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| RESENHA #125 | IT ENDS WITH US, COLLEEN HOOVER

29 dezembro 2016

ISBN-10: 1574321757
Título: It ends with us
Autora: Colleen Hoover
Ano: 2016
Páginas: 386
Idioma: inglês  
Editora: Atria Books
Gênero: Literatura Estrangeira, romance
Nota: 5/5 - 
Sinopse: Lily nunca teve uma vida fácil, mas isso nunca a impediu de trabalhar duro para atingir os seus objetivos. Ela percorreu um longo caminho desde a pequena cidade no Maine, onde ela cresceu. Ela se formou na faculdade, mudou-se para Boston e começou seu próprio negócio. Então, quando ela sente uma faísca por um lindo neurocirurgião chamado Ryle Kincaid, tudo na vida de Lily, de repente, parece quase bom demais para ser verdade. Ryle é assertivo, teimoso, talvez até um pouco arrogante. Ele também é sensível, brilhante e tem um fraco por Lily. E a maneira como ele fica com roupa cirúrgica não é nada mal. Lily não consegue tirá-lo da cabeça. Mas a aversão completa de Ryle a relacionamento é preocupante. Mesmo quando Lily se torna a exceção a sua regra de namoro, ela não consegue deixar de divagar sobre o motivo que fez Ryle ser como é.  A medida que perguntas sobre o seu novo relacionamento invadem a sua mente, pensamentos acerca de Atlas Corrigan — seu primeiro amor e uma conexão com o passado que ela deixou para trás — também passam a dominá-la. Ele era sua alma gêmea, seu protetor. Quando Atlas de repente, reaparece, tudo o que Lily construiu com Ryle está ameaçado.

Olá leitores, hoje eu trago para vocês a resenha do melhor livro que eu li em 2016. It Ends With Us foi escrito pela maravilhosa Colleen Hoover e tem previsão de chegar ao Brasil no segundo semestre de 2017 pela Galera Record. 

Continue a nadar. 
It Ends With Us conta a história de Lily, uma jovem que não teve uma vida muito fácil até então. Sua mãe sofreu abuso doméstico em casa, seu pai era violento, ou seja, um lar meio desestruturado. Lily se formou na faculdade e mudou-se para Boston, onde conheceu o jovem médico Ryle, com quem teve uma conexão imediata. O romance acontece, Lily acha que não poderia estar melhor, com o  homem que ama, que é brilhante, carinhoso e muito inteligente e que a ama da mesma maneira. Mas nem tudo é o que parece, segredos e raízes muito profundas estão bem escondidos. 
A maioria das plantas precisam de muito cuidado para sobreviver. Mas algumas coisas, como as árvores, são fortes o suficiente para depender apenas de si mesmos e mais ninguém."
O livro vai muito além dessa sinopse fraca, mas eu quis falar mais sobre as sensações que tive e o que a leitura representou para mim do que a sinopse, porque acredito que vocês precisam descobri-la sozinhos. Quando li as críticas sobre o livro, inclusive a autora falando sobre, já sabia que ia me envolver muito e foi exatamente isso que aconteceu.

It Ends with us é um livro emocionante, envolvente, que foge do clichê, que tem um final arrebatador e imprevisível. Os personagens foram construídos de uma forma maravilhosa, daquele jeito que só a Colleen Hoover consegue fazer. Ela criou toda uma expectativa no leitor, em cima dos personagens, e eles nos surpreenderam no final. 

O tema do livro é a violência doméstica e relacionamentos abusivos e como é difícil você sair dela. Eu sempre vejo notícias sobre o assunto e sempre fico imaginando como as mulheres devem se sentir ao serem violentadas dentro de suas próprias casas, presas naquela vida. Não é tão fácil sair dessa situação e em It Ends With Us, a CoHo mostrou exatamente como uma mulher em uma condição assim se sente. 

A leitura para mim teve duas partes. A primeira foi cheia de amor, romance, um conto fantástico de duas pessoas destinadas a ficarem juntas. A segunda parte foi repleta de lágrimas e reflexões. A Colleen Hoover conseguiu montar um personagem, o Ryle, e desconstruí-lo na mesma moeda. Não vejo isso como negativo, até porque tive vários momentos de empatia com o personagem, mas a mensagem final, a moral dessa história vai muito além de tudo isso. Aparentemente teremos até um triângulo amoroso, já que temos a presença de Atlas, um amor do passado da Lily e que eventualmente acaba voltando, mas é muito mais que um simples triângulo amoroso. 

Essa resenha foi extremamente difícil de fazer. Foi uma leitura tão incrível, tão cheia de emoções que mesmo depois de semanas de ter terminado a leitura, ainda penso nela, ainda penso em Lily, ainda penso na Colleen Hoover. Não foi um livro fácil, mas foi um livro necessário para eu entender tantas coisas que antes não entendia, principalmente uma faceta do amor que muita gente ignora. O desespero. Há o certo e o errado? Há um culpado? A vida seria a culpada? São muitas questões levantadas e as reflexões que Lily e Colleen nos jogam, mostra tanta coisa.

Eu indico esse livro para todas e principalmente as mulheres. Me perdoem ser vaga nessa resenha, mas o assunto é pesado e eu acho que só poderia dizer a vocês que lessem para poderem compreender. A Colleen Hoover mais uma vez apostou em sua narrativa envolvente e fez talvez o melhor livro de sua carreira. 

| RESENHA #124 | CAÇADORA DE ESTRELAS, RAIZA VARELLA

28 dezembro 2016

ISBN: B01N06KASG 
Título: Caçadora de Estrelas
Autor: Raiza Varella 
Ano: 2016
Páginas: 544
Idioma: Português
Editora: Amazon
Gênero: Drama, Romance
Nota: 5/5 - 


