Posts Recentes

Há uma existência boa... É só querê-la.

28 dezembro 2014



Vivemos deixando tudo a nossa volta passar despercebido. Não entendo o por quê. Só vejo. é como se fossemos bons demais, orgulhosos demais para nos deixarmos apreciar cada mísero detalhe do cotidiano. A vida vai acontecendo enquanto estamos presos em nossos problemas e em nossas bolhas. Sempre nos lembrando que as folhas são frágeis, as bolhas também e a qualquer momento você se vê na beira do abismo e acaba caindo e quebrando, porque você também é um ser frágil.

Voltando de um sítio, comecei a reparar nas coisas que se passavam tão rapidamente pela janela do meu carro. Eu tentava capitar cada detalhe, cada momento, mas era quase impossível. A velocidade do carro era tão maior e mais intensa que a velocidade das coisas acontecendo fora dele. Acho que é assim que se caracteriza a vida. Fiquei pensando em como tudo acontece de forma tão rápida, quase que um súplico ''me deixe acontecer, me deixe. Preste atenção ou me deixe''. E sempre deixamos.

Não reparamos nos amigos, nos vizinhos, nos animais, nas plantas que estão a nossa volta. Preferimos ficar incubados dentro da jaula da nossa existência, porque assim é mais fácil de lidar. Ou pelo menos achamos que é mais fácil. Esquecemos que somos feitos de experiências e que a nossa existência pode valer muito mais do que pensamos.

Nos deixamos levar pelos sentimentos negativos, pelos pensamentos ruins e tudo isso vira um emaranhado de catástrofes dentre de nós mesmos. Acabamos nos perdendo no mundo e de alguma forma, não conseguimos recuperar e voltar a realidade. 

A realidade não é algo ruim, ela só é feita para quem a quer. Nos falta coragem para aceita-la e fazê-la nossa aliada durante todos os dias. A existência, a vida não é um fardo. Ela é um presente. Desdenha-la parece o certo, quando na verdade é o motivo de tanto descontentamento.

Por isso, se encha de energia positiva e luz. A vida é muito mais do que enxergar apenas as coisas que não queremos, as coisas ruins. A vida é aquilo que acontece, quando estamos ocupados demais para fazê-la acontecer do nosso jeito. Não desperdiçar o tempo alimentando sentimentos que não lhe acrescentarão nada. Guie-se para as coisas boas. A existência não é um fardo.



Um pouco sobre a Torre Negra, o amor da minha vida

25 dezembro 2014

A Torre Negra (no original, The Dark Tower) é uma série literária escrita pelo americano Stephen King. Misturando ficção científica, fantasia e terror numa narrativa que forma um verdadeiro mosaico da cultura popular contemporânea, o enredo segue um "pistoleiro" e sua busca em direção a uma torre, cuja natureza é tanto física quanto metafórica.Considerada a magnum opus do escritor, levou trinta e três anos para ser concluída - de 1970 a 20032 - e em 2010 havia alcançado a marca de 30 milhões de exemplares vendidos. A saga é inspirada no universo imaginário de J.R.R. Tolkien, no poema épico do século XIX "Childe Roland à Torre Negra Chegou" escrito por Robert Browning, e repleta de referências à cultura pop, às Lendas Arturianas e ao faroeste.Em 21 de fevereiro de 2012, foi lançado um oitavo livro da série, intitulado The Wind Through the Keyhole e posteriormente foi lançado no Brasil com o nome "O Vento Pela Fechadura".

Como fã de carteirinha da saga A Torre Negra, best-seller de Stephen fucking King, decidi falar um pouco sobre essa obra prima, baseada em O Senhor dos Anéis e no poema épico "Childe Roland a Torre Negra Chegou".

A Torre Negra conta a história de Roland Deschain de Gilead, o último de sua espécie, o último pistoleiro da linhagem do Eld, cujo destino (o seu Ka, como é retratado na série) é buscar a Torre Negra, um certo monumento que está se desequilibrando, e que é responsável por manter, não só seu mundo, mas todos os outros mundos em ordem, para que eles não sigam adiante e se reúnem totalmente. 

Para isso Roland deve enfrentar muitas provações, como abrir mão de seu grande amor e de seus amigos, mas tudo isso é justificável, é a Torre que importa, ela como um imã e você sabe que deve encontrá-la, tem de encontrá-la.

No meio desse caminho Roland se depara com Portas que conectam o nosso mundo (como o conhecemos, especialmente Nova York) com o seu mundo (chamado de Mundo Médio) e é aí que começam as semelhanças entre ambos os mundos, semelhanças que antes pareciam coincidências mas depois se encaixam perfeitamente como peças de quebra cabeça. 

