio que sou uma bruxa. Revelação completa: sou uma péssima bruxa. Não péssima no sentido de malvada, mas, ei, talvez eu seja malvada também. Quem sabe?


A história vai fluindo aos poucos e Amy vai em uma crescente da sua personalidade. Temos alguns mistérios revelados e o toque de fantasia e magia deixa a história como um verdadeiro reconto.



O segundo volume não foi tão bom quanto o primeiro. Acho que por muitas vezes, o volume dois de uma série é bem assim, pois vai abrindo novos caminhos para a história. Além do mais, fica complicado escrever mais sobre o livro sem soltar spoilers.

Victoria e o Patife, de Meg Cabot

18 dezembro 2017


Parece que esse foi o meu primeiro romance de época lido. É, eu nunca li romance de época antes e tenho certeza que esse livro é bem diferente das histórias de Julia Quinn e Lisa Kleypas (são as que ouço serem mais indicadas).

Victoria ou Lady Victoria Arbuthnot é uma adolescente de 16 anos que saiu da Índia com 40 mil libras de herança e foi morar na casa dos seus tios na Inglaterra. Durante a viagem da Índia à Inglaterra, a bordo do navio Harmonia, Vicky conhece o atraente e sedutor Lorde Malfrey ou Hugo Rothschild. Logo, o Lorde se interessa pela Lady e em pouco tempo, durante a viagem, a propõe em casamento. Meio absurdo, mas naquela época o casamento acontecia bem mais cedo, e Victoria aceitou, mesmo tendo que se separar do Lorde por um curto período, pois ele desembarcaria em Portugal para tratar alguns assuntos e Vicy continuaria sua viagem para as terras inglesas.

...A visão do lorde louro e alto quase sempre a deixava com as bochechar coradas - sem falar da curiosa palpitação que sentia no pulso. Ele era muito bonito. Que mulher não ficaria ruborizada ao ser notada por um homem tão charmoso?

Ainda no navio, conhecemos o Capitão Carstairs, um oficial da marinha, que adora provocar Victoria, chamando-a de Srta. Abelhuda.

Mas que chatice! Como era cansativo esse Jacob Carstairs! Desde que embarcara no Harmonia seis semanas atrás no Cabo da Boa Esperança, sempre aparecia nos momentos mais inoportunos, por exemplo a toda hora que ela e o conde encontravam um raro instante a sós.

Então, Lady Victoria chega a Inglaterra, já com a notícia que dará aos seus tios que irá se casar. Na verdade, de início ela não quer contar a eles, pois não quer escutar muito "blá-blá-blá" de que não deveria se casar ainda, e é aí que Jacob conta aos tios de Victoria e ela escuta sim toda a ladainha.
Mesmo assim, Victoria é determinada e está disposta a seguir com o casório, aguardando o seu amado Lorde Malfrey retornar.

Além de todo o enredo do casamento, Vicky trabalha em ajudar a melhorar a família com que ela está morando, ensinando os criados a fazerem melhores comidas e como se portar, ensinando o tio a conversar mais, ajudando sua prima Rebecca a também encontrar o seu amor e casar-se. Todo o foco é na vida de Victoria e em saber quem é o verdadeiro patife nessa história.

Afinal, tanto o amor quanto o ódio são emoções muito fortes, então naturalmente incitam reações também intensas.

O começo dessa história estava bem arrastado e eu achei que não fosse conseguir terminar, talvez a narração em terceira pessoa e os poucos diálogos tenham impactado na fluidez da história. Victoria se mostra uma garota muito chata, ela acha que sempre está certa e quer que as pessoas façam as coisas do jeito dela. Mas ao mesmo que ela é chata, ela tem uma personalidade muito forte, poderia dizer que ela traz um lado Girl Power, Vicky tem a sensibilidade de querer ajudar todas as pessoas e lutar contra muitos costumes da época.

Bom, depois de a história se encaminhar, com muitas cenas previsíveis, vai ficando melhor e mais interessante de se ler, justamente devido as atitudes positivas que eu citei anteriormente da Srta. Abelhuda. No final eu gostei bastante do livro, acho que quem já é acostumado a ler romances de época vai gostar, e acredito que não seja um bom livro para iniciantes desse estilo, mas não sou a melhor pessoa para falar sobre romances de época, como mencionei no início esse foi o meu primeiro. Ainda assim, acho uma leitura muito válida, principalmente (repetindo, porque essas cenas foram muito boas) devido a autora querer mostrar essa mensagem de ajudar e quebrar preceitos sobre as mulheres.

Dessa vez vou deixar uma nota: 3,5/5 (bom).

Vulgo Grace, de Margaret Atwood

14 dezembro 2017



Originalmente chamado de “Alias Grace”, mesmo nome dado à produção original da Netflix baseada no livro, este é outro romance escrito por Margaret Atwood e publicado no Brasil pela editora Rocco. Se você não se lembra da autora, ela é a mesma cabeça por trás de “The Handmaid’s Tale” (“O Conto da Aia”), também publicado pela editora Rocco, e que já tem resenha aqui no blog fazendo um paralelo entre o livro e o seriado produzido pela plataforma de streaming Hulu.


Porém, diferentemente de “O Conto da Aia”, que é totalmente ficcional (em certos níveis), Vulgo Grace é baseado em um caso real de uma jovem canadense que no ano de 1843 foi acusada e condenada pelo assassinato de seu patrão e sua governanta, quando tinha apenas 16 anos, apesar disso, esta história traz uma carga emocional bem menor do que a da República de Gilead. Este caso foi amplamente documentado nas vias de comunicação da época no Canadá, Estados Unidos e Inglaterra, e foi esse material, aliado a livros de memórias e pesquisas em arquivos históricos, que a autora utilizou para “juntar as peças” e criar sua história. Ela mesma conta que tentou ser o mais fiel possível, baseado em sua pesquisa, e apenas onde não existiam registros do que de fato aconteceu ou existiam mais de uma versão para o mesmo ocorrido, ela se permitiu criar algo novo, mas sempre partindo do que seria mais lógico no momento. Ou seja, a presente obra se encaixa muito bem no gênero de romance policial.