Sinopse: Após flagrar o seu atual namorado com outro cara - não, você não leu errado - e constatar que o safado tinha um gosto para homens até melhor do que o seu, Eva se arrepende por ter abandonado a família, o gato, o emprego, os amigos e até e o país para segui-lo e decide que é hora de voltar para a casa, com o rabo entre as pernas, um mau humor feroz e sem um tostão no bolso. Mas ao contrário do que imaginou não é recebida com faixas e balões, muito menos com boas-vindas e sim com mais e mais azar - como se não bastasse todas as vezes em que foi traída, abandonada pelo circo ou roubada por alguma estrela errada -, seu irmão acabou com seu carro novo, seu pai se casou, ela ganhou duas quase irmãs indesejadas, seu melhor amigo roubou seu gato e ainda de quebra arrumou uma namorada. Embora a vida em casa não esteja como deixou, Eva é obrigada a seguir em frente e lidar com a situação como uma mulher adulta. O que em seu dicionário quer dizer se embebedar, distribuir socos e grosserias a quem quer que esteja ao seu alcance e recuperar seu gato - a qualquer custo -, nem que para isso precise roubá-lo de volta. O que desconhece é que o destino iria lhe preparar uma surpresa, lhe oferecendo algo que não poderia ter, um amor proibido. Será ela corajosa o suficiente para lidar com mais um coração partido, mesmo que seja pela estrela mais brilhante do céu?


Confesso que nunca fui muito apegada a literatura brasileira – eis aí um dos meus grandes defeitos, desde que nossa literatura é riquíssima -, principalmente tratando-se de novos autores, porém uma coisa devo dizer: Caçadora de Estrelas, sem dúvidas, entrou para a listinha dos meus livros favoritos. Sinceramente, eu não esperava que a Raiza Varella pudesse quebrar meu coração em milhares de pedacinhos como o quebrou, eu não poderia ter feito uma escolha melhor para conhecer sua escrita. 

A escolha por Caçadora de Estrelas veio por mero acaso, desde que eu estava procurando por novos títulos no KindleUnlimited quando me deparei com o mesmo. Claro, não pensei duas vezes, por conta de sua capa maravilhosamente bem desenvolvida e uma premissa diferente do que costumamos encontrar normalmente. 

Neste livro temos como personagem principal, Eva, uma mulher que se mostra um tanto imatura para a sua idade – desde que já passou da casa dos vinte anos. Existem quatro coisas que Eva considera essenciais em sua vida: uma garrafa de vodka, um maço de cigarro, hambúrguer e, uma estrela. Sim, uma estrela. Eva é um tanto peculiar, ao contrário da maioria, Eva refere-se a sua ''metade da laranja'' ou ''tampa para a sua panela'' como estrela, e a mesma está disposta a tudo para encontrá-la. E quando digo tudo é realmente t-u-d-o, inclusive voar para outro continente atrás do que achava que seria sua última caçada. 

Porém, Eva não esperava que sua tão esperada estrela, que a fez pegar o primeiro voo com destino à Londres, na verdade, estaria mais para um pisca-pisca vagabundo. Depois de quebrar a cara pela vigésima vez, é óbvio que ela voltaria com o rabinho entre as pernas esperando ser acolhida por aqueles que deixou para trás. Acontece que as coisas não ocorrem da forma que esperava, agora essas pessoas, cansadas de serem substituídas facilmente por amores fajutos acharam formas de seguirem em frente com as suas vidas mesmo com Eva distante. Seu pai resolveu casar-se novamente e com isso Eva ganhou duas irmãs e uma madrasta que por sinal detestou. Seu melhor amigo, que sempre a priorizou agora prioriza outra pessoa e, de quebra ainda roubou seu gato, o Cupido. Seu irmão, casou-se com a sua melhor amiga e também, conseguiu dar perca total em seu carro, que com sacrifício havia comprado pouco antes de viajar. 

Tudo parecia estar fora dos eixos. E, para Eva, realmente estava. Sua imaturidade não permitia que conseguisse lidar com tantos acontecimentos de uma única vez. Inclusive, foi um dos motivos que, para mim, tornou a leitura arrastada de início, já que eu não conseguia me identificar com a personagem que o tempo inteiro se mostrava completamente infantil e egoísta, como se fosse obrigação das pessoas estagnarem suas vidas até a sua volta. 

Mas, foi aí que Gabriel apareceu e, gente, é impossível não amar esse personagem. Raiza Varella conseguiu construir um personagem completamente cativante e dono de um charme indescritível. Ele é o melhor amigo de Eva, há mais de vinte anos. Os dois se conheceram ainda quando bebês por meio de suas mães que eram melhores amigas e, desde então não se desgrudaram mais. Porém, nem tudo são flores e é claro que a vida não seria tão gentil com Gabriel. Esse gosta de Eva desde que se conhece por gente, e não somente como amigo. A vida toda ele esteve ali por Eva, colando os pedacinhos de seu coração a cada vez que um babaca a machucava e oferecendo-lhe quantos hambúrgueres, vodka e cigarro fossem necessários para que parasse de chorar. 

Por diversas vezes quis pegar Eva pelos cabelos e a arrastar asfalto à fora, por sua maneira infantil de lidar com seus problemas e teimosia fora do normal. Mas, principalmente, por ter demorado anos para notar os sentimentos de Gabriel e, também para dar voz ao seu coração que sentia o mesmo. Em diversos momentos, me peguei sentindo um nó na garganta, torcendo pelos dois apesar das circunstâncias. Mas, apesar disso, tudo aconteceu no tempo em que deveria acontecer, pois foi o caminho trilhado pela autora que tornou o livro tão incrível e especial. 

Os capítulos são narrados alternadamente por Eva, Gabriel e Benjamin. Então, de certa forma, podemos mergulhar no Universo particular de cada um. Acompanhamos a busca incansável de Eva por sua estrela e todo o caos em que sua vida foi submetida depois do último desastre amoroso e seu retorno ao Brasil. Gabriel e seu dilema por se ver novamente caindo nas garras de Eva, que jurava ter superado após sua partida e o aparecimento de Alice em sua vida. E este último deixarei vocês curiosos para saber quem é, mas juro que é por um bom motivo.

