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NOVIDADES LITERÁRIAS DA EDITORA ARQUEIRO | JANEIRO DE 2017

31 janeiro 2017

Olá pessoas! Como vocês estão?
2017 já começou com tudo se tratando de lançamentos literários. Hoje vou mostrar para vocês quais são os que eu mais estou ansiosa para ler.

EDITORA ARQUEIRO

ESCÂNDALOS NA PRIMAVERA
Lisa Kleypas
Daisy Bowman sempre preferiu um bom livro a qualquer baile. Talvez por isso já esteja na terceira temporada de eventos sociais em Londres sem encontrar um marido. Cansado da solteirice da filha, Thomas Bowman lhe dá um ultimato: se não conseguir arranjar logo um pretendente adequado, ela será forçada a se casar com Matthew Swift, seu braço direito na empresa. Daisy está horrorizada com a possibilidade de viver para sempre com alguém tão sério e controlador, tão parecido com seu pai. Mas não admitirá a derrota. Com a ajuda de suas amigas, está decidida a se casar com qualquer um, menos o Sr. Swift. Ela só não contava com o charme inesperado de Matthew nem com a ardente atração que nasce entre os dois. Será que o homem ganancioso de quem se lembrava era apenas fachada e ele na verdade é tão romântico quanto os heróis dos livros que ela lê? Ou, como sua irmã Lillian suspeita, o Sr. Swift é apenas um interesseiro com algum segredo escandaloso muito bem guardado?

 NINFEIAS NEGRAS
Michel Bussi

Giverny é uma cidadezinha mundialmente conhecida, que atrai multidões de turistas todos os anos. Afinal, Claude Monet, um dos maiores nomes do Impressionismo, a imortalizou em seus quadros, com seus jardins, a ponte japonesa e as ninfeias no laguinho.  É nesse cenário que um respeitado médico é encontrado morto, e os investigadores encarregados do crime se veem enredados numa trama em que nada é o que parece à primeira vista. Como numa tela impressionista, as pinceladas da narrativa se confundem para, enfim, darem forma a uma história envolvente de morte e mistério em que cada personagem é um enigma à parte – principalmente as protagonistas.  Três mulheres intensas, ligadas pelo mistério. Uma menina prodígio de 11 anos que sonha ser uma grande pintora. A professora da única escola local, que deseja uma paixão verdadeira e vida nova, mas está presa num casamento sem amor. E, no centro de tudo, uma senhora idosa que observa o mundo do alto de sua janela.

NOVA SÉRIE DA AUTORA JULIA QUINN 
Quarteto Smythe-Smith

Há quase vinte anos o sobrenome Smythe-Smith é sinônimo de música desafinada. Ainda assim – talvez por pena, talvez por surdez – a sociedade londrina continua a se reunir anualmente para assistir ao catastrófico concerto das jovens solteiras da família. Pelo seu palco passam as histórias mais cativantes e os casais mais apaixonantes.


| RESENHA #145 | A VADIA, GISLAINE OLIVEIRA

30 janeiro 2017

ISBN: B01MD2IHW6 
Título: A Vadia  
Autora: Gislaine Oliveira 
Ano: 2016
Páginas: 220
Idioma: Português
Editora: Amazon
Gênero: Jovem Adulto, Drama
Nota: 4/5
Sinopse: Esta não é uma história de amor comum, destas que você está acostumado a ler. Existe a menina boazinha? Sim! O menino bonzinho? Sim! A menina invejosa que quer separar os dois? Claro! Então o que é que esse livro tem de tão especial? Você já vai descobrir. Esta história não será contada por um narrador desconhecido, nem pelo casal apaixonado. Contrariando todas as expectativas dos românticos de plantão, quem contará a história será ela: A Vadia. Apresentações não serão necessárias. Você já conhece A Vadia. A garota alta, loira, peituda e fútil. Ela é a rival, a arqui-inimiga da garota tímida e do bem por quem o cara se apaixona. A piranha que dá em cima do mocinho e que também abandona um namorado só porque ele é pobre. Você já conhece esta trama. Mas deve saber que toda história tem dois lados. Você já conhece um. Agora vai conhecer o outro! 

"A Vadia" foi mais um dos títulos que tive oportunidade de conhecer graças ao KindleUnlimited. Nele, finalmente, conhecemos a história da vilã, no caso, a vadia. Que atire a primeira pedra quem nunca quis saber a sua versão! Quem nunca teve curiosidade em saber o lado da história da vadia que dá em cima do menino compromissado. Da menina que teve fotos íntimas vazadas. Ou até mesmo da menina que usa roupa extremamente justas ou decotadas.

Sendo narrado em primeira pessoa, conhecemos a Samantha - para os mais íntimos Sammy -, mais conhecida pelos seus colegas de classe como a vadia. Sammy é jovem, inteligente e engraçada. Apesar disso, na escola sempre esteve isolada, tudo por ser amiga de um garoto negro - no caso, o seu melhor amigo. Ela nunca passou despercebida pelos colegas de classe, porém as coisas pioraram quando um colega de classe resolveu espalhar boatos falsos ao seu respeito, fazendo com que ela ficasse conhecida como a vadia da escola.

O que mais me intrigou a respeito de Sammy é a forma com que ela lida com os boatos ao seu respeito: não dando a mínima. E não, não é só da boca pra fora! A jovem realmente não liga para os burburinhos cada vez mais frequentes. E é aí que me peguei a invejando. Aliás, quem nunca desejou dar menor importância a opinião alheia a respeito de si?

Ter poucos amigos, ou melhor, um único amigo, nunca foi um problema para Sammy. Mas as coisas passaram a ganhar proporção após o seu ex-namorado - e melhor amigo - afastar-se dela por conta de outra garota. Luiz Henrique, sempre esteve presente em sua vida. E quando digo isso é de forma literal. Suas mães eram melhores amigas e deram a luz no mesmo dia a ambos. Desde então, os dois compartilham absolutamente tudo. Até que um interesse amoroso surge entre os dois, acabando por causar rachaduras nessa amizade, que desmoronou quase por completo com o aparecimento de Diane - a atual namorada - na vida do jovem.

Se você está pensando que esse é só mais um livro que aborda o bullying na escola sofrido por uma jovem, devo lhe dizer: você está errado! É óbvio que a autora dá um destaque maior para essa temática, porém também consegue desenvolver assuntos tabus com bastante propriedade, mas sempre com humor e leveza.

"A Vadia" é uma leitura um tanto emocionante, desde que nos faz refletir sobre o quanto somos injustos muitas vezes ao não darmos importância em ouvir mais do que apenas um lado da história. E também, sobre a quantidade de vezes que escutamos por aí mulheres denegrindo a imagem de outras, ou até mesmo homens - por não aceitarem ouvir um não ou por terem levado uma mulher para a cama no primeiro encontro. Apesar de ser um livro, ele é muito real. Está presente diariamente na nossa sociedade. E no final, uma coisa é certa: somos todas vadias ou um dia seremos.

| RESENHA #144 | HARRY POTTER E A CRIANÇA AMALDIÇOADA, J.K ROWLING

28 janeiro 2017

ISBN-10: 8532530435
Título: Harry Potter e a Criança Amaldiçoada
Autores: J.K Rowling, John Tiffany e Jack Thorne
Ano: 2016
Páginas: 352
Idioma: português 
Editora: Rocco
Gênero: Fantasia
Nota: 2,5/5
Livro cedido em parceria com a editora. 