A razão para quererem me ver é que sou uma célebre assassina. Ou pelo menos foi o que escreveram. Quando li isso pela primeira vez, fiquei surpresa, porque costumam dizer Canto Célebre, Poeta Célebre, Espiritualista Célebre e Atriz Célebre, mas o que existe de célebre em assassinato? De qualquer modo, Assassina é uma palavra forte para estar associada à sua pessoa. Tem um odor característico, essa palavra, almiscarado e sufocante, como flores mortas em um vaso. (P. 32-33)


A narrativa é feita por vários pontos de vista: pelo de Grace Marks, nossa personagem principal; pelo olhar do Dr. Simon Jordan, médico que acompanha Grace, e também através de cartas trocadas entre vários personagens. Para mim, os capítulos mais interessantes com certeza foram os da própria Grace.


A premissa da história é que Grace, tendo 16 anos e trabalhando como empregada na casa do Sr. Kinnear, juntamente com a ajuda de outro empregado da casa, James McDermott, teriam assassinado a sangue frio tanto seu patrão, quanto a governanta do local, Nancy Montgomery, que diziam ter um caso com Kinnear. Acontece que Grace alega não ter lembranças sobre o ocorrido. A moça e McDermott são levados a julgamento e condenados - ele à pena de morte e Grace à prisão perpétua. Ela escapa do mesmo destino de James apenas porque seu advogado foi esperto o suficiente para convencer o júri de que ela fora seduzida por McDermott devido a sua pouca idade e por ser mulher. Isto e um grupo de pessoas influentes que se organizaram pedindo pela absolvição de Grace, por acreditarem que ela havia sido vítima das circunstâncias e nada tinha a ver com os assassinatos. Ela não fora inocentada, mas condenada à prisão perpétua, o que ao menos lhe daria tempo e chance de passar por um novo julgamento.

É a história de Grace que é sombria; sente-se como se tivesse acabado de sair de um abatedouro. (P. 207)



Através das conversas entre Grace e o Dr. Jordan, somos inseridos na história de vida da moça, desde sua infância e a migração de sua família da Irlanda para o Canadá, até a data do crime. É muito interessante que, mesmo quando estamos lendo os capítulos narrados por Grace e estamos dentro de sua cabeça, o leitor fica intrigado, imaginando se a moça é mesmo culpada ou não e se ela está falando a verdade sobre perder a memória.


A escrita de Atwood mostra-se novamente genial, capaz de nos prender e surpreender até a última página. Exemplo disso é que o crime, que é tão falando durante todo o livro, só é o foco da história na metade de sua narrativa, e pensa-se que até então o livro seja fraco e sem emoções, mas não é nada disso! Mesmo antes do crime entrar em ação, a autora consegue nos cativar com seus personagens e nos faz ter uma empatia e apreço muito grande por Grace Marks, ainda que pensemos que ela seja culpada. Gostei muito da experiência de leitura desta obra e a recomendo a todos!

É estranho pensar que, de todas as pessoas naquela casa, eu era a única que estaria viva dentro de seis meses. (P. 234)



E sobre ela ser ou não culpada, você terá que ler o livro para descobrir e tirar suas próprias conclusões. Ao contrário de “O Conto da Aia”, optei por conhecer a obra literária antes de sua adaptação em seriado. Por isso, talvez eu volte aqui depois para fazer um parâmetro entre o livro e sua adaptação. Você leitor, já leu ou assistiu ao seriado? Conta pra gente nos comentários!

É estranho saber que você carrega dentro de si mesma a vida e a morte, mas não saber qual. (P. 503)

Livro cedido em parceria com a editora.

Eleanor Oliphant está muito bem, de Gail Honeyman

11 dezembro 2017

"Frequentemente parece que não estou aqui, que sou um produto de minha própria imaginação. Há dias em que me sinto conectada de modo tão leve à Terra que os fios que me prendem ao planeta são filamentos delgados fiados de açúcar.
Uma forte lufada de vento poderia me desalojar completamente,
e eu levantaria voo e seria soprada como uma daquelas sementes de dente-de-leão."

Apenas com o título do livro eu já sabia que Eleanor Oliphant não estava nada bem. Por isso, já me interessei por ele. Acredito que quando alguém sempre diz que está muito bem e se sustenta apenas em cima disso, é um claro sinal de que na verdade, nada está bem. Eleanor é uma personagem que você vai desprezar, amar, detestar e que vai te fazer chorar, tudo ao mesmo tempo. Ela está sozinha no mundo porque o mundo não é nada interessante para ela. As regras de convivência da sociedade não fazem sentido nenhum e mesmo assim ela precisa se submeter a isso porque somos de fato, pessoas que sempre precisam de pessoas. É um ótimo livro para ler nesta época de final de ano, época em que estamos mais conscientes, que sonhamos com mudanças, ensina a estreitar laços e desfazer outros. Sim, não só devemos nos reaproximar da família e amigos como nos afastar dos mesmos que nos são tóxicos, que é o caso da mãe de Eleanor. Para quem acha impossível uma mãe ser tão tóxica como mostra o livro, se você achar distante da realidade, leia sobre Dee Dee Blancharde e sua filha Gypsy. Apesar do tema, não é um livro pesado e nele conhecemos Eleanor não só pelas reflexões emocionantes que ela tem, mas também pensamentos frívolos. Com essa narrativa, é como se fôssemos a própria personagem, conseguimos entendê-la e sentir tudo o que ela sente: a dor lancinante, o toque das pessoas, o cheiro de tudo, o prazer de sentir os raios do sol de inverno iluminando o rosto.

Quando o silêncio e a solidão caem sobre mim e a minha volta, esmagando-me, me cortando como gelo, às vezes preciso falar em voz alta, nem que para provar que estou viva.

Eleanor sente essa solidão avassaladora também porque não tem a si mesma, não se conhece, não quer se conhecer. Para se conhecer temos que quebrar portas dos lugares que sempre trancamos dentro de nós mesmos. Temos que mergulhar no passado sem os olhos de um otimista nostálgico, temos que analisar o impacto que cada pessoa que convivíamos teve em nossa vida e personalidade, assim, paramos de ouvir a voz deles e começamos a ouvir a nossa. Porque temos que ser melhores e deixar de ser apenas o que fizeram da gente.