A grande jogada da autora, que me conquistou de forma única, foi a maneira em que conseguiu amadurecer seus personagens ao longo da narrativa. Por exemplo, inicialmente Eva mostrou-se uma mulher imatura e insegura sobre si mesma, enquanto ao término do livro, uma mulher independente e emocionalmente estável apesar de todos os danos em sua vida. Além disso, os personagens secundários não ficaram para trás, todos são tão importantes e encantadores quanto os principais. 

Bom, recomendo Caçadora de Estrelas para quem procura um livro que renderá bons momentos de reflexões. Desde que, com o seu modo de escrever Raiza Varella nos faz enxergar que às vezes é preciso sairmos um pouquinho de nosso mundinho particular e repararmos em toda grandiosidade que nos cerca. Que existe sim muita coisa boa nos aguardando e, que para encontrarmos a nossa estrela antes é preciso nos encontrarmos. 

MELHORES LANÇAMENTOS GRUPO EDITORIAL RECORD | 2016

26 dezembro 2016

Oi gente! Depois do sucesso que foi o post com os melhores lançamentos de 2016 da editora Arqueiro, eu voltei para mostrar a vocês, os meus favoritos do Grupo Editorial Record. Se você não sabe, o GER engloba vários selos super conhecidos no mercado, como a Verus Editora, a própria Record, Bertrand Brasil e muito mais! Então não se assustem se verem nomes diferentes de "Record", todos são do grupo. 

Foi um ano bem diverso, muitos títulos publicados e muitas boas leituras. Eu espero que vocês gostem das minhas escolhas. Me digam se temos escolhas em comum em!

Novembro 9: Foi um dos melhores livros que eu li esse ano. A Colleen Hoover me presentou com um romance diferente e inovador, além de dois protagonistas com uma bagagem de vida diferenciada. Valeu muito a pena a leitura e com certeza foi um dos melhores lançamentos. 

Quarto: Não teve como não se emocionar com esse livro. Foi uma leitura tão intensa, delicada e pesada para mim. O Quarto foi adaptado para o cinema, levando muitas lágrimas do público. Com o livro não foi diferente. 

Namorado de Aluguel: Esse livro foi uma total surpresa. Eu não dava nada para ele, mas a leitura foi muito gostosa e cheia de amorzinho. A autora conseguiu passar uma crítica social sobre a "Era dos Likes" e ainda apresentar um casal muito fofo. 

A Indomável Sofia: É claro que eu não ia deixar faltar um romance de época nessa lista né? Quando li esse livro, foi realmente um choque, pois a autora escreve de uma maneira no qual não estou acostumada, mas a história foi incrível e com certeza um dos melhores. 

Bowie: Em um ano onde nosso camaleão nos deixou, eu li essa biografia escrita pela Wendy e foi uma experiência incrível, já que sou super fã do David Bowie. Até que ponto tudo era verídico? Não sei, mas a leitura foi maravilhosa. 

O Ano em que disse sim: Esse livro foi com certeza um dos melhores. Foi uma leitura enriquecedora e cheia de amor. A Shonda conseguiu me mostrar uma coisa que eu não estava enxergando em mim, tornando a leitura uma das melhores da vida e deixando o livro no meu TOP 10. 

Bem gente, essas foram as minhas escolhas! Deixo claro que selecionei de acordo com a minha experiência de leitura e vocês podem discordar a vontade. Li muita coisa do GER e ficou bem difícil de escolher, mas estou contente com as escolhas. Todas as resenhas você pode encontrar clicando aqui

MELHORES LANÇAMENTOS DA EDITORA ARQUEIRO | 2016

21 dezembro 2016

Olá leitores e amantes dessa editora tão linda! Depois de um ano de parceria com a Editora Arqueiro, hoje trago para vocês os livros que eu amei demais, ou seja, os lançamentos da editora no ano de 2016 que, para mim, foram os melhores. Queria deixar claro que esses livros selecionados são de meu gosto pessoal, então se vocês leram e não gostaram, fico triste, mas sei que faz parte. Não separei os livros por gênero ou ordem de preferência, apenas selecionei. Se vocês quiserem conferir a resenha especifica de cada  um, é só clicar nos links que vou disponibilizar em baixo das fotos. Vamos lá?



Três coisas sobre você: Foi um livro que me deixou com o coração super quentinho e cheio de amor. Alguém Ninguém e Jesse foram personagens extremamente cativantes e cheios de lições para nos dar. É o tipo de Young Adult que faz a gente se sentir compreendido. Você pode conferir a resenha completa clicando aqui

Sedução da Seda: Que eu sou a louca dos romances de época? Sim, eu sou. Esse livro veio para quebrar todos os estereótipos que o gênero tem, já que a história não se passa na aristocracia, não temos uma protagonista rica e cheia de dotes e sim uma personagem que já tem uma filha, é solteira e ainda por cima é uma modista, ou seja, uma burguesa. Eu adorei muito essa história e vale super a pena conferir todas as minhas impressões na resenha

Nove Regras a Ignorar antes de se apaixonar: Definitivamente maravilhoso. Eu nunca tinha lido nada da autora até  o momento e acabei me apaixonando demais por ela e por essa história. Os personagens são terrivelmente cativantes, apesar de não fugir de alguns clichês. Se quiser conferir a minha resenha, é só clicar aqui




Trama: Se tem outra coisa que eu amo muito, essa coisa é o gênero fantasia. Em 2016 a Editora Arqueiro lançou uma das fantasias juvenis mais interessantes e diferentes que eu já li. Um protagonista diferente, em uma situação diferente e uma TRAMA envolvente do início ao fim. Se você gosta de fantasias, confira a minha resenha completa, mas já lhe adianto que você deve SIM ler esse livro.

