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[RESENHA] À procura de Audrey - Sophie Kinsella

27 setembro 2015

Título: À Procura de Audrey
Autor: Sophie Kinsella
Editora: Galera Record
Número de Páginas: 336
Ano de Publicação: 2015
Gênero: Romance  / Ficção / Jovem adulto / Literatura Estrangeira
Sinopse: Audrey, 14 anos, leva uma vida relativamente comum, até que começa a sofrer bullying na escola. Aos poucos, a menina perde completamente a vontade de estudar e conhecer novas pessoas. Sem coragem de sair de casa e escondida por um par de óculos escuros, a luz parece ter mesmo sumido de sua vida. Até que ela encontra Linus e aprende uma valiosa lição: mesmo perdida, uma pessoa pode encontrar o amor.
Então eu li meu primeiro livro da Sophie Kinsella. Não poderia estar mais ansiosa e com as expectativas bem no alto; mas, talvez foi isso que tenha me desanimado com algumas partes de À procura de Audrey, o jovem adulto de estreia da autora. Apesar de ter dado 4 estrelas e de um modo geral ter gostado do resultado, algumas coisas me incomodaram e, consequentemente, me fizeram ficar meio irritada.
À procura de Audrey conta a história de uma adolescente com fobia social, transtorno de ansiedade generalizada e depressão, a Audrey. Após sofrer um ataque de bullying na escola em que estudava, a jovem acaba desenvolvendo tais transtornos e não saindo mais de casa e apenas vivendo presa em sua bolha de segurança. Com uma família grande, Audrey não consegue manter nem contato com eles direito, usando sempre um óculos escuro e morando em seu ''escritório'', onde geralmente está tudo em uma escuridão total. As coisas mudam quando Audrey conhece Linus, o amigo do seu irmão Frank.
"O problema é que a depressão não vem com sintomas práticos como pintinhas pelo corpo e febre, portanto não se percebe de primeira. Continua-se dizendo ''estou bem'' para as outras pessoas, ainda que não esteja. Você pensa que deveria estar bem. Segue repetindo para si mesmo: ''por que não estou bem?" -  Audrey, pág. 32."
Narrado em primeiro pessoa, vamos acompanhando a trajetória de superação da Audrey. Vamos sendo guiados pelo olhar da adolescente. Seus sentimentos, medos, suas alegrias e todo o resto que a narração em primeira pessoa nos proporciona. Eu, particularmente, adorei a Audrey e a entendo do fundo do meu coração. Eu sou diagnosticada com Transtorno Depressivo Recorrente, não chega nem perto do que a Audrey passa, mas eu me coloquei um pouco em seu lugar e isso tornou a leitura mais completa. 

Adorei a forma como a Sophie Kinsella introduziu Linus, o par romântico de Audrey. A interação deles, os limites sendo superados aos poucos, sem ser forçado ou maçante, a relação dos dois vão ganhando dimensões importantíssimas para a recuperação de Audrey. As idas a Starbucks, o esforço de Linus em ajudá-la, o carinho e cuidado que ele tem com ela, tudo isso é tão importante para que Audrey volte ao convívio em sociedade. Outro ponto positivo, é a terapeuta, Dra. Sarah, que deixa a história com um tom mais sério e real. 
No entanto, como tudo não são flores... Algumas coisas na história me incomodaram. A primeira delas, é a mãe de Audrey, a Anne. "Mas por que ela te incomodou Anelise?", veja bem, eu achei ela exagerada demais, forçada demais e chata demais. Todas as cenas com a Anne eu achava imensamente insuportáveis e sufocantes. Eu sou uma pessoa muito calma e muito na minha, meus pais super respeitam meu espaço e me senti sufocada com as cenas da mãe da Audrey. Talvez se eu tivesse uma família mais barulhenta e extravagante, eu não a achasse chata, mas infelizmente acabei ficando de saco cheio dela. Principalmente nos surtos dela com o Frank.