Eu espero que você leia ou dê de presente este livro, como citei, ele é ótimo para essa época em que estamos mais sensíveis e propícios à reflexão.
Eu espero também que você saiba que não está nada bem para assim, conseguir ficar bem.

O Livro do Cemitério, Neil Gaiman


Em minha vida de leitora, eu li poucas coisas do Neil Gaiman, mas ao ver essa edição de O Livro do Cemitério, adaptada para quadrinhos, não pude resistir e solicitei para a Editora Rocco me enviar. Não sabia o que esperar, mas acabei tendo uma leitura maravilhosa.

Bestseller do The New York Times e premiado com as medalhas Newbery (EUA) e Carnegie (Reino Unido), o romance O livro do cemitério, do cultuado escritor Neil Gaiman, ganha versão em quadrinhos adaptada por P. Craig Russell, parceiro de Gaiman em diversos livros, incluindo a versão em HQ de outro clássico do autor, Coraline. O livro é o primeiro de dois volumes que acompanham a trajetória de Ninguém Owens, ou Nin, um garoto como outro qualquer, exceto pelo fato de morar em um cemitério e ser criado por fantasmas. Cada capítulo nesta adaptação de Russell acompanha dois anos da vida do menino e é ilustrado por um artista diferente, apresentando uma variedade fascinante de estilos que dão ainda mais vida à atmosfera ao mesmo tempo afetuosa e sombria da história.



Quando a gente vê o livro, acha que ele é todo macabro, todo de terror, mas se engana quem apenas o julga superficialmente. O Livro do Cemitério traz várias reflexões sob a perspectiva de uma criança, sob o olhar de uma criança e isso realmente deixa o leitor vidrado, a inocência infantil chama a atenção dentro desse cenário. Como a sinopse diz, Nin era um garoto vivo que vivia no cemitério com fantasmas, logo ele não estaria preso lá? Ele queria viver sua vida, mas como se desprender daquilo que ele vivenciou até o momento? Seu nome "Ninguém Owens" é uma forte referência sobre o que o personagem precisará passar. Além disso, o personagem passa por todos os descobrimentos e nós leitores podemos acompanhar seu desenvolvimento.

Por ser uma adaptação em quadrinhos, a leitura foi extremamente rápida, mesmo eu parando várias vezes para apreciar os traços do ilustrador, que conseguiu deixar a história densa, mas com o tom reflexivo, não com o horror do cemitério. As ilustrações conseguiram agregar a história de um modo a formatar a minha cabeça a imaginar realmente os personagens daquela forma, assim como as situações.

Neil Gaiman sempre escreve histórias que nos trazem alguma coisa de relevante, que nos acrescenta, que nos faz pensar. No Livro do Cemitério não foi diferente, com a linguagem simples e a rapidez de um quadrinho, consegui refletir sobre muita coisa, inclusive, ter uma crise existencial, devido a carga pesado que muitas vezes sutilmente o autor joga na nossa cara. A reflexão do estar preso e querer se libertar, mas gostar da onde está preso.

Em suma, a primeira parte dessa adaptação, foi muito satisfatória, me deixando com muita vontade de ler a continuação e saber do final. Leve, fluído e emocionante, são com certeza as palavras que eu descreveria O Livro do Cemitério. Eu indico para todos aqueles que gostam de quadrinhos e tem interesse em ler algo do autor.

Livro cedido em parceria com a editora.


Dias Perfeitos, de Raphael Montes

05 dezembro 2017


Eu tive conhecimento do trabalho de Raphael Montes através do booktube. Vendo resenhas e pesquisando sobre os livros dele, fiquei muito interessada porque são raros os autores nacionais que escrevem ficção a ganharem os holofotes. E o menino ganhou e muitos holofotes, tendo hoje seus romances adaptados a peças de teatro e publicados em vários países pelo mundo, até na Polônia! 


Então surgiu a oportunidade de conhecer de verdade o Raphael. Ele esteve na Feira do Livro em Joinville neste ano e foi lá que além de me interessar ainda mais por suas obras descobri que o cara é incrível, além de muito atencioso com seus leitores. E foi lá também que adquiri meu exemplar de “Dias Perfeitos”. 


Já havia feito aqui no blog uma resenha sobre O Vilarejo, um livro de contos de terror do autor. Porém, a experiência de um romance é totalmente diferente tanto para o escritor quanto para o leitor, claro.


A história é narrada em terceira pessoa e me proporcionou um sentimento de indignação em vários momentos. Mesmo sabendo desde a sinopse como é a personalidade de Téo e ver logo no início da história o quão indiferente ele é aos sentimentos humanos, me peguei em vários momentos o chamando de maluco com muita raiva, de tal forma que se ele fosse um ser humano real e eu o visse na minha frente teria vontade de dar um tapa no rosto dele! 


Sentia-se um monstro. Não gostava de ninguém, não nutria nenhum afeto para sentir saudades: simplesmente vivia. Pessoas apareciam e ele era obrigado a conviver com elas. Pior: era obrigado a gostar delas, mostrar afeto. Não importava sua indiferença desde que a encenação parecesse legítima, o que tornava tudo mais fácil. (P. 12)


Téo encontra Clarice em uma festa, os dois trocam algumas palavras e Clarice o beija. Não porque estava apaixonada, mas porque isso é o tipo de coisa que ela faz. Ela é uma moça segura de si, espontânea e um pouco impulsiva. A partir disso, Téo fica obcecado, a ponto de perseguir e sequestrar a moça com o intuito de se conhecerem melhor e fazê-la se apaixonar por ele. Nada creepy, não é? No início, a impressão que se tem é de que Téo não faz mal por querer, que as coisas vão acontecendo e uma ação leva a outra… Porém, quando você já o conhece bem, você percebe que nenhuma de suas ações são impensadas. Apenas não é de se esperar que ele chegue tão longe quanto chegou…

O garoto cursa medicina e por isso possui conhecimentos e acesso a substâncias que “facilitam” suas ações. Téo também é extremamente manipulador, e por mais inteligente que Clarice seja, em determinado momento fica difícil mesmo para ela distinguir o que é realidade do que é manipulação.