A História de Nós Dois: Quem conhece a autora, sabe que ela adora tragédias, mas felizmente esse livro foi mais amor que outra coisa. Temos um triângulo amoroso, mas ao contrário de tantos outros que existem por ai, esse é bem construído e o melhor de tudo é que os dois homens que disputam a nossa protagonista, são legais e interessantes e nos deixam realmente divididas. Confira a resenha aqui

O Guia Definitivo do Mochileiro das Galáxias: Essa edição contém todos os volumes da nossa amada trilogia de cinco. Graças a esse lançamento pude reler uma das minhas séries favoritas de livros de sci-fi. Essa edição vale super a pena se você tiver interesse em ler Douglas Adams. Resenha aqui. 

Bem gente, esses foram meus seis livros favoritos que a editora Arqueiro lançou esse ano. Espero que vocês tenham gostado, pois esse post foi muito especial de se fazer. A Parceria com essa editora foi tão especial e estou super ansiosa para os próximos lançamentos de 2017! Espero que vocês leitores estejam comigo no que vem em?! Haha. Um enorme beijo!

| RESENHA #123 | TODO DIA, DAVID LEVITHAN

18 dezembro 2016

ISBN-10: 8501099511 
Título: Todo Dia
Autor: David Levithan
Ano: 2013
Páginas: 280
Idioma: Português
Editora: Galera Record
Gênero: Drama, Romance
Nota: 5/5


Sinopse: Neste novo romance, David Levithan leva a criatividade a outro patamar. Seu protagonista, A, acorda todo dia em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrar a cada 24 horas, A e Rhiannon precisam questionar tudo em nome do amor. 


Confesso que resenhar Todo Dia não está sendo uma tarefa fácil para mim. Não por não ter gostado do livro, pelo contrário, por ter amado de maneira inexplicável essa leitura. David Levithan soube exatamente como conquistar o meu coraçãozinho! 

Imagine não ter com quem dividir suas vivências. Pais, amigos ou namorada(o)? ''A'' – chamado dessa forma, como ''A'', nem homem ou mulher - não sabe o que é ter isso. Ele não tem um corpo definitivo, uma vida própria. Sua vida se resume em hospedar corpos alheios por apenas um período de vinte e quatro horas. Passando esse tempo ele volta a pular para um novo corpo de um garoto ou garota de dezesseis anos – alguém da mesma idade dele. 

''Se você olhar para o centro do universo, existe frieza lá. Um vazio. No final das contas, o universo não se importa conosco. O tempo não se importa conosco. É por este motivo que temos que cuidar um do outro.''

''A'' parece não se incomodar com a sua triste realidade – não mais. Até que em uma bela manhã acorda habitando o corpo de Justin, um garoto instável e arrogante. Este o faz conhecer Rhiannon, sua namorada, uma garota meiga e capaz de tudo para agradar seu companheiro. E é a partir desse momento em que ''A'' passa desejar com todas as suas forças poder ter mais de vinte e quatro horas, tudo para poder permanecer na vida de Rhiannon. E de fato, ele o faz, mesmo que de sua maneira ''A'' permanece em sua vida, indo ao seu encontro todos os dias, mesmo que habitando corpos diferentes. 


Uma coisa eu devo dizer: David Levithan precisou ter muito jogo de cintura para desenvolver uma trama tão intensa e ao mesmo tempo com uma delicadeza indescritível. Ele nos traz o conceito de corpo e alma, ambos completamente diferentes, mas que ainda temos uma grande dificuldade em distinguir na prática. Além disso, o autor consegue abordar diversas realidades, como por exemplo, colocando A em corpos de heterossexuais, homossexuais e transexuais. Não bastando, Levithan nos trouxe a realidade de quem sofre com a obesidade e a grande rejeição por parte das pessoas, e também, a vida de quem convive com a depressão e pensamentos suicidas. 

''É somente nos pontos mais delicados que fica complicado e controverso, a capacidade de perceber que, não importa qual seja nossa religião, sexo, raça ou localização geográfica, nós temos cerca de 98 por cento em comum com todos os outros. (…) Por uma razão qualquer, nós nos concentramos nos dois por centro da diferença, e a maior parte dos conflitos que acontecem no mundo é consequência disso.''

Por ser narrado em primeira pessoa podemos ter uma maior aproximação com o personagem principal, no caso ''A''. Por diversas vezes tive que conter as lágrimas, pois seus relatos são realmente intensos e emocionantes. Entretanto, também me peguei sorrindo e torcendo por seu romance com Rhiannon, desejando que a estória pudesse se reverter e os mesmos pudessem ter uma relação amorosa mais estável e possível.

Acredito que o autor pecou em um único aspecto: algumas perguntas não foram respondidas. Porém, uma coisa é fato, com uma estória tão diferenciada e inusitada não seria fácil achar uma justificativa plausível e racional para algumas dessas. Enfim, esse aspecto nem em um milhão de anos seria o suficiente para impedir de amar a leitura de Todo Dia. Sem dúvidas, o recomendo para quem está de coração aberto para embarcar numa experiência inovadora e extremamente emocionante. 

''Você não deveria ter que ir tão fundo para ser amada.''

| RESENHA #122 | A IMPROVÁVEL ANNELISE, TATYANA AZEV

17 dezembro 2016

ISBN-10: 8592163102
Título: A Improvável Annelise
Autora: Tatyana Azev
Ano: 2016
Páginas: 280
Idioma: português 
Editora: Independente
Gênero: Fantasia
Nota: 4/5 - 
Livro cedido em parceria com a autora.

Sinopse: Era uma vez pessoas de um planeta distante, poderes especiais, um sequestro, um Guardião e uma pedra. Essa realidade fantástica invade a vida da pacata Annelise no dia em que seus pais desaparecem. Longe de casa e cercada de estranhos desconhecidos, ela se descobre descendente do povo de Antera e deve aprender a confiar em seus instintos para salvar a família. Uma aventura cheia de sentimentos e surpresas.