Outro ponto negativo ao meu ver, veja bem, AO MEU VER, são as cenas do documentário que a Audrey faz como tratamento. Achei longas e deveras desnecessárias. Acho que a Sophie pesou a mão, porque são três páginas só descrevendo as cenas do documentário e isso também me deixou meio ''que saco!''. Sim, posso estar sendo meio chata agora, mas me incomodou muito as longas cenas desse filme que nossa protagonista estava fazendo. 
"Sei racionalmente que olhos não são assustadores. São pequeno globos gelatinosos inofensivos. São tipo uma fração minuscula de toda a superfície do nosso corpo. Todos nós os temos. Então por que deveriam me incomodar? Mas tive muito tempo para pensar nisso e, se quer saber, a maioria das pessoas subestima os olhos. Para começo de conversa, são poderosos. Têm grande alcance. Você os foca em alguém a 30 metros de distância, em meio a um mar de gente, e a pessoa sabe que está sendo observada. Audrey, pág. 34 "
Em suma, é um uma ótima estreia da Sophie Kinsella no jovem adulto. É sempre importante trazer temas como transtornos psicológicos, bullying entre outras coisas, de uma forma mais leve, mas que ao mesmo tempo seja séria. De um modo geral, eu gostei muito da obra e da maneira que Sophie abordou o tema. Gostei dos personagens, exceto da mãe de Audrey, gostei da forma de escrita e da capa do livro. Essa edição é realmente bonita. 

Um ótimo lançamento para o ano de 2015 e acredito que todos deveriam ler e se interessar por esse assunto. A abordagem mais leve da Kinsella pode ajudar em quem tem interesse de ler algo do gênero e do tema, mas que não quer nada muito sério e complexo. Fica a dica para quem quiser entender mais sobre o mundo dos transtornos psicológicos e suas consequências e superações. Se você já leu, me conta nos comentários! Até mais!

| RESENHA | O Duque e Eu - Julia Quinn

21 setembro 2015

Título: O Duque e Eu
Série: Os Bridgertons #1
Autor (a): Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Páginas: 288
Ano: 2013
Sinopse: Simon Basset, o irresistível duque de Hastings, acaba de retornar a Londres depois de seis anos viajando pelo mundo. Rico, bonito e solteiro, ele é um prato cheio para as mães da alta sociedade, que só pensam em arrumar um bom partido para suas filhas. Simon, porém, tem o firme propósito de nunca se casar. Assim, para se livrar das garras dessas mulheres, precisa de um plano infalível. É quando entra em cena Daphne Bridgerton, a irmã mais nova de seu melhor amigo. Apesar de espirituosa e dona de uma personalidade marcante, todos os homens que se interessam por ela são velhos demais, pouco inteligentes ou destituídos de qualquer tipo de charme. E os que têm potencial para ser bons maridos só a veem como uma boa amiga. A ideia de Simon é fingir que a corteja. Dessa forma, de uma tacada só, ele conseguirá afastar as jovens obcecadas por um marido e atrairá vários pretendentes para Daphne. Afinal, se um duque está interessado nela, a jovem deve ter mais atrativos do que aparenta Mas, à medida que a farsa dos dois se desenrola, o sorriso malicioso e os olhos cheios de desejo de Simon tornam cada vez mais difícil para Daphne lembrar que tudo não passa de fingimento. Agora ela precisa fazer o impossível para não se apaixonar por esse conquistador inveterado que tem aversão a tudo o que ela mais quer na vida.

Contem um fato que pode ser considerado spoiler (não que eu ache que seja spoiler...)

Eu divido essa história em duas partes: antes e depois do casamento.  A primeira parte, nos mostra a nossa querida protagonista e nosso Monsieur com seus conflitos internos, pensamentos e desejos. Vemos a sociedade inglesa do século XIX e como as mães estavam loucas para que suas filhas se casassem comum bom partido. No caso de Daphne Bridgerton, nossa querida e foda personagem, sempre foi vista pelos homens como a amiga e não como a amante (como ela mesma cita várias vezes). Sua mãe, Violet, tenta a todo custo que ela encontre um homem digno e, depois de seus irmãos tantas vezes a salvarem de casamentos furados, ela se vê diante de um Duque, um cara totalmente lindo, perverso, misterioso e com um título que faz qualquer pessoa daquela época, querê-lo. A partir do momento em que ambos se olharam, as coisas aconteceram. 