Téo continuava a desprezar a raça humana, mas ao menos agora era um desprezo desinteressado, quase piedoso. Finalmente, sentia amor. (P. 99)

A única razão de eu não ter dado 5 estrelas para esse livro é que fiquei bastante confusa com o final, e mesmo agora, passado já algum tempo da leitura, não consigo definir se essa confusão é positiva ou negativa. Ainda assim, recomendo a leitura deste livro a todos que gostam de suspense e romance policial e a qualquer um que queira conferir por si próprio a diversidade que temos em nossa literatura brasileira.



ISBN-10: 8535924019
Ano: 2014
Páginas: 280
Idioma: Português
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Ficção, literatura brasileira, suspense
Nota: 4,5/5

O Príncipe Corvo, de Elizabeth Hoyt

04 dezembro 2017


O príncipe corvo é uma das principais apostas da Editora Record no ano de 2017. Divulgado e super falado por toda comunidade literária, ganhei esse exemplar e fui ler imediatamente, apaixonada por romances de época que sou. Mas para a minha decepção, a leitura não engrenou como esperado. 

Ao descobrir que o conde de Swartingham visita um bordel para atender suas “necessidades masculinas”, Anna Wren decide satisfazer seus desejos femininos... com o conde como seu amante. Chega uma hora na vida de uma dama... Anna Wren está tendo um dia difícil. Depois de quase ser atropelada por um cavaleiro arrogante, ela volta para casa e descobre que as finanças da família, que não iam bem desde a morte do marido, estão em situação difícil.  Em que ela deve fazer o inimaginável... O conde de Swartingham não sabe o que fazer depois que dois secretários vão embora na calada da noite. Edward de Raaf precisa de alguém que consiga lidar com seu mau humor e comportamento rude.  E encontrar um emprego.  Quando Anna começa a trabalhar para o conde, parece que ambos resolveram seus problemas. Então ela descobre que ele planeja visitar o mais famoso bordel em Londres para atender a suas necessidades “masculinas”. Ora! Anna fica furiosa — e decide satisfazer seus desejos femininos… com o conde como seu desavisado amante.

Comecei a ler a obra com muitas expectativas, visto que muita gente que eu conheço e - confio na opinião - estava gostando. A história não é tão original para quem está acostumado a ler romances históricos, mas aqui temos uma particularidade, nossa protagonista é viúva e acaba se envolvendo em coisas inusitadas, como bordéis. A autora explora as questões do machismo da época, questionando o papel da mulher na sociedade e de como ela pode ser dura com quem foge dos padrões. Temos de um lado uma protagonista decidida e dona de uma personalidade marcante, do outro lado temos o bad boy sem esperanças no amor. 

A premissa deixava claro que seria um romance bem diferente quando Anna cedesse aos próprios desejos e se entregasse para o Conde no prostíbulo. No entanto, a promessa da novidade no romance de época não foi cumprida, porque eu acabei achando bobo o desenrolar do plot da protagonista fingir ser uma prostituta para ter uma noite de sexo com o protagonista. É claro que a história traz a questão inovadora de Anna não ser virgem e também por ser viúva, ou até mesmo ela se tornando secretária, uma profissão que era predominantemente masculina na época. Mas o romance inovador não foi tão inovador assim e acabou me frustrando.

A narrativa do livro foi um pouco lenta, me deixando entediada no começo, me levando a abandonar o livro, mas as cenas de sexo descritas foram muito bem feitas e os detalhes de todo o envolvimento romântico entre os protagonistas também foi um ponto alto para o Príncipe Corvo. Além disso, a autora optou por colocar no começo dos capítulos, um trecho da lenda do Corvo, dando uma maior explicação sobre o próprio título que o livro carrega.

Apesar de ter achado o desenvolvimento dos personagens bom, a história em si não me cativou e por isso não dei mais nota para a obra. Senti que não importou a autora escrever bem e conduzir bem a história, não me envolvi e isso foi o que me desmotivou durante toda a leitura, pois não conseguia engrenar e entrar dentro daquela história.

Em suma, O Príncipe Corvo é um bom livro, traz os elementos típicos de um romance de época, com muita sensualidade. É um livro que eu indico para quem curte o gênero, mas não recomendo ter as expectativas muito altas. E vocês? Já leram O Príncipe Corvo?

Corte de Asas e Ruína, de Sarah J. Maas

30 novembro 2017


Em meio à guerra, é seu coração que enfrentará a mais árdua das batalhas.

Eu não sei nem como começar a falar sobre esse livro ou sobre essa história. Eu não sei se vou conseguir descrever todas as emoções que eu senti lendo e finalizando essa trilogia. Corte de Asas e Ruína é o terceiro livro da série Corte de Espinhos e Rosas, escrito pela autora Sarah J. Maas, e fecha então a história da jornada de Feyre Archeron, a humana que virou grã-senhora e salvou todo um povo com sua bravura e sua determinação. Pelo amor a Rhysand e àqueles que estavam a sua volta.

O terceiro volume da série best-seller Corte de Espinhos e Rosas, da mesma autora da saga Trono de Vidro em “Corte de Asas e Ruína" a guerra se aproxima, um conflito que promete devastar Prythian. Em meio à Corte Primaveril, num perigoso jogo de intrigas e mentiras, a Grã-Senhora da Corte Noturna esconde seu laço de parceria e sua verdadeira lealdade. Tamlin está fazendo acordos com o invasor, Jurian recuperou suas forças e as rainhas humanas prometem se alinhar aos desejos de Hybern em troca de imortalidade. Enquanto isso Feyre e seus amigos precisam aprender em quais Grãos-Senhores confiar, e procurar aliados nos mais improváveis lugares. Porém, a Quebradora da Maldição ainda tem uma ou duas cartas na manga antes que sua ilha queime.