Olá meus queridos leitores. Hoje eu venho falar de uma fantasia que me tirou da ressaca literária no qual eu me encontrava. Sabe quando você não consegue ler nada e fica naquela busca constante de algum livro que te faça sair desse estado vegetativo de leitura? Pois bem, a Improvável Annelise foi o salvador da pátria (yay!), e não só porque a protagonista do livro tem o mesmo nome e apelido que eu, rs.
Annelise é uma jovem comum, ou pelo menos era, até descobrir que na verdade pertencia a um Planeta diferente, Antera. Tudo veio com uma ligação, a de sua irmã gêmea, dizendo que seus pais haviam sofrido um acidente de carro no Brasil. Annelise estava na Áustria fazendo um intercâmbio quando soube, o que ela não sabia é que havia muitos segredos envolvendo sua vida e sua família e aquele acidente era apenas a ponta do iceberg. É claro que Anne tenta voltar para casa e entender o que aconteceu, mas Elissa, sua irmã, insiste que ela fique onde está, pois é muito perigoso para sua vida.

A partir disso, sua aventura começa. Após ser "resgatada" no aeroporto enquanto tentava voltar para casa, Anne descobriu que teria um guardião, o Oliver, que iria tentar ajudá-la e protegê-la da ameaça, já que Anne fazia parte de uma coisa maior no qual ela não fazia ideia ainda. Quem ela era? Quem são aquelas pessoas? O que são anteranos? E seus pais? Para vocês entenderem, os anteranos tiveram que sair de seu planeta Antera quando descobriram que ele seria atingido. O povo anterano sempre foi comandado por uma Rainha ou um rei, especialmente escolhido por uma pedra anterana. E nesse meio todo, existem duas famílias super poderosas que lutam pelo poder e principalmente lutam pela liderança do povo. E toda a história gira em torno de Annelise, uma anterana que teria o mundo em suas mãos. 

“— Não precisa ficar assustada. Procuramos você por muito tempo.Sem saber se era imaginação ou realidade, teve a impressão de ver uma aura branca no meio da escuridão. Depois, silêncio.”

É claro que eu amei essa história. Desde que vi esse livro, fiquei interessada, principalmente por se tratar de uma fantasia que envolve seres de outros planetas. A criação do mundo feito pela Tatyana foi muito bem elaborada, e, apesar de ter algumas pequenas semelhanças com outros livros de fantasia, consegue se segurar bem originalmente, deixando o leitor totalmente vidrado. Improvável Annelise possui uma narrativa que flui bem, o que é muito bom para um livro do gênero. Às vezes senti que algumas coisas poderiam ter sido aprofundadas, por isso tirei uma estrela, mas sinto que em uma continuação a autora poderia dar mais continuidade e ampliar o nosso conhecimento sobre Antera e aprofundar mais sobre os sentimentos dos personagens e suas histórias passadas. 

Os personagens são muito interessantes. Oliver foi o meu favorito, porque toda sua construção foi instigante. Ele passou um mês sem falar com a Annelise, apenas a observando, e é claro que com o tempo o sentimento dele se aflora e vemos um homem bem menos frio e calculista e muito mais carinhoso e protetor, principalmente depois que começa a conviver com a sua protegida. Annelise também é uma boa protagonista, pois ninguém esperava muita coisa dela (dai o título), e no final das contas, ela sempre foi muito mais do que qualquer pessoa esperava. 

Além disso, a autora também introduziu personagens lésbicas e eu achei isso o máximo, já que é pouco mostrado em fantasias personagens homossexuais. Os secundários se destacam, mas digo que Emma segura bem as pontas como amiga de Anne e a interação de todos acabou sendo bem elaborada e divertida.

A Improvável Annelise é uma obra maravilhosa e bem construída. Todos os personagens são interessantes, a narrativa é do jeito que eu gosto, narrado em terceira pessoa e a leitura flui bem muito bem. É um livro que além de ter uma capa maravilhosa, tem uma história forte que merece ser lida por todos. Portanto, se vocês quiserem adquirir a obra é só clicar aqui.  

| RESENHA #121 | DIGA SIM AO MARQUÊS, TESSA DARE | CASTLES EVER AFTER #2

16 dezembro 2016


Título: Diga sim ao Marquês – Castles Ever After #2
Autora: Tessa Dare
Ano: 2016
Páginas: 288
Idioma: Português 
Editora: Gutenberg
Gênero: Romance de Época
Nota: 4/5

Sinopse: Vossa Excelência está convidada a comparecer ao romântico castelo Twill para celebrar o casamento da senhorita Clio Whitmore e… e…? Aos 17 anos, Clio Whitmore tornou-se noiva de Piers Brandon, o elegante e refinado Marquês de Granville e um dos mais promissores diplomatas da Inglaterra. Era um sonho se tornando realidade! Ou melhor, um sonho que algum dia talvez se tornasse realidade…Oito anos depois, ainda esperando o noivo marcar a data do casamento, Clio já tinha herdado um castelo, tinha amadurecido e não estava mais disposta a ser a piada da cidade. Basta! Ela estava decidida a romper o noivado. Bom… Isso se Rafe Brandon, um lutador implacável e irmão mais novo de Piers, não conseguir impedi-la. Rafe, apesar de ser um dos canalhas mais notórios de Londres, prometeu ao irmão que cuidaria de tudo enquanto ele estivesse viajando a trabalho. Isso incluía não permitir que o Marquês perdesse a noiva. Por isso, está determinado a levar adiante os preparativos para o casamento, nem que ele mesmo tenha que planejar e organizar tudo. Mas como um calejado lutador poderia convencer uma noiva desiludida a se casar? Simples: mostrando-lhe como pode ser apaixonante e divertido organizar um casamento. Assim, Rafe e Clio fazem um acordo: ele terá uma semana para convencê-la a dizer “sim” ao Marquês. Caso contrário, terá que assinar a dissolução do noivado em nome do irmão. Agora, Rafe precisa concentrar seus punhos e sua força em flores, bolos, música, vestidos e decorações para convencer Clio de que um casamento sem amor é a escolha certa a se fazer. Mas, acima de tudo, ele precisa convencer a si mesmo de que não é ele que vai beijar aquela noiva.