É uma história diferente do que eu costumo ler, mas a leitura me surpreendeu. Em um dia, li O Duque e Eu e pude perceber o que a Julia Quinn fez para encantar tantas pessoas ao redor do mundo. Ela soube criar os personagens interessantes e cativantes. Soube nos levar para aquela época que tão pouco me é conhecida. Se tem uma coisa que me agradou 100% foi a personagem Daphne. Fazia tempo que eu não lia uma história com uma personagem tão cativante, inteligente, sensata e legal. A senhorita Bridgerton é uma raridade no mundo da literatura, tem lá os seus dramas, mas sua maturidade, sensatez e personalidade a eleva para um patamar pouco alcançado na literatura mundial: você não se cansa dela. Se eu pudesse escolher a personagem favorita das minhas leituras para o ano de 2015 até agora, seria ela. 

Em contrapartida, temos Simon, nosso Duque. Ele não é o exemplo de gente boa, mas eu gostei bastante dele. Seu ar misterioso e sua ''virilidade'' o deixa mais interessante. Um homem que foi rejeitado pelo pai e cresceu querendo contrariá-lo a todo custo, se vê diante de um dilema, o dilema do desejo e do amor. Simon jurou que nunca iria se casar ou ter filhos, mas ele não previa encontrar Daphne, uma mulher totalmente diferente de todas que já conheceu enquanto rodava o mundo. 
Voltando ao motivo de eu ter divido a história em duas partes: a primeira parte da história, que consiste no jogo de sedução e amizade dos dois, onde eles arranjam uma ''união'' para que tenham um pouco de sossego na vida e inevitavelmente o sentimento surge. A segunda parte, o casamento, sim eles se casam e passam por uns momentos difíceis, já que Simon não deseja ter filhos, porque ter um herdeiro significaria a vitória do seu terrível e falecido pai. Daphne, mesmo se casando sabendo que ele não teria filhos, ficou desolada quando após uma noite de sexo, ela percebe que ele NÃO QUER ter filhos e não que ele NÃO PODE. Daphne fica desolada, triste e eles brigam. Ok, eu achei interessante a superação de Simon, mas perdi um pouco a paciência na metade para o final do livro por conta dessas ''brigas'' dos dois.

"Daphne acabou descobrindo que a dor de um coração partido nunca vai embora, apenas fica anestesiada. O sofrimento agudo e penetrante que se sente a cada respiração acaba dando lugar a uma sensação embotada e menos intensa, do tipo que quase - mas nunca completamente - se consegue ignorar"

Apesar de não ser necessariamente o meu tipo de história favorita, eu adorei O Duque e Eu de uma forma surpreendente. Eu sabia que podia confiar no gosto literário de algumas pessoas que sigo e veja só, li em um dia e fiquei bem fascinada. Uma das coisas que eu gostei é que, apesar de ser um livro picante, ele não é pedante. As cenas de sexo mostram exatamente o que um sente pelo outro, sem ser anormal ou muito fantasioso (exceto a perca da virgindade que ao meu ver foi romantizada demais, mas ok é uma história blá blá blá). 

O Duque e Eu, da Julia Quinn, me rendeu um momento bom e portanto, merece quatro estrelas. A delicadeza da autora ao escrever e a inteligência que a levou criar personagens tão empolgantes, fez com que fosse uma das leituras mais legais que fiz nos últimos tempos. Em suma, se você busca uma história empolgante e leve, aqui vai uma dica. Se você já leu, diz ai o que achou para mim! 

[RESENHA] Escuridão Total sem Estrelas - Stephen King

18 setembro 2015

Autor: Stephen King
Tradução: Viviane Diniz
Ano: 2015
Páginas: 392
Idioma: Português
Editora: Suma de Letras