*~~*

Eu esperava muito desse livro e minhas expectativas estavam muito no alto para a finalização desse arco da trilogia. Eu estava ansiosa para reencontrar meus personagens favoritos e saber o final dessa história. Mas ao mesmo tempo estava com medo, medo da autora não saber finalizar, medo de me decepcionar, mas, contudo, entretanto, Sarah J. Maas soube muito bem como finalizar a história e me deixou suspirando. Nessa resenha teremos alguns spoilers, mas tentarei ser o mais sucinta possível para não estragar a experiência de leitura de ninguém.

O desenvolvimento dos personagens e da história são com certeza o ponto alto da obra, até mesmo, porque a autora conseguiu desenvolver e desenrolar pendências do livro passado e, no caso dos personagens, mostrar suas evoluções pessoais e coletivas, além de como tudo aconteceu e afetou a vida de todos. É curioso perceber como a Sarah conseguiu fazer com que os coadjuvantes se tornassem protagonistas em vários momentos da história, dando importância às suas ações e aos seus sentimentos, como o caso de Azriel, Netsha, Elain, Cassian, Amren e Mor. Até mesmo Lucien fora um personagem que teve seu lado mostrado e pudemos conhece-lo melhor e saber mais sobre o que ele sente e pensa, além de ter tido um papel importante para a história.

A ambientação foi realmente um show a parte. Sarah J. Maas conseguiu descrever cenas de batalha e das reuniões com os grão-senhores de maneira impecável, me transportando e me inserindo completamente dentro da história e daquele momento. Além disso, podemos conhecer também mais sobre aquela terra e sobre a própria história dos féericos e dos humanos. Além disso, o leitor consegue realmente sentir todas as emoções dos personagens e todo o poder do Caldeirão do Rei Hybern. As descrições são tão impecáveis que conseguimos sentir toda a força, angústia e até mesmo a alegria que os personagens sentem. Feyre e Rhysand então...

E é deles que eu quero falar agora. Desse casal maravilhoso, singular, original e extremamente cativante. Uma das coisas que eu mais amei nessa história, foi o relacionamento construído entre Rhysand e Feyre. Enquanto no primeiro livro, temos Tamlin como par romântico de Feyre, a desconstrução do personagem, mostrando como era um relacionamento abusivo e a entrada de Rhys na vida de Feyre, temos um segundo envolvente e intenso, mostrando o laço de parceiros que os dois tinham, o terceiro veio para afirmar que se amam, que são iguais e que o amor um sente pelo outro é inabalável e indestrutível. Raramente vemos casais na ficção que são realmente parceiros, normalmente sempre há uma intriga entre o casal para apimentar as coisas e aqui, não existe isso. Não existe intriga entre os dois. Há apenas a honestidade de pensamentos e sentimentos.  No fim de tudo, eles encerraram a “dívida”, concluíram o ciclo.

A escrita da Sarah é realmente muito envolvente e sua narrativa no ponto de vista de Feyre faz com que o leitor tenha mais controle sobre o andamento da história, isso é ótimo para entendermos todos os pensamentos e ações da protagonista. E no final do livro, ainda somos presenteados com um POV (ponto de vista) de Rhysand, deixando tudo mais lindo ainda. Apesar do livro conter quase 700 páginas, em nenhum momento me senti cansada durante a leitura, mas a autora é bem descritiva quanto aos detalhes da história, para leitores que adoram isso, com certeza será um deleite saborear a obra.

Em síntese, Corte de Asas e Ruína foi um fechamento impecável para a história. Bem construído, ambientado, desenvolvimento, conclusões necessárias para alguns plots, esclarecimentos e ainda pontas soltas para a continuação no spin off. Eu não poderia estar mais satisfeita com esse fechamento do que estou. A Sarah conseguiu escrever uma história de emponderamento, de salvação, de amor e mostrou o que realmente importa dentro de um relacionamento, a honestidade e o respeito.

Se você não conhece ainda a série Corte de Espinhos e Rosas, você está perdendo tempo. 

Tartarugas até lá embaixo, de John Green

28 novembro 2017


Aza Holmes é uma garota que tem uma doença mental, o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). Ela tem que lidar com isso e é algo incontrolável, pois a qualquer momento ela entra em uma espiral de pensamentos sobre bactérias e como ela está ou ficará doente por isso. Além de acompanhar Aza em suas espirais, temos um mistério a desvendar.

O bilionário Russell Pickett está desaparecido e quem souber de alguma pista que leve a encontrá-lo, terá uma recompensa de 100 mil dólares. E é assim que Aza e a sua melhor e única amiga, a Daisy, irão atrás de pistas, pois principalmente Daisy, quer muito ganhar esse dinheiro. E algo que ajudará muito, as duas, é que Aza conhece o filho de Pickett, o Davis. Logo, elas vão bolar um plano para entrar na mansão dos Pickett e falar com o garoto. Esse é o cenário que encontrará nessa história.
- Na verdade, foi meu pai. - Eu me lembrava da explicação: ele dizia que Aza "abarca todo o alfabeto, para que você saiba que pode ser quem você quiser".

Depois de 6 anos sem lançar um livro, John Green chegou com essa história e que pelo título eu já comecei a me perguntar e ficar curiosa sobre o que seria. Parece ser um título maluco, mas que quando você termina de ler o livro entende o significado, e entende também a explicação da espiral, e eu achei tudo muito incrível.

Green também tem TOC e acho que foi por isso que ele conseguiu escrever uma personagem tão real. Tem cenas muito fortes e que por algumas vezes eu parei a leitura para processar e digerir o que estava lendo. Os personagens me deixaram bem conectada à história. Aza é uma garota que tenta sobreviver com essa doença e ela quer sair e ficar bem, mas é algo mais forte do que ela. O interessante também, é que parece ter três pontos principais, o mistério, o romance e o TOC, mas que ao mesmo tempo, o tema central se torna como Aza convive com o TOC, já que é a história é narrada por Aza.

"Eu" é a palavra mais difícil de definir.