Sinopse: Sempre foi difícil ser Harry Potter e não é mais fácil agora que ele é um sobrecarregado funcionário do Ministério da Magia,marido e pai de três crianças em idade escolar. Enquanto Harry lida com um passado que se recusa a ficar para trás, seu filho mais novo, Alvo, deve lutar com o peso de um legado de família que ele nunca quis. À medida que passado e presente se fundem de forma ameaçadora, ambos, pai e filho, aprendem uma incômoda verdade: às vezes as trevas vêm de lugares inesperados.

Uma potterhead sempre irá consumir praticamente tudo o que for lançado do universo de Harry Potter. Quando vi que a peça de teatro iria virar um livro, fiquei muito empolgada, mas houve uma decepção quando comecei a conhecer a nova história do mundo bruxo londrino. 

No vídeo eu contei o que eu achei do livro. Já adianto que é apenas a minha opinião pessoa e não me importo se outras pessoas gostaram. Deem sua opinião e não deixa de se inscrever no canal ok? ♥


| RESENHA #143 | YOUNGER, PAMELA REDMOND SATRAN

27 janeiro 2017

Título: Younger
Autora: Pamela Redmond Satran
Ano: 2015
Páginas: 320
Idioma: Português 
Editora: Record
Gênero: Romance
Nota: 3,5/5

Sinopse: Livro que inspirou a série de TV com Hilary Duff e que tem tudo para agradar as leitoras de Sex and the City e Selva de Batom. Alice sempre pareceu mais nova do que realmente era, apesar de alguns fios de cabelo branco e do jeito despojado de dona de casa de Nova Jersey. Ou melhor: ex-dona de casa. Agora que o marido a deixou e que a filha já não é mais criança, ela precisa refazer sua vida. Então deixa que sua melhor amiga, Maggie, transforme seu visual na véspera do Ano-Novo. Graças às maravilhas da tintura de cabelo e de um par de jeans colado ao corpo, Alice se vê com uma aparência mais jovem, fato atestado num bar de Manhattan: à meia-noite, ela beija um cara que ainda usava fraldas quando ela já cursava o ensino médio. A mentirinha que contou a Josh a faz acreditar que, se ninguém perguntar sua idade, ninguém vai descobrir a verdade. Então Alice se candidata a um cargo na editora em que trabalhou brevemente antes de se tornar mãe em tempo integral – e consegue o emprego. Aos poucos, Josh se apaixona perdidamente por Alice, uma mulher muito mais interessante que as da idade dele. Para ele, Alice tem 29 anos – e pela primeira vez desde os 29 ela tem a sensação de que a vida é um mar de possibilidades. Mas, infelizmente, uma delas é ser desmascarada.


A ressaca literária tem me feito de refém pelos últimos quatorze dias. Estava sendo impossível começar qualquer leitura e conclui-lá. Pois então, decidi que deveria pegar algum livro sem compromisso, um livro cujo a história eu não tinha tantas expectativas depositadas. Foi assim que decidi ler Younger. 


A sinopse já é bem explicativa e conta parte do conteúdo que encontrei no livro enquanto o lia. Alice é uma mulher de 44 anos de idade recém separada e que está muito longe de sua filha Diana, já que a garota está passando um tempo na África. Na noite da véspera do Ano Novo ela permite que sua amiga Maggie a transforme e consequentemente a deixe muito mais nova do que ela é. Nesta noite, Alice conhece Josh, um cara mais novo que chamou sua atenção e correspondeu de maneira animada. Eles se beijam à meia-noite e trocam telefones para um possível encontro, o qual Alice fica muito relutante. 

A fim de dar inicio a uma vida nova, Alice tenta um emprego na antiga editora que trabalhou anos antes e com sua nova aparência mais jovial ela por fim consegue uma vaga como assistente de marketing de uma megera. A partir dai, as coisas se desenrolam com facilidade na vida de Alice, mas as complicações também chegam rapidamente.

A minha leitura fluiu muito bem, gostei da narrativa da autora e a história não me pareceu arrastada em nenhum momento. Acho que a minha baixa expectativa em relação ao livro me ajudou muito a lê-lo sem pretensões importantes demais e consegui terminar a leitura tranquilamente. Achei as últimas páginas do livro as melhores e concordei completamente com o final que a autora decidiu dar para a história de Alice, tanto na vida profissional, como relação da personagem principal com a filha e também o romance entre ela e Josh. 

Recomendo a leitura para aqueles que procuram uma história rápida e sem muitos dramas. 

| RESENHA #142 | A GAROTA DO CALENDÁRIO #10: OUTUBRO, AUDREY CARLAN

26 janeiro 2017

ISBN-10: 8576865319
Título: A Garota do Calendário #10: Outubro
Autora: Audrey Carlan
Ano: 2016
Páginas: 160
Idioma: português 
Editora: Verus
Nota: 3/5
Gênero: New Adult
Livro cedido em parceria com a editora.
Sinopse: Mia Saunders precisa de dinheiro. Muito dinheiro. Ela tem um ano para pagar o agiota que está ameaçando a vida de seu pai por causa de uma dívida de jogo. Um milhão de dólares, para ser mais exato. A missão de Mia é simples: trabalhar como acompanhante de luxo na empresa de sua tia e pagar mensalmente a dívida. Um mês em uma nova cidade com um homem rico, com quem ela não precisa transar se não quiser? Dinheiro fácil. Parte do plano é manter o seu coração selado e os olhos na recompensa. Ao menos era assim que deveria ser. Outubro virá com um sopro de novidade para Mia. Agora que as coisas estão quase todas resolvidas em sua vida, ela pode se estabelecer com o homem que ama e dar uma nova direção para sua carreira.

Eu não sei nem como dizer que estou decepcionada com a série da Garota do Calendário. Parece que perdeu toda a força no meio do caminho e está indo aos trancos e barrancos até o fim da linha. Em outubro, Mia já está respirando novos ares e novidades surgiram, algumas coisas foram resolvidas, agora ela pode voltar para o seu amado e desfrutá-lo, bem era o que ela imaginava pelo menos.

Cada vez mais superficial. Eu sempre fui uma defensora da série, mas parece que cada vez mais a história tem ficado sem rumo, perdida e superficial, sem aprofundamento de nada. Eu esperava mais desenvolvimento e apesar de termos um final cheio de amor, teoricamente, o drama do livro é pouco explorado e acabou sendo arrastado. Aqui nós também vemos a profissão da Mia ir para um rumo diferente, o que já deixa a proposta inicial da série bem distinta do que está sendo desenvolvido.

O livro é pequeno, não passa de 160 páginas, então da pra saber que a história não é muito aprofundada mesmo, mas nos outros volumes, a vida da Mia ainda era envolvente e agora não é. A decepção de não gostar mais da Mia é o que me matou, porque eu realmente gostava da personagem e enxergava sempre uma constante evolução. Agora, me pareceu que ela ficou na sombra do seu namorado Wes e perdeu todo seu brilho e determinação própria. 