Sinopse: Na ausência da luz, o mundo assume formas sombrias, distorcidas, tenebrosas. Em Escuridão total sem estrelas os crimes parecem inevitáveis; as punições, insuportáveis; as cumplicidades, misteriosas. Em 1922, o agricultor Wilfred e o filho, Hank, precisam decidir do que é mais fácil abrir mão: das terras da família ou da esposa e mãe. No conto Gigante do volante, após ser estuprada por um estranho e deixada à beira da morte, Tess, uma autora de livros de mistério, elabora uma vingança que vai deixá-la cara a cara com um lado desconhecido de si mesma. Já em Extensão justa, Dave Streeter tem um câncer terminal e faz um pacto com um estranho vendedor. Mas será que para salvar a própria vida vale a pena destruir a de outra pessoa? E, em Um bom casamento, uma caixa na garagem pode dizer mais a Darcy Anderson sobre seu marido do que os vinte anos que eles passaram juntos. Os personagens dos quatro contos de Stephen King passam por momentos de escuridão total, quando não existe nada — bom senso, piedade, justiça ou estrelas — para guiá-los. Suas histórias representam o modo como lidamos com o mundo e como o mundo lida conosco. São narrativas fortes e, cada uma a seu modo, profundamente chocantes
Cru. Inteligente. Nojento. Sangrento. Quatro palavras que descrevem os quatro contos escritos pelo King do Horror, Stephen. Se você acha que nosso rei não pode inovar, não pode criar algo novo, você está enganado. King nos traz histórias horripilantes, contadas da melhor forma possível. Quando você termina de ler, a sensação é tão inacreditável que você fica perplexo. Há momentos em que você questiona o seu caráter, porque você se simpatiza e sente pena do assassino (no caso do conto 1922).
No meu caso, que já conheço a escrita do King, a leitura fluiu de uma maneira muito boa - como sempre -. Acho tão espetacular a forma como ele descreve os acontecimentos e, mesmo sendo nojento/assustador, você não fica necessariamente com nojo e assustado. Eu nunca fui uma leitora de contos, nunca fui muito adepta, porque gosto de histórias longas. No entanto, em Escuridão Total sem Estrelas, eu senti que estava lendo o livro de contos certo. Uma narrativa incrível, personagens incríveis (cada um a sua maneira e peculiaridade), desenvolvimento e conclusão dos fatos feitos de forma excepcional, caracterizam essa obra como uma das mais legais que eu já li na vida.

Eu poderia falar mais sobre os contos, mas acho que perderia muito a emoção de quem ainda vai ler. Para mim, uma das cenas mais chocantes se encontra no segundo conto, Gigante do Volante, onde Tess, uma escritora de suspense, sofre um acidente e ao pedir ajuda para uma ''pessoa'' que passa por ela, acaba sendo estuprada e quase morta. Particularmente, cenas de estupro são sempre fortes para mim, eu me lembro de fechar o livro e respirar fundo para dar continuidade na leitura.
Além do conto 1922, que é o meu favorito, pois seu desenvolvimento é o mais completo para mim, caracterizando um dos melhores contos/histórias que o Stephen publicou, Gigante do Volante, Extensão Justa e Um Bom Casamento trazem o pior do ser humano, a inveja, o ódio, o medo entre outras coisas. King aborda cada história à sua maneira e nos traz coisas que, mesmo não sendo tão novas para nós, faz nos sentirmos cúmplices daqueles atos insanos e sem luz, que só o ser humano é capaz de fazer.

Como citei em algum parágrafo acima, em muitos momentos em duvidei do meu caráter, porque ao ler as justificativas e/ou os pensamentos de alguns personagens, eu acabei ficando com dó do que ele fizera. Ao final do primeiro conto, 1922, eu estava com pena do Wilfred e do seu fim. Por isso, o livro acabou ganhando um espaço no meu coração, porque ele me fez refletir sobre muitas questões e também me comprovou que vivemos um mundo de caos e de escuridão total, onde nenhuma estrela tem iluminado a mente das pessoas. E quem dera se essas histórias fossem somente ficção, mas quando ligamos a TV ou lemos o jornal, vemos que isso está tão próximo da nossa realidade, e é ai que a coisa toda fica muito mais assustadora.

Se você busca um livro que contenha, suspense, terror psicológico, reflexões e uma boa escrita, leia Escuridão Total sem Estrelas. Além da edição ser incrível, poderá vivenciar um dos melhores livros publicados pelo Stephen King. Se você já leu ou pretende, diz ai para mim o que mais gostou ou se está ansioso pela obra! Até mais!