Daisy luta bastante para conseguir essa recompensa, pois ela junta todo o dinheiro que pode para pagar os seus estudos. Ela trabalha em um restaurante, não tem um computador e dá pra perceber o porquê de ela ficar fissurada na busca por pistas sobre o Pickett. Daisy escreve fanfics de Star Wars, e como citei antes, ela não possui um computador e escreve tudo pelo celular.

Davis também é um personagem, que diria, tem um tom filosófico. Perdeu sua mãe ainda novo e agora com o sumiço do pai, tem que lidar com outras responsabilidades. Ele tem um irmão mais novo, com 13 anos, o Noah sente muita falta do pai e apesar de eles terem tudo, vivem em uma mansão surreal. O pai deixou em testamento que toda a sua fortuna iria para o Tuatara, que é um animal raro e que ele acha que trará uma fórmula para ter mais anos de vida.

A mãe de Aza sempre se preocupa muito com a sua filha, mas consegue falhar em muitos aspectos e assim acontece coisas que ficam fora do alcance dela.

Essa leitura foi muito gratificante para mim. Eu poderia ficar horas conversando sobre esse livro, e digo que ele me deixou com uma baita ressaca literária. Recomendo que você leia, mesmo que não tenha gostado de outros livros do John Green, dê uma chance a esse livro e se surpreenda.

Toda perda é única. Não dá para saber como é a dor de outra pessoa, da mesma forma que tocar o corpo de alguém não é o mesmo que viver naquele corpo.

Vidas muito boas, de J.K Rowling

27 novembro 2017



Vidas Muito Boas é um livro para de ler em pouquíssimo tempo. Este traz um discurso realizado pela J.K Rowling, autora da renomada série Harry Potter, em 2008 para a Universidade de Harvard.

Somos transportados às suas vivências passadas, principalmente relacionadas às de quando ela estava formando-se, assim como o público alvo de seu discurso. J.K Rowling, relata suas angústias, medo e fracassos de forma nua e crua. E, visa acima de tudo, apresentar aos seus ouvintes conselhos e informações que ela gostaria de ter tido quando tinha a mesma idade desses.

Vocês jamais conhecerão verdadeiramente a si mesmos, nem a força de seus relacionamentos, se ambos não foram testados pela adversidades.

A autora traz em seu discurso a importância do fracasso para a evolução do ser humano e da imaginação, não somente como fonte de inovação e invenção, mas como uma ferramenta de mudança quando aliada a empatia. Além disso, ela também frisa a importância de manter laços de amizades, o quão importante são elas em nossas vidas.

Eu creio que li este livro exatamente no momento certo! Ele simplesmente me deu uma injeção de ânimo e força para levantar a cabeça e olhar meus fracassos e dificuldades por um ângulo diferente, de forma menos negativa, para os tornarem um meio pelo qual eu possa executar mudanças na minha vida.

A imaginação não é apenas a capacidade exclusivamente humana de idealizar o que não existe e, portanto a fonte de toda invenção e inovação; em sua capacidade seguramente mais transformadora e reveladora, é o poder que nos permite sentir empatia pelas pessoas cujas experiências nunca partilhamos.

É incrível como nós seres humanos tendemos a sempre enxergar as pessoas de maneira superficial. E digo isso, porque eu fiz isso, nunca imaginei que uma autora tão renomada como a J.K Rowling poderia ter passado por perrengues como os relatados no livro por ela. E esse é mais um ensinamento, mesmo que indiretamente, que o livro me trouxe: jamais julgar alguém por algo que vemos somente superficialmente, pois muitas vezes as informações que temos acesso são somente a ponta do iceberg que são as vivências experimentadas por um ser humano.

Em relação a edição da editora Rocco só tenho elogios. Tudo nele foi meticulosamente pensado para trazer aos leitores o que autora gostaria de passar aos seus leitores. As ilustrações, diagramação e a edição em capa dura, estão extremamente bem feitas.

Enfim, de forma geral, o recomendo para quem deseja ter uma boa dose de reflexões, do tipo para carregar para a vida toda. E, acima de tudo, para quem deseja ter uma vida boa, repleta de fracassos - para o crescimento pessoal - e muita imaginação!

Não precisamos de magia para transformar nosso mundo; todos já temos dentro de nós o poder de que precisamos: o poder de imaginar melhor.
Livro cedido em parceria com a editora Rocco.  

LOVECRAFT PARA TODOS

22 novembro 2017


Que a Darkside Books lança livros maravilhosos, isso a gente já sabe né? Mas parece que agora a editora aumentou o nível e decidiu publicar edições para cada gosto, ou seja, o mesmo livro, mas abordado de uma forma diferente. Estou falando dos três lançamentos referentes ao grande autor do terror. H.P. Lovecraft.

Mas antes de apresentá-los os livros lindos (no qual já quero todos), vocês conhecem H.P Lovecraft?

Seu nome completo é Howard Phillips Lovecraft, nascido no dia 20 de agosto de 1890 em Providence, Rhode Island. Seu falecimento aconteceu no dia 15 de março de 1937. Howard foi um escristor que revolucionou o gênero terror, trazendo elementos fantásticos que eram/são típicos dos gêneros de ficção cientifica e/ou fantasia. Lovecraft chamava seu princípio literário de "cosmicismo" ou "terror cósmico", pelo qual a vida é incompreensível ao ser humano e o universo é infinitamente hostil aos seus interesses. Suas obras expressam uma profunda indiferença às crenças e atividades humanas, assim como uma atitude profundamente pessimista e cínica, muitas vezes desafiando os valores do Iluminismo, do Romantismo, do Cristianismo e do Humanismo.Os protagonistas de Lovecraft eram o oposto dos tradicionais por momentaneamente anteverem o horror da última realidade e do abismo.
Lovecraft originou o ciclo de histórias que, posteriormente, foram agrupadas no Cthulhu Mythos e o grimório fictício conhecido como Necronomicon — supostamente vinculado a John Dee, astrônomo e ocultista britânico do século XVI — através do qual os seres humanos em suas histórias se comunicam com o panteão de entidades criadas pelo autor. Lovecraft era assumidamente conservador e anglófilo, o que pode ser observado em seu poema An American To Mother England, publicado em janeiro de 1916. Seu estilo literário emprega arcaísmos, vocabulário e ortografia marcadamente britânicos, fato que contribui para aumentar a atmosfera de suas histórias, como no conto O Caso de Charles Dexter Ward, que contêm referências a personagens que viveram antes da independência das Treze Colónias, bem como a estabelecimentos comerciais existentes entre os séculos XVII e XVIII.
H.P. LOVECRAFT: MEDO CLÁSSICO VOL. 1 – MISKATONIC EDITION