Nesse livro, Wes está de volta, já que ele passou por poucas e boas no outro livro, mas ainda assim, eu não consegui enxergar aquela magia de antes. Mia e Wes são duas pessoas que se amam, que enfrentam alguns problemas, mas fazem de tudo para ficar juntos. Mesmo a Mia sendo complicada do jeito que é, eles conseguiam ter uma boa sintonia e formavam um casal que eu adorava. Mas nesse livro, os achei sem graça, e olha que aconteceu uma coisa “muito fofa” no final do livro. 

Em suma, a história foi bem meia boca. Eu esperava maiores emoções, mas acabei ficando bem descontente com os rumos da história. Agora faltam apenas dois volumes para acabar e eu estou ansiosa, mas receosa ao mesmo tempo. Não sei o que vai acontecer, porque a Audrey decaiu muito nos últimos volumes e mesmo sua escrita sendo bem acessível, a leitura foi arrastada. 

E você leitor? Já leu esse volume ou tem acompanhado a série? Me diz ai o que você achou! 

| RESENHA #141 | POR FAVOR, IGNORE VERA DIETZ, A.S KING

25 janeiro 2017

ISBN-10: 8542807073 
Título: Por Favor, Ignore Vera Dietz 
Autora: A.S King 
Ano: 2015
Páginas: 288 
Idioma: Português
Editora: Novo Século
Gênero: Jovem Adulto Maduro, drama
Nota: 5/5

Sinopse: Vera Dietz e Charlie Kahn foram melhores amigos desde crianças até completarem 17 anos. Mas agora Charlie está morto. E morreu de uma maneira horrível e misteriosa. E morreu brigado com Vera. A vida não tem sido fácil desde então. Vera não sabe direito como agir, como pensar, o que sentir. Sua mãe foi embora quando ela tinha apenas 12 anos, e seu pai é adepto da filosofia de ignorar os problemas até que eles desapareçam por mágica. Mas Vera precisa fazer suas entregas no Templo da Pizza. Precisa abrir o coração para o amor. Precisa concluir o Ensino Médio. Precisa colecionar palavras para a aula de Vocabulário. Precisa entender o que realmente aconteceu com Charlie. Precisa seguir em frente. 


''Por Favor, Ignore Vera Dietz'' foi quem me propiciou um primeiro contato com a A.S King e, uma coisa eu devo dizer: não poderia ter escolhido melhor. O que, sem dúvidas mais me encanta, é a forma com que a autora consegue desenvolver com maestria assuntos um tanto conflituosos em nossa sociedade, como: alcoolismo, bullying, pedofilia e violência doméstica. Temas que precisam ser abordados, que devem estar cada vez mais presentes em livros, desde que é uma forma de nós refletirmos sobre estes problemas que assolam o nosso cotidiano. 

Neste conhecemos Vera Dietz, uma jovem de dezoito anos que está terminando sua jornada pelo Ensino Médio. Tudo o que Vera sempre quis foi passar despercebida pelas pessoas à sua volta. Porém, isso não é uma tarefa fácil desde que o seu passado lhe condena, ou melhor, o de sua mãe, que trabalhava como uma stripper em um bar de sua cidade como forma de levar dinheiro para dentro de casa. 

Como se não bastasse, ao contrário da grande maioria de seus colegas de classe, Vera se vê obrigada a começar a trabalhar desde de cedo a fim de futuramente pagar por seus estudos. Segundo o seu pai, essa é uma maneira de a educar. Assim, além de toda a tortura que é estar no último ano do Ensino Médio, Vera ainda trabalha numa pizzaria como entregadora no período da noite – inclusive inicialmente contrariada, apenas como uma forma de finalmente conseguir a permissão de utilizar o carro de sua mãe que há tempos está parado na garagem. 

Vera não tem uma relação fácil com o seu pai. Desde de que sua mãe decidiu fugir com um podólogo e abandonar a própria filha e o marido, os mesmos encontram-se desestabilizados e tentando arrumar o caos emocional que sua partida resultou em ambos. Além disso, Vera recentemente perdeu o seu melhor amigo, Charlie. Ou melhor, já o havia perdido antes de sua morte, desde que ele se virou contra ela após mudar completamente seu comportamento – tornando-se agressivo e ''rebelde'' – após fazer novas amizades. 

A partir disso, Vera encontra na bebida o seu refúgio, ignorando completamente os conselhos de seu pai – um ex-alcoólatra – a respeito disso. Assim, se metendo em diversas confusões. É nítido o quanto a jovem precisa de ajuda de um profissional para lidar com problemas em casa e também os trazidos pela morte do melhor amigo, porém sem receber o apoio necessário, ela se vê obrigada a lidar sozinha com a enxurrada de sentimentos que carrega dentro de si. 

Um dos diferenciais do livro é o fato do mesmo ser narrado no presente, porém também trazer fatos do passado de Vera, lembranças de sua vivência ao lado de Charlie e também, que formam um quebra-cabeça em volta de sua morte um tanto misteriosa até então. Além disso, a autora nos traz capítulos em que tanto o Charlie – do além - quanto o pai de Vera contam suas histórias a partir dos seus pontos de vistas. E para mim, isso é simplesmente incrível, porque dessa forma, não ficamos presos apenas ao lado da história contado pela jovem e sim, podemos conhecer realmente os outros personagens que são tão importantes quanto a mesma nessa história. 

Devo dizer que comecei o livro odiando Charlie devido suas atitudes, mas foi apenas tendo um contato direto com o mesmo e suas explicações que pude realmente conhecer o jovem. Charlie nunca teve uma vida fácil, desde muito pequeno presenciou a violência por parte do seu pai em relação a sua mãe e nunca teve suporte algum por parte dos mesmos, que desde cedo mergulhou no Universo adulto buscando em cigarros e más companhias o refúgio que nunca encontrou dentro da sua própria casa. Apesar de a história se basear na forma com que Vera lida com o luto e seus problemas dentro de casa, também encontramos nele um apelo desesperado por parte de Charlie em fazer Vera se aprofundar no que realmente aconteceu no dia da sua morte para que finalmente pudesse ficar em paz consigo mesmo e fazer com que a sua melhor amiga pudesse entender os motivos pelos quais o levou a tomar certas atitudes em relação a ela, quando na verdade, ele nunca a deixou de amar. 