Clio Whitmore é uma jovem educada para ser prestativa, acatada e modelo de esposa perfeita. Toda essa criação rígida se deu pelo fato que a moça fora prometida em casamento para Piers Brandon, Marquês de Granville, quando tinha apenas 17 anos de idade. Entretanto, esse casamento ainda não havia acontecido depois de longos oito anos de espera, pois Piers é um diplomata que tem viajado pelo continente a trabalho. Ela herda um notório castelo e sonha com a chance de fazer as coisas progredirem ali, fazer daquele seu lar. Mas antes ela precisa tomar algumas providências. 

Seu irmão Rafa Brandon é um homem rústico, marcado pela rejeição do pai que o levou a se tornar um lutador muito conhecido em toda Londres, por suas lutas incríveis e muitas vitórias. Rafe ficou encarregado de cuidar de todos os assuntos do Marquês na ausência do mesmo e não esperava que Clio Whitmore, noiva de seu irmão há anos, fosse procurá-lo para que ele assinasse os papéis de dissolução do acordo de casamento. O lutador tentou convencer a jovem a esquecer essa ideia, mas ela já estava decidida e Rafe tinha que fazer de tudo para que acontecesse esse casamento assim que o irmão voltasse dentro de algumas semanas. Eis que surge um acordo entre Rafe Brandon e Clio Whitmore, que mostrará aos dois que sentimentos guardados por anos sempre vêm à tona. 

Completei a leitura deste segundo volume da série há uns dias e continuo achando Tessa Dare uma das melhores autoras do gênero. Não posso mentir, dizendo que esta série tem sido a minha favorita, mas o modo que a autora escreve e aborda os sentimentos e angústias dos personagens principais é muito impressionante. 

Clio Whitmore cresce muito conforme a história vai tomando seu curso e nos deparamos com uma mocinha muito decidida e também dedicada a fazer seu futuro dar certo. Com ou sem um marido ao seu lado, rica ou não, com título nobre ou sem. Rafe Brandon nos dá a impressão de um grandalhão fofo, cheio de vontade de ser amado e cuidado, mesmo que tente resistir a isso. O casal foi formado aos poucos e os personagens se entregaram um para o outro com um amor muito puro e sincero. 

Minha única ressalva foi que em alguns episódios a narrativa ficou um pouco arrastada, mas nada que me deixou chateada com a história. Continuarei acompanhando a série e claro, resenhando aqui e contando minhas impressões.

RESENHA POSTADA PELA KAREN VALENTINO.

| RESENHA #120 | NOVEMBRO, 9, COLLEEN HOOVER

14 dezembro 2016

Título: Novembro, 9
Autor: Colleen Hoover
Editora: Galera Record
Páginas: 352
Idioma: Português
Ano: 2016
Gênero: Yound Adult, Romance
Nota: 5/5

Sinopse: Fallon conhece Ben, um aspirante a escritor, bem no dia da sua mudança de Los Angeles para Nova York. A química instantânea entre os dois faz com que passem o dia inteiro juntos – a vida atribulada de Fallon se torna uma grande inspiração para o romance que Ben pretende escrever. A mudança de Fallon é inevitável, mas eles prometem se encontrar todo ano, sempre no mesmo dia. Até que Fallon começa a suspeitar que o conto de fadas do qual faz parte pode ser uma fabricação de Ben em nome do enredo perfeito. Será que o relacionamento de Ben com Fallon, e o livro que nasce dele, pode ser considerado uma história de amor mesmo se terminar em corações partidos?


É sempre muito difícil começar uma resenha sobre um livro que você amou muito. Não porque é complicado falar sobre, mas eu tenho medo de não conseguir expressar exatamente o que senti lendo. Foi o que aconteceu com Novembro 9 da Colleen Hoover. 

Novembro 9 conta a história de Fallon, uma jovem de 18 anos que já passou por muita coisa na vida. Aos 16 anos, Fallon era a estrela de uma série teen, mas uma infelicidade aconteceu, um incêndio deixou parte do seu corpo coberto por cicatrizes, o que acabou levando a saída da série de TV e desmotivando-a a seguir seu sonho de ser uma grande atriz. Dois anos após o acidente, Fallon está almoçando com seu pai em um restaurante, em mais uma tentativa frustrada de relacionamento paternal. Entre discussões e acusações, aparece um jovem em sua vida, capaz de mudar tudo. Seu nome é Ben, que após ouvir do pai da jovem que ela já não era mais tão atraente, acabou se apresentando como namorado dela. Mesmo eles não se conhecendo. 

A partir daqui, Ben e Fallon começam a se conhecer melhor, mas eles têm apenas um dia para aproveitar o namoro de mentira, já que ela está se mudando para Nova York City para tentar a vida de atriz por lá. Foi um sentimento instantâneo e intenso, capaz de mudar a vida de ambos para sempre. Mesmo com todas suas inseguranças em relação a sua aparência, Fallon é uma personagem incrível e Ben conseguiu deixa-la mais confortável sob a própria pele. Mas ela iria embora, eles estavam presos em uma bolha de sensações. O que fariam? Foi então que decidiram que todos os dias 9 de novembro, até Fallon ter 23 anos (Obs.: sua mãe disse que uma mulher “só” poderia se apaixonar quando tivesse essa idade). Cada um seguiria com sua própria vida, mas quando chegasse no dia 9 de novembro, eles iriam se encontrar ali, naquele restaurante, naquele momento ponto de partida. 

Colleen Hoover é uma autora que merece ser estudada. Não é possível que em cada livro dessa mulher que eu ler, eu terei essa intensidade toda na leitura. Quando comprei Novembro 9, eu já tinha expectativas altíssimas, já que eu sou grande fã dela e até o momento nunca me decepcionei com alguma história sua, mas quando o peguei para ler, já houve uma conexão incrível com a história do livro. 