Hoje em dia fica difícil imaginar a cultura pop sem a presença de Howard Phillips Lovecraft. Reconhecido como o legítimo sucessor de Edgar Allan Poe, Lovecraft passou a vida desenvolvendo seres e universos fantásticos. Assim como Tolkien, ele criou sua própria mitologia com deuses e entidades ancestrais. Seu terror cósmico, onde o bem e o mal independem de carma ou moralidade, influenciou muitos dos livros, filmes, bandas e games que a gente tanto ama. De Evil Dead a Re-Animator, de Alien aos zumbis de George Romero, das músicas do Metallica às capas do Iron Maiden, das partidas de Alone in the Dark ao Asilo Arkham de Batman... os exemplos de adaptações e inspirações são incontáveis, a ponto de “lovecraftiano” ser considerado um estilo.
Uma homenagem àquele que foi tão bem-sucedido na tarefa de pensar o impensável, a edição da DarkSide® é feita de fã para fã: da capa dura à nova tradução com notas comentadas de Ramon Mapa, grande estudioso da obra, dialogando com as ilustrações de Walter Pax, que parecem ter saído do próprio Necronomicon.

A obra também conta com uma seleção de cartas e documentos coletados pelo historiador Clemente Penna na Brown University especialmente para esta edição, tudo feito com cuidado e carinho para que os verdadeiros adoradores do filho de Providence tenham em mãos a edição definitiva do mestre.



H.P. LOVECRAFT: MEDO CLÁSSICO VOL. 1 – COSMIC EDITION

O texto das duas edições de H.P. LOVECRAFT: MEDO CLÁSSICO VOL. 1 é o mesmo, mas cada uma delas reflete a personalidade de seus peculiares leitores. A COSMIC EDITION é uma viagem aos recantos mais alucinados da mente de Lovecraft, mesclando loucura e realidade.






O FANTÁSTICO ALFABETO LOVECRAFT
Prepare-se para mergulhar no imaginário universal do mestre com tiaras misteriosas, criaturas do mar e monstros com cabeça de polvo e asas de dragão, tudo em um único livro carinhosamente planejado por uma dupla tão fã de Lovecraft quanto os pequenos leitores serão um dia.

O selo Caveirinha vai ajudar os pequenos a darem seus primeiros passos no mundo mágico da fantasia e da imaginação. Afinal de contas, não é do berço que a gente aprende a amar os livros? Agora você pode acalmar seus anjinhos endiabrados com histórias e fábulas cheias de atitude.

Para os mais crescidinhos que já se encantaram e se tornaram leitores fiéis da DarkSide®, fica a certeza: a Caveirinha puxou a editora mãe. Livros em capa dura com bordas arredondadas para não machucar os pequenos, histórias pra todo o sempre e ilustrações de outro mundo. Tudo feito com muita qualidade e carinho de fã para um futuro fã.

Como vocês perceberam, teremos livros para todos os gostos. Até para nossos pequenos (que eu confesso querer ler essa edição também). E vocês? Já adquiriram alguma dessas edições ou já conheciam o mestre?


Referências: wikipédia e site da DarkSide Books

O garoto dos meus sonhos, de Lucy Keating

21 novembro 2017

Sinopse: O garoto dos meus sonhos não pode ser real. Desde quando consegue se lembrar, Alice tem sonhado com Max. Juntos eles viajaram o mundo, passearam em elefantes cor-de-rosa, fizeram guerra de biscoitos no Metropolitan Museum of Art… e acabaram se apaixonando. Max é o garoto dos sonhos – e somente dos sonhos – até o dia em que Alice o vê, surpreendentemente, na vida real. Mas ele não faz ideia de quem ela é… Ou faz? Enquanto começam a se conhecer, Alice percebe que o Max dos Sonhos em nada se parece com o Max Real. Ele é complicado e teimoso, além de ter uma namorada e uma vida inteira da qual Alice não faz parte. Quando coisas fantásticas dos sonhos começam estranhamente a aparecer na vida real – como pavões gigantes que falam, folhas de outono cor-de-rosa incandescente, e constelações de estrelas coloridas –, Alice e Max precisam tomar a difícil decisão de fazer isso tudo parar. Mesmo que os sonhos sejam mais encantadores que a realidade, seria realmente bom viver neles para sempre?


O garoto dos meus sonhos estava na minha lista de livros desejados há vários meses, antes mesmo de ser lançado pela Globo Alt aqui no Brasil. Lembro que desde quando o vi no canal da Melina Souza, o desejei, sinceramente, foi amor a primeira vista. E eu não sei exatamente o motivo de ter demorado tanto para o adquirir.

Esse é o primeiro livro da autora Lucy Keating e devo dizer que esta começou com o pé direito sua carreira como escritora. Narrado em primeira pessoa, por Alice Rowe, conhecemos a partir de sua perspectiva toda a história. Alice sonha com Max desde pequena, durante todas as noites. Mas a questão é que ela até então não fazia a mínima ideia de quem ele era, acreditava que o mesmo era somente um fruto da sua fértil imaginação. Mas isso muda quando Alice acaba mudando-se para Boston com o seu pai, e acaba em uma escola nova, que por uma ironia do destino, faz com que Max, o real, caía de paraquedas na sua vida.

O Max dos sonhos de Alice é simplesmente perfeito, carismático e extrovertido. Mas Alice se decepciona de início ao perceber que o Max da vida real é mais reservado e não aceita certa aproximação por parte dela. Ao contrário de Max, Alice acredita que as coisas podem ser como em seus sonhos. Eu, particularmente, em alguns momentos me identifiquei com a Alice, ela é bastante avoada, parece viver nas nuvens, no seu mundinho dos sonhos, e possui uma imaginação extremamente fértil. Aliás, quem nunca tirou os pés do chão ao idealizar certas coisas que gostariam que fossem reais?!