Por fim, indico Por Favor, Vera Dietz para quem deseja ser tocado intensamento e passar dias após essa leitura refletindo. Desde que, trazendo alto teor de reflexão, nos faz perceber o quanto muitas vezes agimos de forma errônea julgando o próximo levando em consideração apenas a opinião de um terceiro. E além disso, o quanto é preciso nos atentarmos ao que o próximo tenta nos dizer, sendo verbalmente ou não, que algumas pessoas encontram em formar diferente uma maneira dos pedir ajuda e que muitas vezes tudo o que elas têm é isso! 

| RESENHA #140 | PECADOS NO INVERNO, LISA KLEYPAS | AS QUATRO ESTAÇÕES DO AMOR #3

24 janeiro 2017

Título: Pecados no Inverno – As Quatro Estações do Amor #3
Autora: Lisa Kleypas
Ano: 2016
Páginas: 288
Idioma: Português
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance de Época
Nota: 3,5/5

Sinopse: Agora é a vez de Evangeline Jenner, a Wallflower mais tímida que também será a mais rica quando receber sua herança. Mas primeiro ela tem que escapar das garras de seus ambiciosos parentes, Evie recorre a Sebastian, visconde de St Vincent, um conhecido mulherengo, com uma proposta incrível: que se case com ela! A fama de Sebastian é tão perigosa que trinta segundos a sós com ele arruínam o bom nome de qualquer donzela. Mesmo assim, esta cativante jovenzinha se apresenta em sua casa, sem acompanhante, para lhe oferecer sua mão. Mas a proposta impõe uma condição: depois da noite da lua-de-mel, o casal não voltará a ter relações íntimas. Evie não deseja torna-se apenas mais uma que Sebastian descarta sem piedade, o que significa que Sebastian simplesmente tem que trabalhar mais duro na sua sedução... ou, talvez entregar seu coração pela primeira vez em nome do verdadeiro amor.


Evangeline Jenner é uma jovem muito tímida e aparentemente bastante insegura também, é herdeira de uma grande fortuna que lhe será entregue quando seu pai falecer, o que está perto de acontecer, já que ele se encontra muito adoecido por conta de uma doença terrível. 


Sebastian, o visconde de St Vincent, é um homem cheio de audácia e ousadia, conhecido pelo seu caráter duvidoso e que está com uma situação financeira muito delicada. Conhecemos o personagem no livro anterior e por conta de seus atos irresponsáveis e inescrupulosos no segundo volume da série, duvidei um pouco se conseguiria entendê-lo melhor e vir a gostar dele de alguma maneira. 

Os familiares que cuidam de Evangeline são claramente muito interesseiros e a tratam de forma cruel. Sabendo que a herança da garota em breve estará a disposição da mesma, eles decidem que vão obrigá-la a se casar com um primo próximo, com o intuito de matá-la em seguida e ficar com todo o dinheiro. Desconfiada dos planos malignos da família, Evangeline decide tomar uma decisão drástica e procura por Sebastian, sabendo que tem uma proposta que ele não poderá recusar: Casar-se com ela, a fim de quitar suas dívidas com o dinheiro da herança dela, assim poder viver tranquilamente e em troca ele somente teria que protegê-la. 

Neste terceiro volume mudamos um pouco de ambiente, com um cenário que incluí principalmente uma casa de jogos para os aristocratas da sociedade londrina. Mudança que achei interessante e gostei, pois deu algum diferencial ao livro. Quem leu minhas outras resenhas, sabe que tenho tido um problema de envolvimento com essa série e por mais que este livro tenha me agradado mais que o anterior, não me cativou como eu queria. 

Evangeline se mostrou muito mais que uma garota insegura e conquistou meu respeito ao longo do livro. E apesar de passar boa parte da história desconfiada de Sebastian e não tão certa de que gostaria dele num futuro próximo, o personagem conseguiu me conquistar já nos últimos minutos do segundo tempo. O romance entre os dois não se deu rápido, mas isso fez com que acontecesse de maneira mais coerente do que imaginava. Não foi o suficiente para eu amar o livro, no entanto tive uma leitura agradável o suficiente e bem rápida. Logo terei o quarto e último volume da série em mãos e espero que no encerramento eu tenha uma experiência mais emocionante.




| RESENHA #139 | QUANDO EU PARTI, GAYLE FORMAN

23 janeiro 2017

ISBN-10: 8501107654
Título: Quando eu parti
Autora: Gayle Forman
Ano: 2016 
Páginas: 308
Idioma: português 
Editora: Record
Nota: 4/5
Livro cedido em parceria com a editora.

Sinopse: Quando um coração falha, não é apenas o corpo que trai. Mas sonhos desfeitos, amores não vividos, destinos cruzados. Maribeth Klein tem a própria cota de problemas: do marido omisso até a chefe e ”ex-amiga” Elizabeth, passando pelos gêmeos superativos. Ela está sempre tão ocupada que mal percebe um ataque cardíaco. Depois de uma complicação inesperada no procedimento cirúrgico, Maribeth começa a questionar os rumos que sua vida tomou e faz o impensável: vai embora de casa. Longe das exigências do marido, filhos e carreira, e com a ajuda de novos amigos, ela finalmente é capaz de enfrentar o passado e os segredos que guarda até de si mesma

Eu nunca tinha lido nada da autora até o momento em que peguei Quando eu parti nas mãos. Nesse livro, temos a história de Maribeth klein, mulher, mãe, esposa, boa profissional... Tudo ia aparentemente bem, até que Maribeth tem um infarto sem perceber, mas foi salva devido a uma consulta já marcada, já de rotina. Assim, nossa protagonista acabará passando por um processo cirúrgico, mas as reflexões começam a surgir, e ela percebe que talvez não esteja tão satisfeita assim com sua vida, com seu relacionamento, tendo que bancar a casa, tendo que ser a boa mãe, tendo que manter as aparências. 

É a partir disso que a história começa de fato, Maribeth começa a se sentir pressionada, saturada, "sem saco" para tudo, simplesmente cansada da vida que levava e das aparências que precisava manter em prol de não ser atingida pelos julgamentos da sociedade. Então um dia, ela simplesmente pega suas coisas e sai de casa, sem data de retorno, sem nada definido. Ela simplesmente partiu. 

Eu gostei muito da narrativa da autora, mas confesso que a história não me envolveu por completo. Eu nunca fui esposa, nem mãe, nem uma profissional que precisasse sustentar a casa, então não conseguia me conectar e ter as mesmas reflexões que a protagonista e por isso não me envolvi totalmente na história. No entanto, a premissa é tão interessante e importante, que acabei me aventurando e foi uma leitura ótima, mesmo não tendo os mesmos conflitos internos que a protagonista.

"A mulher exausta,multitarefa. Uma ida ao hospital e parece que está tirando férias definitiva, Um chance de ser cuidada ao invés de cuidar dos outros. E sem culpa ainda por cima."

A sociedade nos impõe toda essa pressão e é um fato. Até mesmo nossa família nos impõe todo o fardo de sermos boas mulheres, boas mães, boas esposas, boas em tudo, essa pressão simplesmente existe e nem todo mundo consegue lidar da melhor maneira. Achei Maribeth uma personagem tão humana, tão sensibilizada, que tive empatia com ela em basicamente toda a história. E gostei da maneira como a autora abordou isso, vi que muitas pessoas acharam a personagem egoísta e radical, mas eu enxerguei de outra forma, a enxerguei como uma humana mesmo. 

A escrita da autora é muito madura e rica, o que foi uma surpresa para mim. Não sei se imaginava ela como a autora de livros YA, mas nesse livro ela realmente me impressionou e me deixou com vontade de ler suas outras obras. Aqui, a história é narrada em terceira pessoa, o que me agradou muito, já que sou fã desse estilo de narração. 