[RESENHA] 6 years

16 setembro 2015

Título: 6 Years
Ano produção: 2015
Direção: Hannah Fidell
Estreia: 18 de Agosto de 2015
Duração: 85 minutos
Gênero: Drama e Romance
País de Origem: Estados Unidos da América
Sinopse: Um jovem casal, Dan (Ben Rosenfield) e Mel (Taissa Farmiga), se conhecem desde a infância e estão namorando há 6 anos. A princípio, eles parecem ter um amor ideal, mas a notícia de uma oportunidade de emprego para Dan pode abalar o romance e mudar o rumo das coisas dependendo da escolha que ele fizer. Talvez o futuro que eles tinham imaginados juntos não se torne mais uma realidade.
Esse filme é mais um daqueles que falam sobre relacionamentos e suas várias facetas. Como Like Crazy, 6 years traz a história de um casal que ''cresce'' e que o relacionamento até então tão estável e duradouro, começa a tomar rumos catastróficos e destrutivos. Tudo aquilo que era lindo, se vai. 
6 years conta a história de Dan e Mel, juntos há 6 anos, amantes, amigos, duas pessoas que se amam incondicionalmente, mas que a vida está guiando para rumos distintos. Dan, doce, gentil, com vários sonhos e metas contrasta com a carente, decidida Mel. Assuntos, brincadeiras e atitudes que antes não influenciavam no relacionamento, se tornam cansativas, maçantes e destrutivas. Brigas, discussões, agressões físicas e psicológicas vão fazendo com que Dan e Mel acabem. Não é spoiler gente, só se for spoiler da vida.
Eu adorei como a história se desenvolveu. Foi tão sutil, tão singelo e tão devastador. Eu, no começo, achei que o problema era com a Mel, por ela ser extremamente carente e explodir por qualquer coisa. Já que eu em relacionamentos sou muito de boa, mas no decorrer da trama, percebi que não era culpa de nenhum dos dois e sim da vida e suas responsabilidades. As obrigações chegam, a vida adulta também, e é inevitável renegá-las. Não tem como fugir, a maneira que você lida com elas é que conta, mas às vezes não é o suficiente. Vemos isso em 6 years, vemos o amor dos dois, mas também conseguimos observar e enxergar o quão a vida pode ser dura e extremamente - realista -, ''Vida realista óbvio anne, dur''. É isso mesmo, quando deixamos nossos sonhos utópicos de lado e enxergamos as coisas como elas são, a vida nos puxa para a realidade e nos aprisiona. 

O interessante dessa história, é que você se apega aos personagens e fica com dó deles. Com dó do fim desse relacionamento, dessa história. As amigas da Mel perguntando se o sexo não era entendiante, se eles não pensavam em ficar com outras pessoas e eu via aquilo até como um insulto. Não é porque estamos com alguém há tanto tempo, que necessariamente perdemos o interesse. Ben sentiu vontade de ficar com outra pessoa, ele tinha uma escolha a se fazer, viu possibilidades e o desejo de sentir coisas novas, conhecer pessoas novas e se sentir diferente, Já Mel, uma garota muito presa ao namorado, projetava sua vida ao lado dele e apenas com ele. Mas isso, de sentir vontade de conhecer pessoas novas, não necessariamente acontece com todos os casais. Foi um caso particular. É óbvio que haveria um conflito de interesses entre personalidades e vontades distintas. 

O filme 6 years tem um roteiro simples, porém cativante. Mostra realmente como são os relacionamentos e todas suas faces. Mostra essa transição da fase adolescente para a adulta, das novas descobertas e das infinitas possibilidades que o mundo pode nos dar. Se você procura um filme que tenha esse clima de realidade e te faça refletir, assista. Vá sem pretensão, se permita assistir ao filme e obtenha uma reflexão para sua própria vida. Vale a pena.

despedidas, abraços, decepções

11 setembro 2015

Às vezes pensamos que nada do que fazemos, podem interferir diretamente na vida de alguém. Pensamos que nossas atitudes nunca vão influenciar as pessoas ao nosso redor e nem modificar o mundo... Muitas vezes, modificamos o mundo de alguém e bem, não tem volta e nem conserto. Certa vez, conheci um rapaz. Um rapaz lindo. E, após longas noites conversando, se conhecendo, se conectando, decidimos que era hora de nos ver e de alguma forma, fazer acontecer todos aqueles sentimentos que nos cercavam, os mais íntimos, os mais profanos, os mais melosos e dramáticos. Se eu sabia que estaria mergulhando em um oceano profundo? Sabia sim, essas coisas a gente sempre sabe. Mesmo que bem no fundo. 