O livro gira em torno do motivo de Alice sonhar com Max. Aos poucos, ao longo da leitura, o mistério em torno disso é revelado. A autora soube exatamente em que momento revelar o mistério, mantendo seus leitores presos ao livro até o término do mesmo. Além disso, soube desenvolver com destreza cada acontecimento, não tornando a leitura extremamente rápida, mas também não a tornando arrastada. Confesso que algumas coisas não faziam muito sentido, como por exemplo, o fato de Alice dormir fora ou fazer uma viagem sem que seu pai desse muita importância em lhe perguntar onde ela estaria dormindo ou indo.

Por vezes, também somos apresentados aos capítulos do diário de Alice, em que ela registra todos os sonhos que já teve com Max. Confesso que não consegui me conectar muito ao que eu li em seu diário, achei por demais fantasiado e viajado. Mas entendo que a presença do diário é de extrema importância para trazer aos leitores a imagem em que Alice tem de Max, o Max de seus sonhos, para assim dar um contraste com o Max da vida real.

A respeito dos personagens secundários, na minha opinião, senti que eles poderiam ter sido mais desenvolvidos, desde que são essenciais para o desenvolvimento do enredo do livro. Porém, o que a autora oferece aos seus leitores a respeito da personalidade desses personagens já é um tanto incrível, esses são extremamente cativantes - confesso que até senti uma vontade de mergulhar no mundinho deles e os conhecer mais aprofundadamente.

Sobre a edição, eu simplesmente adorei o fato da editora ter mantido a capa bem parecida com a capa original, já que essa capa é maravilhosa! Bom, de maneira geral, o livro me surpreendeu apesar de desde antes de o adquirir ter expectativas sobre ele, finalizei a leitura com uma sensação de quentinho no peito. Essa é uma indicação para quem deseja para o momento uma leitura leve, cativante e uma pitada de reflexão a cerca dos seus sonhos e do que você faz sobre o que já faz parte da sua realidade.

FICHA TÉCNICA:
ISBN-10: 8525060496
 Título: O Garoto dos Meus Sonhos
 Autora: Lucy Keating
 Ano: 2016
 Páginas: 264
 Idioma: Português
 Editora: Globo Alt

Gostar de Ostras, de Bernardo Ajzemberg

20 novembro 2017


Gostar de Ostras é um livro publicado pela Editora Rocco, do autor Bernardo Ajzemberg. O autor traz a história de um jornalista solteiro e entediado de trinta e poucos anos e um espalhafatoso casal de franceses octogenários são os protagonistas do novo romance do prestigiado escritor, tradutor e jornalista Bernardo Ajzenberg. Em Gostar de Ostras, Marcel e Rachelyne Durcan invadem o cotidiano monótono de Jorge, seu vizinho, de forma semelhante à trepadeira que cresce desordenadamente no jardim do prédio onde moram, compensando sua presença caótica com uma flor roxa de beleza intensa. Com sua prosa ao mesmo tempo firme e sensível, Ajzenberg envolve o leitor com a história dessa amizade improvável, que levará os Durcan a revisitar seu passado difícil, incluindo os motivos que fizeram com que deixassem seu país, e que mostrará a Jorge que a vida pode ser mais desafiante e colorida do que ele se acostumou a imaginar

A princípio, eu não sabia o que esperar desse livro, pois não havia lido nada dele na internet. O que me chamou a atenção, foi justamente a capa, que trazia uma espécie de árvore com raízes e uma cor rose nude de fundo. Não conhecia o autor, não entendia muito bem o que a história queria passar, mas fui profundamente imersa quando comecei a ler e acabei tendo uma das melhores experiências literárias do ano.

*~~*

Acho importante quando um livro traz a banalidade do cotidiano e mostra que, muitas vezes, ficamos em um estado de inércia muito grande. Incapazes de degustar os prazeres da vida, apenas focados na rotina que acaba ficando intrínseca em nós. Quando o personagem Jorge, conhece o casal francês, ele vê seu cotidiano abalado e ameaçado, e como lidar com isso? Como lidar com o novo?

A narrativa do autor é em 1ª pessoa e mostra exatamente como Jorge se sente ao conhecer o casal. Há um momento que ele até pensa em como a risada de Rachelyne é escandalosa e como isso o incomoda de certo ponto. A escolha da 1ª pessoa me pareceu importante para mostrar justamente a quebra de expectativa do personagem e principalmente para situar o leitor dentro de sua cabeça e de todo aquele processo de mudança.

"Desde os primeiros momentos, fiquei pasmo com a risada histérica, aguda e espaçosa de Rachelyne, absolutamente desproporcional ao seu corpo de no máximo quarenta quilos distribuídos em, se muito, um metro e meio de altura. Não que fosse algo muito comum, mas quando ela ria era para valer:  o som parecia o canto de uma coruja assustada no meio da noite" p; 55

Os personagens são cativantes a sua maneira, pude ver o contraste em cada um e isso foi muito curioso e até mesmo desbravador. O livro não possuí nem 200 páginas, portanto, há um pouco desenvolvimento por parte do casal, visto que o foco está mesmo em Jorge, esse sim, um personagem bem construído e desenvolvido dentro da história. A escrita do autor é envolvente e poderosa, me deixando totalmente cativada e imersa enquanto lia. Além disso, causa um sentimento de pertença no leitor, porque em muitas situações nos enxergamos em Jorge.

Em suma, não consegui ainda colocar em palavras o meu sentimento com esse livro. Eu gostei muito, mas não consigo identificar totalmente o que eu mais gostei. Gostar de Ostras é um livro poderoso e que me fez me sentir de forma diferente durante a leitura. É com certeza uma leitura que eu indico para todo mundo que busca um livro que te faz crescer junto com o personagem e entender melhor a importância de certos detalhes na vida. 

Livro cedido em parceria com a editora Rocco.