A jornada de descobrimento e avaliação sobre a vida da protagonista é o ponto alto da história e acredito que as reflexões foram jogadas em momentos necessários. Acredito que muitas mulheres lerão e se identificarão com a obra e repensarão sobre questões sociais e sobre a própria vida. Acho que a autora poderia ter explorado um pouco mais o final, tê-lo deixado mais fechadinho, mas talvez tenhamos uma continuação, vai que!

Em síntese, Quando eu parti foi uma obra muito boa e, que apesar de não ter me envolvido completamente, foi uma história no qual eu achei necessária para o meu futuro. É um livro adulto, sobre questões adultas e muito bem escrito, que todos deveriam ter a chance de ler. Então não perca tempo, viu?

ENTREVISTA COM A AUTORA DE A IMPROVÁVEL ANNELISE, TATYANA AZEV

22 janeiro 2017

Olá queridos leitores! 
Vocês sabem que eu adoro entrevistar autores, né non? Eu sempre fico interessada em saber sobre seus processos de escrita, sobre suas inspirações, sobre suas vidas.. E no post de hoje, nós temos a entrevista com uma autora muito querida, a Tatyana Azev, do livro A Improvável Annelise! Vem conferir que tá muito legal. ❤


1. Para te conhecer melhor... Tatyana, me conte mais sobre você.
Eu sou Tatyana com Y (sempre tenho que falar isso rsrsrs), jornalista e canceriana. Como já morei em vários lugares do Brasil, fica difícil dizer de onde sou. Atualmente, respondo que moro em Brasília e vim de Floripa. Adoro imaginar mundos possíveis, nesse e em outros planetas, e criar personagens na minha cabeça. Escrever começou por acaso e hoje é uma necessidade.

2. Sempre fico muito curiosa para entender como os autores se inspiram para escrever fantasias. Da onde veio sua inspiração para escrever a Improvável Annelise?
Para falar a verdade, acho que nem eu sei ao certo como a história surgiu! Foi em algum dia dos meus primeiros meses em Brasília. Começou com uma cena, um encontro incômodo da Annelise com o Oliver. Essa cena foi para o papel e eu quis descobrir quem eram eles dois. Aos poucos, cenários e personagens foram aparecendo. Mas aí a rotina tomou meu tempo e o primeiro rascunho de metade do livro foi para a gaveta e só saiu de lá dois anos depois. Quando olhei para tudo aquilo de novo, soube exatamente o que ia acontecer e sobre o que se tratava a história.

3. Qual foi a maior dificuldade que você encontrou para lançar seu livro? Você sente que o mercado editorial independente vem crescendo cada vez mais visto que as editoras pouco apostam em fantasias nacionais?
Acho que a maior dificuldade é fazer todo o processo de uma editora sozinha: encontrar profissionais para revisão, capa, impressão. Meu livro estava pronto em fevereiro e só consegui lançá-lo fisicamente em setembro. Para quem gosta de escrever, esse trabalho é meio desgastante. rsrs
Acho que o mercado editorial independente está crescendo porque temos mais oportunidades de publicação agora (a Amazon é um bom exemplo). Comecei com meu livro em ebook. Quando vi que as pessoas se interessaram, fui atrás de lançar o livro físico. Sobre as editoras, não vivemos uma fase econômica favorável, e isso deve ser levado em conta. Mesmo assim, aos poucos, nomes nacionais estão ganhado espaço. Muito mais do que há uma década, por exemplo. É um processo lento de valorização do nacional, mas acho que estamos no caminho certo.

4. Quem é o seu personagem favorito do livro? Foi fácil ou difícil escreve-lo?
Nossa, difícil é dizer quem é o favorito!!
A dupla Jake e Emma foi a mais difícil, talvez os dois sejam meus queridinhos exatamente por isso. Na primeira versão da história, eu foquei muito mais na Anne, na Elissa e no Oliver. Quando reli, percebi que faltava descobrir quem eram os primos, qual era a história deles. Aí eles também viraram meus melhores amigos.

5. Eu adorei a história, principalmente da representatividade LGBT, você acha que os autores ainda possuem medo de escrever personagens homossexuais em fantasias (e no geral)?
Não sei se é medo. Existem padrões que vão sendo repetidos e nós nos acostumamos com eles. Felizmente, já temos exemplos de representatividade e esses padrões estão mudando.

6. Normalmente, quando preciso de inspiração, acabo ficando reclusa e consumindo muita música. Como funciona seu processo produtivo e criativo?
Eu também fico bem reclusa! Adoro encontrar músicas para as cenas e imaginar os acontecimentos na minha cabeça antes de escrever. É como um filme sendo construído aos poucos. Assisto séries e vejo filmes do gênero. Faço muita pesquisa. Aí, quando tenho o roteiro e sei quem são os personagens, começo a escrever.

​7.  E para finalizar, Tatyana, há planos para um sequência de A Improvável Annelise? rs.
Então... Eu não fiz o livro pensando em uma sequência. É um livro único. Mas é claro que não me despedi da Anne quando escrevi o FIM. Muita coisa acontece depois rsrs

| RESENHA #138 | O PODEROSO CHEFÃO, MARIO PUZO

20 janeiro 2017

ISBN-10: 8501025437
Título: O Poderoso Chefão
Autor: Mario Puzo
Ano: 2016
Páginas: 462
Idioma: português 
Editora: Record
Gênero: Crime / Drama / Ficção / Literatura Estrangeira / Romance / Romance policial
Nota: 5/5
Livro cedido em parceria com a editora.

Sinopse: Publicado em 1969, a saga O poderoso chefão é, até hoje, a mais perfeita reconstituição das famílias mafiosas de Nova York. O carismático Don Vito Corleone é o chefão de uma delas. Apesar de implacável, Don Vito é, essencialmente, um homem justo. Padrinho benevolente, nada recusa aos seus afilhados: conselho, dinheiro, vingança e até mesmo a morte de alguém. Em troca, o poderoso chefão pede apenas o respeito e a amizade de seus protegidos. Assim, todas as suas vontades se tornam realidade. Porém, ninguém pode vencer o tempo. Quando seus inimigos atacam juntos e tudo que sua família significa estiver por um fio, o velho Corleone terá de escolher, entre seus filhos, um sucessor à altura. E Mario Puzo constrói de maneira hábil um mundo de intrigas, decisões cruéis e honra, num legado de tradição e sangue.
O Poderoso Chefão é considerado por mim um dos maiores e melhores livros que já li na vida e do gênero. Há alguns anos atrás, li o livro (uma outra edição da Record) e maratonei os filmes. Foi surreal de tão incrível. No finalzinho de 2016 eu tive a oportunidade de reler essa história, nessa mais nova edição lançada. A nostalgia de voltar para essa história foi algo maravilhoso.

O Poderoso Chefão é uma das maiores histórias sobre a mafia. Ele conta sobre Don Vito Corleone, um chefe de uma grande família italiana e mafiosa de Nova York. Don Vito é um "grande homem", nunca deixa de ser justo e de ajudar seus afilhados e familiares. Ele concede dinheiro, vingança, morte, tudo o que for necessário e em troca ele apenas quer a lealdade e o respeito, o que o torna um grande líder. No entanto, nem tudo são flores, quando os inimigos começam a atacar, sua família se torna um alvo e tudo pode ir por água abaixo. Em tempos de crise, Don Corleone precisará escolher entre seus filhos e um sucessor que esteja à altura para manter o seu reinado. 