A cada novo livro (são 8 no total) King faz uma nova conexão com a cultura pop do final do século XX, citando músicas, filmes e atores da época, e isso é o mais incrível pois faz com que tudo tenha sentido para nós e a cada momento desses é como um soco no estômago e uma nova surpresa. Além disso, o Sr. Stephen fez com que a Torre tivesse ligação com vários de seus outros livros, incluindo personagens ou demais acontecimentos em suas outras obras, o que, para mim, é o que classifica A Torre Negra como sua maior realização, porque ela não se restringe a apenas uma saga de oito livros, mas sim a um universo que pode ser imensamente expandido e nos surpreender a cada nova aventura, seja dentro ou fora do Mundo Médio, pois ao lermos outos livros do autor iremos perceber, por mais sutil que seja, um rastro da Torre Negra. 


Livros
O Pistoleiro (1982)
A Escolha dos Três (1987)
As Terras Devastadas (1991)
Mago e Vidro (1997)
Lobos de Calla (2003)
Canção de Susannah (2004)
A Torre Negra (2004)
O Vento Pela Fechadura (2012)1
Autor: Stephen King
Título original: The Dark Tower
Idioma original: Inglês
Publicado entre 1970 - 2003 (nos Estados Unidos)
Editora: Estados Unidos Grant; Brasil Objetiva
País: Estados Unidos
Gênero: Fantasia, terror, faroeste

Enfim, ainda estou no sexto volume, mas o que posso garantir à vocês é que a Torre Negra vale a pena, afinal você tem de conhecê-la, assim como Roland.


Filmes da semana

22 dezembro 2014

The place beyond the pines

Luke (Ryan Gosling) é um motociclista misterioso, que pilota dentro de globos da morte para um circo itinerante. Quando descobre que sua ex-namorada, Romina (Eva Mendes), teve um filho seu, ele tenta se reaproximar dela. Sua intenção é mostrar-se um pai capaz de sustentar o filho e, para isso, Luke decide participar de uma série de roubos a bancos. O problema é que Luke não consegue reprimir seu lado violento, o que lhe traz problemas não apenas com Romina mas também com Robin (Ben Mendelsohn), seu parceiro de assaltos. Apesar dos vários problemas inesperados que surgem, ainda assim Luke resolve realizar sozinho um assalto a banco. Perseguido pela polícia, ele vira alvo de Avery Cross (Bradley Cooper), um policial que cumpria sua rotina fazendo a ronda diária.

Dirigido por: Derek Cianfrance
Estreia Mundial: 7 de Setembro de 2012
Nota: 3,9

Vazio. É o que eu senti quando o filme terminou. Você começa a assistir o filme não sabendo muito bem o que esperar dele. Você escolhe pela sinopse vaga e pelos atores e quando se vê, está totalmente entretido com a trama e envolvido com os personagens. The place beyond the pines (O lugar onde tudo termina) possui três protagonistas. De início, vemos a história de Luke, interpretado por Ryan Gosling, um motoqueiro que trabalhava em um circo e era famoso por andar dentro de globos da morte. Ele se envolveu com Romina, Eva Mendes no passado e teve um filho com ela. A parte I da trama vai acontecendo tranquilamente, Luke descobre sobre o filho, tenta se aproximar, Ro o impede e então ele conhece Robin, o parceiro de assaltos. Como essas coisas nunca dão certo e o crime não compensa vemos Luke morrer após uma perseguição. Sua morte nos causa um certo espanto, o filme nem está em sua metade e já temos o falecimento de um personagem importante. O que esperar do resto? E ai que entra a parte II, onde Avery Cross, Bradley Cooper, se torna o protagonista. Após a perseguição de Luke e sua morte, Avery se torna o herói. 15 anos se passam e o antigo policial se torna alguém da política e por hora, seu protagonismo acaba ali, dando início a parte III com seu filho e o do Luke, ambos possuem a mesma idade. O filme vai contando como as coisas são e não importa o que aconteça, tudo sempre volta. Você fica ali observando os personagens, principalmente Jason (Filho de Luke com Romina) e o AJ (filho do Avery Cross) e percebe o quão as raízes são profundas. Vemos o desenvolvimento de todos os personagens de uma forma muito intensa, porém sutil, que nos encanta. Com certeza um filme para se apreciar. 


Maria Antonieta

A princesa austríaca Maria Antonieta (Kirsten Dunst) é enviada ainda adolescente à França para se casar com o príncipe Luis XVI (Jason Schwartzman), como parte de um acordo entre os países. Na corte de Versalles ela é envolvida em rígidas regras de etiqueta, ferrenhas disputas familiares e fofocas insuportáveis, mundo em que nunca se sentiu confortável. Praticamente exilada, decide criar um universo à parte dentro daquela corte, no qual pode se divertir e aproveitar sua juventude. Só que, fora das paredes do palácio, a revolução não pode mais esperar para explodir.