O livro é narrado em primeira pessoa e alterna os pontos de vistas entre Fallon e Ben. Apesar de ter problemas com narrativas em 1ª pessoa, gostei muito de esse livro ter sido dessa forma, pois pude conhecer melhor os personagens, entende-los, principalmente suas motivações, e acabar me solidarizando com suas vidas. Fallon é uma personagem que a gente não esquece, mesmo quando termina a leitura. Com suas inseguranças, medos e frustrações, ela passa uma energia muito maravilhosa e, quanto mais a personagem envelhece, mais e me apaixonei por ela e por sua força, seu espirito. 

Ben também foi um personagem que eu amei muito e o plot twist de sua história foi muito pesado para mim. Não darei spoilers, mas no final do livro, quando ele revela tanta coisa que ele guardou de todos (principalmente de nós leitores), eu senti que queria abraça-lo e dizer que tudo estava bem. Além disso, ele não vê a Fallon como a garota das cicatrizes, como a maioria dos homens, ele A ENXERGA. Entendem? Ele sabe que ela é mais que sua aparência e que ela continua linda. Foi importantíssimo para o emponderamento da Fallon e fiquei extremamente satisfeita com o que encontrei. 

Novembro, 9 foi uma leitura totalmente intensa, que me fez ficar totalmente imersa e inserida àquele universo. A CoHo tem uma maneira tão peculiar de contar uma história, mesmo que ela não tenha grandes elementos ou seja extremamente original, mas a maneira como ela conta, apresenta, desenvolve e explora seus personagens, é o que a deixa diferente de tantos outros autores do gênero. 

O desenvolvimento dos personagens foi um show a parte, a expectativa de saber se eles iriam se encontrar novamente mesmo, como eles estariam depois do ano que se passou e como os sentimentos estariam. Eu fiquei ansiosa para terminar, mas triste por não ter mais para ler. 

Em suma, Novembro, 9 é um livro que foi feito para qualquer pessoa ler e com certeza ficou marcada na minha mente, coração e corpo como uma das minhas melhores leituras do ano. Eu julgo um livro pela maneira como ele me deixa durante a leitura e é por isso que esse em especial me deixou completamente apaixonada e perdida por Colleen Hoover. Eu indico para todos que buscam leituras boas, fluídas e bem contadas. Venha fazer parte do clã dos apaixonados pela CoHo, vem. 


| RESENHA #119 | DARTANA, ANDRÉ VIANCO

13 dezembro 2016

ISBN-10: 8568432840
Título: Dartana
Autor: André Vianco
Ano: 2016
Páginas: 784
Idioma: português 
Editora: Fábrica 231
Gênero: Fantasia
Nota: 4/5
Livro cedido em parceria com a editora. 
Sinopse: Novo livro do escritor e roteirista André Vianco, um dos maiores nomes da literatura de fantasia nacional, Dartana apresenta um mundo retalhado entre vida e morte, fé e descrença, mitologias e mentiras. No romance, o primeiro de uma trilogia, Dartana é um planeta castigado por uma maldição da qual somente as feiticeiras escapam. Quando um novo deus da guerra surge, muitos habitantes daquele mundo sombrio marcham com ele rumo ao Combatheon, uma plataforma de guerra que representa sua única chance de se libertar da terrível maldição. Esbanjando criatividade e domínio narrativo, André Vianco constrói uma obra surpreendente em que deuses guerreiros, feiticeiras, soldados e construtores se unem para forjar um novo mundo. 

Se tem uma pessoa que aprecia uma boa fantasia, essa pessoa sou eu. Desde que vi Dartana do autor nacional André Vianco, fiquei extremamente interessada. Não só porque o autor tem recebido críticas super positivas, mas também porque a proposta do livro era totalmente instigante para mim, uma leitora nata de fantasia. 

Dartana é um mundo diferente do normal, possuindo uma diferente visão sobre morte, fé e mitologia. Esse planeta é carregado de uma maldição que atinge toda sua população, exceto as feiticeiras, que possuem um poder elevado em relação aos demais habitantes e não são atingidas. Essa maldição consiste na ausência de conhecimento, ou seja, qualquer mísero centímetro de conhecimento adquirido por alguém, é sugado por uma força invisível, uma "parasita".  Para quebrar essa terrível maldição, é preciso que o deus da guerra surja e venha lutar pelo seu povo e quando isso acontece, os habitantes escolhidos daquele Planeta se juntam as feiticeiras e o deus morto para lutar e tentar libertar todo o povo da maldição.

Detalhista. Peculiar. Complexo. 
Quando comecei a ler esse livro, percebi que todo esse mundo criado pelo autor era simplesmente fantástico. Temos vários protagonistas e também há um plot que se passa no Planeta Terra e no Brasil, o que achei incrível essa interação com a nossa realidade. Conforme fui lendo e conhecendo mais da trama, que é mais complexa do que aparenta, fui entendendo os motivos da maioria das pessoas amarem o André Vianco. 

Devo destacar aqui a escrita do autor. Dartana é um mundo tão bem construído, que se a escrita do autor não fosse boa, seria um completo saco ler. Mas a leitura fluiu bem na maior parte do tempo, apesar de ser um calhamaço. No entanto, me senti um pouco cansada no começo da história, achei a narrativa um pouco lenta e me pareceu que o autor estava enrolando muito, o que acabou tirando uma estrela da minha nota final. Eu estou acostumada com histórias com várias informações, mas não me agrada tanto assim, em todo caso, prefiro quando o autor divide em alguns volumes, pra não ser muita informação de uma vez a ponto de saturar o leitor. 

Dartana é um universo maravilhoso e da pra ver claramente a crítica a sociedade. Aqui nós temos protagonistas fortes e interessantes, cada um a sua maneira, cada em um uma realidade, o que deixou o final muito mais consistente e interessante. O desenvolvimento da trama foi feita de forma assertiva, já que o autor escolheu uma narrativa em terceira pessoa que facilita na compreensão de certos aspectos daquele mundo, principalmente ao detalhar sobre os personagens e suas vidas antes das guerras. 