Mario Puzo tem uma narrativa tão envolvente que não sei descrever o quão imersa me sinto lendo sua obra. Sua escrita é direta, dura, mas a sua trama e os seus personagens são bem escritos e desenvolvidos, e isso para mim torna essa obra tecnicamente espetacular. Aqui trabalhamos sobre as relações de poder, sobre o poder da máfia, da família e da lealdade de grandes líderes. Além disso, toda a história da mafia americana com um toque italiano e nuances da época, são incríveis para amantes de história. 

Todos os personagens são interessantes a sua medida e bem explorados na narrativa adotada por Mario. Apesar de eu ter visto a adaptação cinematográfica dirigida por Francis Ford Copolla, quando li o livro me senti muito mais inserida e mesmo sabendo o destino final da história e dos personagens, me envolvi da mesma maneira e não queria que o livro terminasse nunca. 

Sabe aquele lance de torcer para o vilão? Isso acontece bastante. Nesse caso, nossas questões éticas e morais entram em jogo quando nos vemos defendendo mafiosos, mas talvez essa seja a grande sacada dessa história. Os conflitos internos da relação do bem e do mal, do certo e do errado. 

Em suma, a releitura desse livro foi muito satisfatória. A edição antiga da Record não era muito boa, mas essa é incrível. Toda a diagramação está muito boa e me ajudou muito na leitura do livro. Se você não conhece essa história, admito que você não pode esperar muito tempo para ler, porque sério, é incrível. Se você gosta de romance policial, crimes, drama, romance, esse livro é perfeito. E, além de ser envolvente, é MUITO bem escrito. 

| RESENHA #137 | CONFISSÕES DO CREMATÓRIO, CAITLIN DOUGHTY

19 janeiro 2017

ISBN-10: 8594540000
Título: Confissões do Crematório 
Autora: Caitlin Doughty 
Ano: 2016
Páginas: 260
Idioma: Português
Editora: DarkSide
Gênero: Autobiografia, não-ficção
Nota: 4/5

Sinopse: Ainda jovem, Caitlin conseguiu emprego em um crematório na Califórnia e aprendeu muito mais do que imaginava barbeando cadáveres e preparando corpos para a incineração. A exposição constante à morte mudou completamente sua forma de encarar a vida e a levou a escrever um livro diferente de tudo o que você já leu sobre o assunto. Confissões do Crematório reúne histórias reais do dia-a-dia de uma casa funerária, inúmeras curiosidades e fatos filosóficos, históricos e mitológicos. Tudo, é claro, com uma boa dose de humor. Enquanto varre as cinzas das máquinas de incineração ou explica com o que um crânio em chamas se parece, ela desmistifica a morte para si e para seus leitores. O livro de Caitlin – criadora da websérie Ask a Mortician – levanta a cortina preta que nos separa dos bastidores dos funerais e nos faz refletir sobre a vida e a morte de maneira inteligente, honesta e despretensiosa – exatamente como deve ser. Como a autora ressalta na nota que abre o livro, “a ignorância não é uma bênção, é apenas uma forma profunda de terror”. 

Confissões do Crematório nos traz a história de vida de Caitlin Doughty, uma jovem de 32 anos que é um tanto mórbida. Desde de muito cedo a jovem desenvolveu uma fascinação pela morte. Tudo começou ao ver uma garotinha despencando de mais de dez metros de um dos andares de um shopping center. Foi quando a jovem foi realmente apresentada a para a morte. Já na faculdade, Caitlin buscava constantemente estudar a respeito disso, mergulhando na história medieval e estudando todos os aspectos relacionados a mortalidade.

Ao contrário da grande maioria, o emprego dos sonhos da jovem é voltado à morte. E desde então, ela abandonou sua área de atuação e foi em busca de um emprego na indústria funerária norte-americana. Caitlin tirou a sorte grande ao conseguir um emprego na Westwind Cremation & Burial – em São Francisco – mesmo sem experiência na área. E é a partir de então que a jovem nos relata acontecimentos relacionados ao seu cotidiano dentro do crematório, fatos que nós meros mortais, sequer imaginamos, pois preferimos acreditar que nossos entes queridos aparecem da forma que os vemos dentro do caixão, sem sequer passar por qualquer procedimento até chegar ali. 

Sem poupar seus leitores dos mínimos detalhes, a autora traz em seu livros detalhes de como é realizado um embalsamamento, o processo de cremação – em adultos, bebês e até mesmo em apenas membros de um corpo – e também, a busca dos corpos em residências e hospitais. Digamos que não é um livro para quem tem estômago fraco, já que a autora tenta trazer aos seus leitores até mesmo uma aproximação ao cheiro e coloração de um cadáver em decomposição.

''Por mais que a tecnologia possa ter se tornado nossa mestra, precisamos apenas de um cadáver humano para puxar a âncora do barco e nos levar de volta para o conhecimento firme de que somos animais glorificados que comem, cagam e estão fadados a morrer. Não somos nada mais do que futuros cadáveres.''

Como se não bastasse, a autora nos traz muitos momentos de reflexão, questionando a nossa visão em relação a morte, tudo isso com grande embasamento em fatos científicos e históricos – que foram coletados durante seis anos antes de começar a escrever o livro. Como por exemplo, uma aldeia indígena no Brasil que tinha o costume de comer seus entes queridos como um processo de aceitação da morte. 

Confesso que ao começar a leitura esperava uma coisa completamente diferente de Confissões do Crematório. Acreditava que seria somente um livro com diversos acontecimentos relacionados ao cotidiano de uma jovem em um crematório. Porém, a autora nos traz muito mais do que isso. O real objetivo do livro é apresentar aos seus leitores o quanto a indústria funerária ''maquia'' a morte, fazendo com que uma coisa que deveria ser normal torne-se um tabu, algo que deve ser ao máximo minimizado. 

''A morte é o motor que nos mantém em movimento, que nos dá motivação para realizar, aprender, amar e criar.''

A DarkSide nunca nos decepciona, não é mesmo?! Essa edição ficou simplesmente incrível, eu adorei tudo a respeito dela, cada mínimo detalhe. Acredito que tudo nela combinou com o tema tratado no livro. Sem dúvidas, é um dos livros mais bonitos que tenho na minha estante. 

Devo dizer que é com muita dificuldade que escrevi esta resenha, desde que há muito para refletir a respeito da leitura. Bom, a recomendo para quem deseja ter uma visão diferente sobre a morte, abandonar as amarraras da sociedade e conseguir aproveitar a vida sem o constante medo da morte. 

| RESENHA #136 | ERA UMA VEZ NO OUTONO, LISA KLEYPAS | AS QUATRO ESTAÇÕES DO AMOR #2

18 janeiro 2017


Título: Era uma vez no Outono – As Quatro Estações do Amor #2

Autora: Lisa Kleypas
Ano: 2016
Páginas: 288
Idioma: Português 
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance de Época
Nota: 3/5

Sinopse: A jovem e obstinada Lillian Bowman sai dos Estados Unidos em busca de um marido da aristocracia londrina. Contudo nenhum homem parece capaz de fazê-la perder a cabeça. Exceto, talvez, Marcus Marsden, o arrogante lorde Westcliff, que ela despreza mais do que a qualquer outra pessoa. Marcus é o típico britânico reservado e controlado. Mas algo na audaciosa Lillian faz com que ele saia de si. Os dois simplesmente não conseguem parar de brigar. Então, numa tarde de outono, um encontro inesperado faz Lillian perceber que, sob a fachada de austeridade, há o homem apaixonado com que sempre sonhou. Mas será que um conde vai desafiar as convenções sociais a ponto de propor casamento a uma moça tão inapropriada?