A partir do momento em que senti tudo isso, soube que não tinha volta. Mesmo que não fôssemos perfeitos um para o outro, eu sabia, ele também, que nos perderíamos em um caminho que não haveria volta. Você pode olhar positivamente para a situação, se tudo acontecesse da forma que queremos, mas nós humanos temos aquele problema de sempre querer mais e muitas vezes não damos valor para as pequenas coias da vida. As pequenas coisas que tanto queremos, mas que só damos valor quando as perdemos. Eu sabia exatamente o que estava por vir e, mesmo assim, me joguei. E afundei no abismo que é gostar de alguém.

Mas uma das coisas que o ser humano não pode suportar é uma despedida mal feita. Quando você vê a pessoa que te fez mergulhar no deep sea, indo embora, pegando o gancho e subindo para a superfície, e você continua no fundo e não consegue acompanhá-la, o desespero bate. E de repente, o que era quentinho e eterno, se torna frio. A essência do ser humano é essa, transforma o amor em um sofrimento, em uma lástima, em algo descartável.

E foi aquele último abraço que demos, naquele nosso café favorito. Nada me deixa mais decepcionada com a vida, do que o poder de separação. Parece que ela leva tudo de bom que foi construído.

Infinitas chances vão surgir | se permitir | e agora o que era meu, é seu

[RESENHA] Golem e o Gênio - Helene Wecker

06 setembro 2015

Autor: Helene Wecker
Editora: DarkSide
Idioma: Português
Páginas: 514 páginas
Lançamento: Abril de 2015

Sinopse: Chava é uma golem, criatura feita de barro, trazida à vida por um estranho rabino envolvido com os estudos alquímicos da Cabala. Ahmad é um gênio, ser feito de fogo, nascido no deserto sírio, preso em uma antiga garrafa de cobre por um beduíno, séculos atrás. Atraídos pelo destino à parte mais pobre de uma Manhattan construída por imigrantes, Ahmad e Chava se tornam improváveis amigos e companheiros de alma, desa-fiando suas naturezas opostas. Até a noite em que um terrível incidente os separa. Mas uma poderosa ameaça vai reuni-los novamente, colocando em risco suas existências e obrigando-os a fazer uma escolha definitiva.
Talvez essa tenha sido a melhor leitura do ano e uma das melhores dos últimos quatro. Golem e o Gênio é uma fabula fantástica, um ar limpo e fresco em meio a poluição, é a água limpa em uma cidade com rios poluídos, é o brigadeiro, é a pizza... Essa obra é com certeza uma das melhores coisas que já me aconteceu. 