Estreia Brasil:16 de Março de 2007
Dirigido por: Sofia Coppola
Nota: 4,0

Não sei por que demorei tanto tempo para assistir esse filme. Kirsten Dunst está fantástica e definitivamente foi feita para o papel. Particularmente, eu adoro essa época da história e isso contribuiu para que fosse ver o filme. Além do figuro impecável, dos cenários incrivelmente belos e uma França tratada com tão preciosidade, não podia ter ficado visualmente melhor. Ao som de New Order/Ian Curtis, The Strokes, The Cure, Air, Siouxsie and the Banshees, Phoenix, a trama vai se desenvolvendo de forma mais descontraída e legal. Esse filme não se trata sobre a revolução e sim sobre as futilidades das pessoas que ficavam presas em seus mundos, sem se dar conta dos problemas dos outros, olhando apenas para si mesmas. Coppola soube moldar, como sempre, essa história. Conseguiu amarrar o drama vivido e ao mesmo tempo que você consegue enxergar os conflitos internos, você se diverte. É bem sutil. Preciso acrescentar, que fiquei com água na boca com os quitutes e comidas do filme. Quase me enfiei dentro da tela para provar. 



Horns

Um jovem de 26 anos de idade descobre um dia, quando acorda, que sua namorada foi estuprada e assassinada. Ele é imediatamente apontado como principal suspeito, o que o obriga a partir em busca do verdadeiro responsável. Sua arma será o par de chifres que crescem em sua cabeça, e forçam as pessoas que lhe encontram a revelarem seus segredos.

Dirigido por: Alexandre Aja
Estreia Mundial: 6 de Setembro de 2013
Estreia no Brasil: 19 de Fevereiro de 2015
Nota: 3,0

Tenho acompanhado Daniel Radcliffe desde o primeiro filme de Harry Potter. Quando vi a sinopse desse filme e soube que ele seria o protagonista me interessei. É algo totalmente diferente de tudo o que vi ele fazendo e fiquei empolgada. Essa empolgação durou pouco. Me deparei com personagens rasos e sem profundidade alguma. O elenco escolhido foi de longe o pior, as atuações não convenceram e eu passei quase 2 horas querendo que aquilo terminasse logo. De início, até podemos nos sentirmos atraídos, a história é realmente intrigante e confusa. Você quer entender aquilo. Para quem se sentir tentado e curioso, pode arriscar, mas não vá com muitas expectativas. O filme basicamente passa a lição moral de que nós seres humanos somos maus por natureza e que infelizmente só conseguimos nos ''manter na linha'', porque há regras na sociedade. 



Já dizia Obama... Boyhood.

Elenco: Ellar Coltrane, Patricia Arquette, Ethan Hawke, Lorelei Linklater, Zoe Graham, Nick Krause, Evie Thompson, Chris Doubek
Direção: Richard Linklater
Gênero: Drama
Duração: 166 min.
Distribuidora: Universal
Classificação: 14 Anos

O filme conta a história de um casal de pais divorciados (Ethan Hawke e Patricia Arquette) que tenta criar seu filho Mason (Ellar Coltrane). A narrativa percorre a vida do menino durante um período de doze anos, da infância à juventude, e analisa sua relação com os pais conforme ele vai amadurecendo. Filmado ao longo de 12 anos, “Boyhood” teve 39 dias de gravação com o mesmo elenco. 

Após ver vários elogios ao filme "Boyhood" decidi assisti-lo para ver se realmente era tudo isso. É o que posso dizer? Estou impressionada.
De uma maneira simples o diretor Richard Linklater (responsável também pela trilogia Before Sunrise) conseguiu novamente introduzir diálogos sinceros e reais a nossa vida. Sem parecer algo muito dramático, Boyhood faz com que nos identifiquemos com Manson (o garoto cujo crescimento vamos acompanhar) e os demais acontecimentos em sua vida, que mesmo que não tenhamos passado por exatamente essas situações, entendemos o que se passa. Como é lidar com a briga entre irmãos, divórcio entre os pais, mudança de cidade e todos esses outros problemas que vem com a  vida suas responsabilidades. E também, como problemas que parecem serem gigantes são logo esquecidos, enquanto pequenas mágoas permanecem em nossa mente e sempre voltam para amargar nosso coração.

Outra coisa que me encantou muito foi o extremo cuidado com a trilha sonora, faixas escolhidas a dedo que além de se encaixarem com o contexto de certa parte da trama marcava exatamente e época em que o filme se encontrava, facilitando assim a nossa localização no tempo cronológico da história que, além da música, apresentava a moda e tecnologias daquele tempo.