Lillian Bowman precisava se casar, pois assim foi dito pelo seus pais. Então ela e sua irmã embarcam para a Inglaterra em busca de seu futuro marido aristocrata e rico. O problema maior é que as irmãs Bowman não são tão bem aceitas na sociedade londrina, apesar da riqueza conhecida de seu pai. Além disso, a excentricidade das duas, principalmente de Lillian tornam as coisas ainda mais difíceis. 


Lorde Westcliff não poderia ser mais diferente da sem igual Lillian. O rapaz é muito responsável, sério e totalmente reservado. Procura ficar longe de escândalos e tenta ser o filho perfeito que o pai sempre quis que ele fosse. Com todas as suas obrigações e ocupações, não tinha tempo para se preocupar com uma mocinha cheia de si como Lillian.

Diante de vários conflitos de opiniões e dois personagens muito cabeças duras, acompanharemos uma história cheia de discussões e rixas entre Lillian Bowman e Westcliff. Ambos os personagens possuem personalidades fortes e decidas, o que resultará em muita desarmonia entre os dois. Entretanto, nenhum deles conseguirá desenfrear a paixão impulsiva que nascerá entre o casal. 

Não sei explicar exatamente o meu problema principal com a série, pois continuo sempre amando a escrita da autora, que na minha opinião é uma das melhores do gênero. Porém, infelizmente faltou algo a mais para fazer com que eu caísse de amores pelos personagens principais e sua história de amor e ódio. Além de ter algumas ressalvas em relação a como a história se desenvolveu especialmente na parte final. Achei o ''vilão'' fraco e sem nexo nenhum, e isso me desanimou um pouco durante a leitura.

Apesar dos pesares, Lisa Kleypas continua sabendo como escrever com maestria e isso eu não posso deixar de elogiar. Mesmo não sendo minha série favorita da autora, ainda sim indico a leitura, uma vez que sua experiência como leitor pode ser melhor que a minha. Já li o terceiro volume, que logo será resenhado aqui e em breve terminarei a série, lendo o quarto e último volume. 

| RESENHA #135 | A GAROTA DO CALENDÁRIO #9: SETEMBRO, AUDREY CARLAN

17 janeiro 2017

ISBN-10: 8576865300
Ano: 2016
Páginas: 144
Idioma: português 
Editora: Verus
Gênero: romance erótico
Nota: 3/5
Livro cedido em parceria com a editora.

Sinopse: Mia Saunders precisa de dinheiro. Muito dinheiro. Ela tem um ano para pagar o agiota que está ameaçando a vida de seu pai por causa de uma dívida de jogo. Um milhão de dólares, para ser mais exato. A missão de Mia é simples: trabalhar como acompanhante de luxo na empresa de sua tia e pagar mensalmente a dívida. Um mês em uma nova cidade com um homem rico, com quem ela não precisa transar se não quiser? Dinheiro fácil. Parte do plano é manter o seu coração selado e os olhos na recompensa. Ao menos era assim que deveria ser. Em setembro, Mia será obrigada a dar o cano no cliente do mês, pois um problema urgente de família exige sua atenção. Ela vai voltar para Las Vegas e ficar cara a cara com o passado, num reencontro que pode reabrir feridas antigas.
E aqui estamos nós, já no mês de setembro! Eu me lembro como se fosse ontem quando comecei a ler a série da Garota do Calendário, muito popular aqui no Brasil e no exterior. Até o mês de agosto, eu defendi bastante a leitura da história, pois gostava dos rumos que tudo estava levando. No entanto, alguma coisa mudou (para pior) e eu vou explicar os motivos do meu descontentamento com a série.

Em setembro, acontece o que eu sempre esperei, Mia não tem um cliente do mês, porque um problema de família surge e exige a sua atenção e sua volta a Las Vegas, mas por causa disso, ela terá que enfrentar coisas do passado que ela não queria e reabrirá feridas bem mais profundas e antigas.

Enquanto nos livros anteriores nós tínhamos uma sequência de fatos e desenvolvimento da vida pessoal e profissional da Mia, nesse livro, deu uma estagnada. Viemos de um mês com fortes revelações, agosto, mas nesse livro em questão, o mês de setembro acabou não sendo tão bom ou envolvente como os anteriores. Os problemas da protagonista começam a aparecer, inclusive temos o  Blaine na trama, mas todos os dramas gerados, foram mal explorados e desenvolvidos, tornando a Mia uma protagonista chata e decepcionante.

Apesar do passado retornar, senti falta de muita coisa na série, do tom mais leve e suave que os volumes anteriores tinham. Apesar de não me importar com as cenas quentes religiosamente em quase todo capítulo, senti falta de um "motivo", um "porque" nesse volume e acabei me incomodando com as cenas calientes demais e totalmente sem propósito. 

A narrativa continua na mesma base que os volumes anteriores, como é um livro curto, não há tanto desenvolvimento da história, mas normalmente temos uma lição moral no final de tudo. Apesar de ter sido uma leitura rápida, não foi uma leitura empolgante e confesso ter ficado muito decepcionada com o rumo que a história tomou. Senti falta do Wes, mas acredito que seja o caminho que a autora escolheu par ao casal. Não adianta colocar reviravoltas, se não explorar bem a história. 

Em suma, A Garota do Calendário no mês de setembro não me agradou o tanto que eu gostaria. O que me resta agora é ler os últimos volumes e acreditar que a história vai se encerrar coerente com sua proposta. E vocês? Já leram o mês de setembro? 

| RESENHA #134 | MENINA MÁ, WILLIAM MARCH

13 janeiro 2017

ISBN-10: 8566636813 
Título: Menina Má
Autor: William March
Ano: 2016
Páginas: 272
Idioma: Português
Editora: DarkSide
Gênero: Supense, terror
Nota: 5/5

Sinopse: Rhoda, a pequena malvada do título, é uma linda garotinha de 8 anos de idade. Mas quem vê a carinha de anjo, não suspeita do que ela é capaz. Seria ela a responsável pela morte de um coleguinha da escola? A indiferença da menina faz com que sua mãe, Christine, comece a investigar sobre crimes e psicopatas. Aos poucos, ela consegue desvendar segredos terríveis sobre sua filha, e sobre o seu próprio passado também. 


Menina Má foi publicado originalmente como ''The Bad Seed'' em 1964, sendo um dos maiores sucessos da época devido a temática abordada. William March trouxe à tona uma discussão um tanto quanto polêmica: ''Quando nasce a maldade? Nascemos todos inocentes e somos corrompidos pelo mundo à nossa volta? Ou será a maldade uma espécie de semente que carregamos dentro de nós capaz de brotar até mesmo na mais adorável das crianças?''. 