Em seu romance de estreia, Helene Wecker nos apresenta a história de Chava e Ahmad, ambos personagens de culturas pouco conhecidas por mim, a judaica e a árabe. Ela nos mostra detalhadamente a vida de imigrantes em uma Nova York crescente. E se você pensa que a história apenas se passa ao entorno de Chava e Ahmad, você está enganado. A autora apresenta todos os personagens da história, contando suas histórias, seus pensamentos, seus desejos e isso tudo deixa a obra mais completa. 
Ao decorrer da história, vamos sabendo mais sobre a personalidade do Djim e da Golem, vamos entendendo seus sentimentos, pensamentos e conflitos internos. No caso de Ahmad, o Djim, vemos o quão explorador e curioso ele é. Ele ficou aprisionado em uma garrafa por mais de mil anos e quando foi ''solto'' (observação: Helene trabalha muito bem a questão da liberdade nesse livro. Por mais que na teoria o Djim e a Golem estejam libertos, eles se sentem presos, pois aquele lugar não os pertence, não são os seus mundos), se viu ali, em meio a pessoas totalmente diferentes, uma cultura diferente. Quando Ahmad conhece Arbeely, o latoeiro que o ajuda, ele começa a desenvolver a habilidade de se socializar com humanos e viver como eles. Logo ele passa a ser o aprendiz de Arbeely. Mas isso não era o suficiente para ele, ele precisava sair, se ''libertar'', ou ficaria louco. 
Já Chava, a golem, foi criada de uma dia para o outro, uma criatura feita do bairro com o intuito de servir o seu mestre, o seu dono. Imagina a confusão mental que ela possui, quando vê que seu mestre morreu e a deixou sozinha, indo rumo a uma terra totalmente desconhecida? Chava não tem um passado, não tem memórias. Tudo o que ela sabe foi seu dono que pediu para colocar em sua mente, curiosidade, obediência e inteligência. Quando a Golem perde seu dono, ela começa a sentir os desejos e ouvir os pensamentos de todos a sua volta, deixando-a nervosa e um pouco louca. Mas quando ela conhece um rabi, começa a entender e controlar sua mente para que não ouça e sinta tanto as pessoas a sua volta. Chava é uma personagem linda e incrível, adorei todas suas falas e vontades e, assim como Ahmad, é uma personagem intrigante e interessante, bem diferente de muitos personagens que exitem por ai.
''Se o ato de amor é tão perigoso, por que as pessoas se arriscam tanto por ele? O rabi ficou em silêncio por um tempo. Então perguntou: "se você tivesse que dar um palpite, qual seria?" A Golem se recordou do que sabia sobre aquele tipo de desejo, a sensualidade noturna de quem caminhava pelas ruas. "É excitante para eles que seja perigoso, bem como o fato de guardar um segredo do resto do mundo." "Esse é um aspecto, mas não é tudo", disse o rabi. "Você não está considerando a solidão. Todos nós nos sentimentos solitários de vez em quando, e não importa quantas pessoas tenhamos a nossa volta. De repente, encontramos alguém que parece nos compreender. Ela sorri, e por um instante a solidão desaparece. Some a isso os efeitos do desejo físico - e a excitação que você mencionou -, e todo o bom senso e o juízo caem por terra". O rabi fez uma pausa antes de prosseguir. "Mas amor baseado apenas em solidão e desejo não dura muito." Pág. 175
De longe o relacionamento entre os dois é o mais interessante, contudo, Helene vai nos guiando por um bairro judeu e um sírio e nos mostrando outros personagens, os habitantes daqueles lugares. Ela nos mostra que toda história é importante, desde Michael o ateu sobrinho do rabi, até o sorveteiro (por sinal a história dele é muito boa). Helene soube dosar e mesclar os pontos de vista de cada integrante dessa história e, mesmo que não sejam os protagonistas, eles são importantes e agregam para a história. Não são avulsos.
Golem e o Gênio foi bem didático para mim. Não da pra descrever tudo o que eu aprendi lendo-o. Da para perceber que a autora estudou para escrever e sabe muito bem do que está falando. Soube desenvolver o relacionamento da Golem e do Djim de uma forma que poucos autores sabem. Ela não gritou aos sete ventos os sentimentos deles para um com o outro. Foi sutil, delicado, sempre explorando a personalidade dos dois, os limites. Além de inteligente, a história é perfeitamente guiada por uma Nova York no século XX próspera, onde imigrantes chegavam, formavam suas colônias, seus bairros. Foi tão incrível essa leitura que nem posso dizer muito mais para que não haja spoiler.

A escrita da autora flui e, apesar de ser detalhada, não é maçante. É uma escrita envolvente, sem furos de roteiro, de sequência, sem palavras muito difíceis que dificultam a leitura do leitor e quando há um termo que não conhecemos, judeu ou árabe, temos as explicações no rodapé.

O final do livro, assim como ele todo, é surpreendente e lindo. Eu amei cada segundo do final, das descobertas, da ''reviravolta'', da maneira como Helene fechou todas as pontas soltas da história. Mal posso esperar para ler sua próxima obra. Se você procura algo novo para ler, Golem e o Gênio é perfeito.


Book Haul Agosto 2015

01 setembro 2015

Agosto é o mês do meu aniversário e com ele veio vários presentinhos. Por isso, venho apresentar-lhe o book haul de agosto! Mesclei bastante minhas aquisições, tem terror, romance, fantasia... Não poderia estar mais satisfeita. Vamos lá?

 Uma Curva no Tempo da autora Dani Atkins publicado pela editora Arqueiro. 
 Golem e o Gênio da Helene Wecker publicado pela editora DarkSide. 
Herdeiro do Império do autor Timothy Zahn publicado pela editora Aleph.
 Ascensão da Força Sombria do autor Timothy Zahn publicado pela editora Alpeh
 O Iluminado do autor Stephen King publicado pela Suma de Letras.
 Escuridão total sem estrelas do autor Stepehn King publicado pela Suma de Letras
 Herança - Ciclo Herança do autor Christopher Paolini publicado pela editora Rocco.