Para mim, Boyhood é mais do que um drama qualquer, é uma história sobre o ser humano e o seu desenvolvimento. Como mudamos não só fisicamente mas também em nossas crenças e ideais. E sabe, mudar faz bem! Qual seria a graça se continuássemos a sermos a mesma pessoa que éramos quando tínhamos oito anos? Mesmo que tenhamos que nos distanciar de alguém com quem tínhamos afinidade, é melhor assim do que sermos sufocados por personalidades que não nos agradam ou falsificar e reprimir quem realmente somos. Terminar o colegial, entrar na faculdade, tudo isso altera nossa perspectiva sobre o mundo, e por que continuar a ver sempre o mesmo ponto de vista, se há várias outras perspectivas para avaliar? Deixe-se levar, aproveite o momento e deixe o momento te aproveitar, life is too short to see the things in one way.


Bem, isso foi o que eu consegui aprender com Boyhood, recomendo o filmes a todos, e se após assistirem quiserem compartilhar a opinião de vocês comentem aqui ou me chamem no Twitter (@wantbeitall, para quem quiser haha).





Before Sunrise: Antes do Amanhecer

14 dezembro 2014

Jesse (Ethan Hawke), um jovem americano, e Celine (Julie Delpy), uma estudante francesa, se encontram casualmente no trem para Viena e logo começam a conversar. Ele a convence a desembarcar em Viena e gradativamente vão se envolvendo em uma paixão crescente. Mas existe uma verdade inevitável: no dia seguinte ela irá para Paris e ele voltará ao Estados Unidos. Com isso, resta aos dois apaixonados aproveitar o máximo o pouco tempo que lhes resta.

Dirigido por: Richard Linklater
Estréia mundial: 27 de janeiro de 1995

 ''I always feel this pressure of being a strong and independent icon of womanhood, and without making it look my whole life is revolving around some guy. But loving someone, and being loved means so much to me. We always make fun of it and stuff. But isn't everything we do in life a way to be loved a little more?'' Céline

Não sei se existe coisa mais deliciosa do que escolher um filme para assistir aleatoriamente e perceber que foi uma das melhores coisas que você poderia ter feito. Com Before Sunrise, que é o primeiro volume da trilogia de Richard Linklater (fazendo companhia para Before Sunset e Before Midnight, que infelizmente eu ainda não vi), foi amor a primeira vista. Lendo alguns comentários no filmow, acabei ficando curiosa para saber sobre o que se tratava. A capa foi um dos fatores para me chamar atenção também, mas o importante mesmo é que o filme conseguiu dar conta e me deixou chorando em posição fetal pela madrugada toda.

 Regado de diálogos maravilhosos e reflexivos, Before Sunrise vai construindo seu enredo de forma simples e tranquila. Os atores dão um show de espontaneidade, você por um momento acha que simplesmente filmaram um casal nas ruas e que eles não estavam atuando. A atriz que interpreta a Celina é a doçura pura. Tão angelical e ao mesmo tempo forte. Me identifiquei muito com ela, não se foi pelas ideias (com certeza foi pelas ideias) ou se foi pelo jeito que apresenta durante todos os minutos do filme. Já Ethan Hawke, o Jesse, da um show de charme. Como Celine mesmo diz em um momento do filme, ele é lindo e desajeitado, e isso com certeza deixou mulheres suspirando. Ao contrário de Celine, que era uma mulher estudada, falava inglês, alemão e francês, Jesse não era tão culto, ou pelo menos não apresentava ser, mas tinha umas ideias e um pensamento muito interessante e que ''ser culto'' não importa ali.


A intensidade passada por ambos é algo incrível e de deixar qualquer produção concorrente de boca aberta. Em um dia, eles conseguem sentir coisas que nunca sentiram por ninguém. Compartilharam experiências e pensamentos, histórias de vida tanto boas quanto as ruins. Suas visões sobre essa sociedade cada vez mais consumida pela tecnologia e pela ''falta de tempo'' - O tempo é abstrato -.  

A cada diálogo, a cada olhar, a cada beijo, a cada sorriso tímido apresentado, Before Sunrise me apresentou uma das melhores tramas que já pude assistir. Espero poder contemplar os outros dois volumes na mesma intensidade que contemplei esse. 

Identificação com sentimentos sempre são bons, sempre nos deixa alguma lição e com esse filme não foi diferente. Jovens, um sentimento único que os une, distância e uma época em que relacionamentos já estão desgastados. Before Sunrise é sobre a vida, o amor, os relacionamentos e os frutos das nossas escolhas.


''You know what drives me crazy? It's all these people talking about how great technology is, and how it saves all this time. But, what good is saved time, if nobody uses it? If it just turns into more busy work. You never hear somebody say, 'With the time I've saved by using my word processor, I'm gonna go to a Zen monastery and hang out'. I mean, you never hear that.''