O livro vai muito além de ficção, é mais real do que podemos imaginar. Trata-se sobre uma criança com tendências psicopatas, uma menina verdadeiramente má, a Rhoda. Uma criança doce, adorável e extremamente inteligente que, aos olhos de todos, inicialmente não passa de uma criatura de caráter exemplar. Porém, por trás deste semblante habita uma criança completamente mentirosa, dissimulada e calculista. 

"Eu sei que, no fundo, você está muito triste, minha linda. Rhoda encaixou uma peça do quebra-cabeça em seu devido lugar e então, voltando-se para a mãe, disse, em tom surpreso: ''Não sei do que você está falando, mãe. Não sinto nada." 

A história gira em torno da desconfiança de sua mãe, Christine Penmark, em relação à sua filha após um piquinique realizado pela escola em que Rhoda estuda. Neste, um de seus colegas de classe acabou se acidentando e morrendo, porém isto não é tudo, o menino em questão foi encontrado sem sua medalha de melhor aluno, aquela que Rhoda estava obcecada e teimava em dizer que deveria lhe pertencer. Através da reação de sua filha, completamente fria, Christine Penmark desenvolve obsessão pelo acontecimento, levando-a descobrir que por trás deste existem muitas lacunas de seu passado que até então estavam incompletas. 

Um dos aspectos que mais me agradou em Menina Má, foi a maneira como o autor desenvolveu os personagens, com personalidades excepcionalmente únicas, indo muito além apenas de Christine e Rhoda. Como por exemplo, Leroy, o zelador, que se mostra uma criatura extremamente perturbada, represando seu mundo obscuro. 

“Eu achei que conhecesse meninas más, mas você é a pior de todas.” 

Tratando-se de uma narrativa viciante, sem dúvidas, é um daqueles livros que não sentimos vontade de parar de ler enquanto não chegarmos ao fim. E também, é inevitável negar que Menina Má é um livro que nos faz repensar sobre até em que ponto uma criança é doce e carismática quanto aparenta ser. 

Não é preciso nem dizer sobre a capa, não é mesmo?! A DarkSide sempre nos traz edições maravilhosas e únicas. Porém, devo ressaltar que Menina Má é um dos livros que considero mais bonito da minha estante, sua composição de cores e detalhes é magnificante e um tanto quanto sombria. 

| RESENHA #133 | PRINCESA DAS ÁGUAS, PAULA PIMENTA (PRINCESAS MODERNAS #3)

12 janeiro 2017

ISBN-13: 9788576950080
Série: Princesas Modernas #3
Título: Princesa das Águas
Autora: Paula Pimenta
Ano: 2016
Páginas: 368
Idioma: português 
Editora: Galera Record
Gênero: Infanto juvenil, nacional
Nota: 3/5
Livro cedido em parceria com a editora. 

Sinopse: "Ele estava tão perto que pude perceber a tonalidade verdadeira dos seus olhos. Antes eu pensava ser da cor de uma piscina. Mas agora eu via que não era bem isso. Eles eram como o mar quando fica mais fundo... Aquele tom exato em que o verde se torna azul." Arielle Botrel é uma nadadora famosa, prestes a viver o maior desafio de sua existência: participar das Olimpíadas pela primeira vez. Porém, ao contrário do que todos pensam, ela não possui tudo que deseja. Por ser a filha caçula de uma grande família, a garota é muito protegida e, apesar das medalhas e dos troféus, sonha com um cotidiano diferente, onde possa ser livre. Até que um dia um acidente faz tudo mudar. Arielle é apresentada a um mundo novo... E nele existe alguém que vira sua vida de cabeça para baixo. Porém, para conquistá-lo, ela terá que abrir mão de sua voz. Será que Arielle - sem uma única palavra - vai conseguir conquistar esse príncipe? E se no coração dele já existir outra princesa?

E eu finalmente li alguma coisa da Paula Pimenta. 
Desde a minha adolescência tenho escutado o quanto essa autora e suas séries são ótimas para o público teen brasileiro e o quanto a autora tem potencial de se tornar uma das mais influentes da nossa literatura contemporânea. Quando recebi a oportunidade de ler Princesa das Águas, terceiro volume da série Princesas Modernas, não hesitei, mas acabei me decepcionando bastante.  

Princesa das Águas conta a história de Arielle Botrel, uma nadadora famosa que está prestes a participar das olimpíadas pela primeira vez. Mas Arielle é muito mais que uma nadadora profissional e seus troféus, ela também tem outros sonhos e ambições, e, por ser a filha caçula, acaba ainda sendo uma garota bem protegida e "mimada" pela família. Arielle sonha em ser livre de muita coisa, até que um dia um acidente faz sua vida inteira mudar e ela encontra um novo mundo e, nesse mundo, temos - talvez - o seu príncipe. Arielle fará de tudo para conquistá-lo, será que ela vai conseguir? 

Arielle é uma personagem que daria tudo para ser mais trabalhada e complexa, mas que faltou alguma coisa no final das contas. Ela é filha de um nadador e uma cantora famosos, mas acabou perdendo sua mãe muito nova e apesar de amar cantar, para agradar o pai, ela seguiu a carreira de atleta. Com as olimpíadas chegando, ela está a todo vapor, mas ela não contava que ia se apaixonar. 

Quando eu comecei a ler o livro, tentei voltar a ser adolescente, principalmente para não deixar meu senso adulto interferir no que eu acharia da história. No entanto, os personagens não me cativaram e uma história com potencial acabou sendo mais do mesmo para mim. Veja bem, a escrita da autora é bem fluida e ela conduz bem toda a história. No entanto, a empatia por sua protagonista não acabou funcionando para mim e eu acabei achando o livro tedioso.

A narrativa da Paula Pimenta é bem parecida com a maioria dos young adults e juvenis que eu já li, não trazendo nada de diferente ou inovador. O romance faz a linha clichê e apesar de ser bonitinho e fofo, não segura as pontas de uma protagonista chata e até mesmo um pouco infantil. Acredito que algumas coisas poderiam ter sido melhor trabalhadas, mas que foram deixadas de lado por algum motivo que eu não consegui identificar ainda. 

A autora poderia ter explorado mais as relações humanas, desenvolvido mais as escolhas dos personagens, principalmente da protagonista, e deixado de lado o romance e focar em coisas mais importantes para o enredo. Mas é um livro que fala sobre família, amizade, amores.. Sobre a vida. 

Em suma, Princesa das águas é  um livro bom, mas para o público alvo. Se você, assim como eu já leu inúmeras histórias, poderá até se envolver, mas vai encontrar uma coisa que tem em todos os outros livros, ou seja, a leitura vai ser indiferente. Talvez eu tenha começado pelo pé errado com a autora, não significa que eu não vá ler mais nada dela, mas por enquanto, estou tranquila. 

Eu indico o livro para todos aqueles que gostariam de presentar adolescentes, porque apesar de não ter me envolvido, o livro é bom e perfeito para o seu público alvo.