Criar um mundo não é fácil, ainda mais quando envolve toda uma mitologia diferente. André Vianco conseguiu criar um mundo inteiramente seu e extremamente peculiar, que me deixou ansiosa e ansiando por cada página. Várias reflexões foram jogadas indiretamente e diretamente para mim, além de um final surpreendente e arrebatador. É muito difícil carregar um livro de quase 800 páginas e ainda assim prender o leitor desde o começo e ainda surpreende-lo no final. 

Jeliath foi o meu personagem preferido, dentro tantos. Eu sei que não vou me aprofundar, porque a resenha ficaria enorme, mas ele foi tão consistente, tão bem construído, assim como a Dabbynne e Thaidena, mesmo essas duas sendo maravilhosas e forte, foi ele que me conquistou. O autor conseguiu criar três personagens distintos, três frentes da história, mas totalmente interligados em tudo. Cada centímetro desse livro foi pensado, o que eu achei magnífico. 

Em suma, Dartana foi um livro cheio de guerras e mortes, mas extremamente rico em detalhes. Com certeza é uma das melhores fantasias nacionais e com o seu final arrebatador, fiquei ansiando demais pela continuação. Somos reais expectadores de tudo o que acontece, deixando tudo mais incrível. Eu indico esse livro para todos os fãs de uma boa fantasia e incentivadores da Literatura Nacional. 

| RESENHA #118 | MÉTRICA (SLAMMED #1), COLLEEN HOOVER

12 dezembro 2016

ISBN-10: 8501401862 
Título: Métrica (Slammed #1)
Autora: Colleen Hoover
Ano: 2013
Páginas: 304
Idioma: Português
Editora: Galera Record
Gênero: Drama, romance
Nota: 4,5/5
Sinopse: O romance de estreia de Colleen Hoover, autora best seller do New York Times, apresenta uma família devastada por uma morte repentina. Após a perda inesperada do pai, Layken, de 18 anos, é obrigada a amparar a mãe e o irmão mais novo. Por fora, ela parece resiliente e tenaz; por dentro, entretanto, está perdendo as esperanças. Um rapaz transforma tudo isso: o vizinho de 21 anos, que se identifica com a realidade de Layken e parece entendê-la como ninguém. A atração entre os dois é inevitável, mas talvez o destino não esteja pronto para aceitar esse amor. 



Métrica não foi o primeiro livro que li da querida CoHo, confesso que ao começar a leitura estava com as expectativas lá em cima e senti um pouco de medo de me frustrar com a leitura. Porém, vou adiantando: Colleen Hoover sabe realmente como destruir um coração com sua habilidosa forma de escrever e não foi diferente com este livro. 

Neste temos como protagonista principal Laken, uma jovem de dezoito anos, que está passando por uma fase turbulenta em sua vida – há seis meses repentinamente perdeu seu pai e recebeu a notícia de que junto com sua mãe e irmão se mudariam para Michigan. É óbvio que Laken – ou Lake, como sua mãe a chama – odiou a ideia desde o início. 

Tudo o que Laken queria era permanecer em sua cidade, no estado do Texas. Porém, sua perspectiva sobre a mudança muda quando sua vida e de seu vizinho, Will, esbarram-se. Charmoso, cativante e um tanto intrigante, imediatamente uma conexão forma-se entre os dois. Você já sentiu que conhecia alguém antes mesmo do momento de encontro? É exatamente isso que ocorre entre Laken e Will. Uma paixão avassaladora surge entre ambos. Logo, Laken faz de Will seu cais e vice-versa.

Inicialmente, a autora dá enfoque ao processo de luto em que Laken está passando, toda a fase até a aceitação dos fatos, e também, aos sentimentos da jovem em relação ao vizinho, sensações prazerosas de início de um romance. Porém, repetindo: CoHo sabe realmente como pisar em nossos coraçõezinhos, e é aí que enfoque muda, revertendo completamente a situação, a autora nos mostra como o destino pode ser realmente cruel e inesperado.

Com personagens bem construídos, cativantes e com estórias de vida inspiradoras, a autora, sem dúvidas, proporciona aos seus leitores bons momentos de reflexão em relação à vida. Roubando o cenário, Will, conquistou meu coração e o cargo de personagem mais queridinho devido a sua determinação e a forma em que prioriza o bem-estar de quem ama antes mesmo de si. Em relação a Laken, confesso que inicialmente a detestei, devido a forma em que se apresentou imatura diante às situações que lhe foram apresentadas, porém ao longo da narrativa foi possível perceber um grande amadurecimento da personagem e isto acabou me conectando a ela a partir de então. 

Além disso, um dos aspectos que mais me encantou, foi o fato de que através de Will, conheci a poesia slam – inclusive o motivo do título original da série. Mas explicando para vocês leitores que ainda não tiveram a honra de a conhecer, a poesia slam é uma competição em que poetas recitam suas obras originais de forma nua e crua. Me peguei desejando durante todo o livro que mais poesias fossem expostas e, a cada uma delas me senti obrigada a pausar a leitura e dar uma respirada.

Enfim, para leitores apaixonados por new adults que fogem do clichê e previsível, ''Métrica'', sem dúvidas, é um livro que eu indicaria. Com reviravoltas e situações de dor e superação a autora conseguiu de forma eficaz oferecer aos leitores intensas reflexões sobre o amor, a perda e, principalmente, o processo de superação. 

| RESENHA #117 | A BELA E O FERREIRO, TESSA DARE (SPLINDLE COVE #4)

09 dezembro 2016


Título: A Bela e o Ferreiro - Splindle Cove #4
Autora: Tessa Dare
Ano: 2014
Páginas: 144
Idioma: Português
Editora: Gutenberg
Gênero: Romance de Época
Nota: 4/5

Sinopse: Diana Highwood estava destinada a ter um casamento perfeito, digno de flores, seda, ouro e, no mínimo, com um duque ou um marquês. Isso era o que sua mãe, a Sra. Highwood, declarava, planejando toda a vida da filha com base na certeza de que ela conquistaria o coração de um nobre. Entretanto, o amor encontra Diana no local mais inesperado. Não nos bailes de debute em Londres, ou em carruagens, castelos e vales verdejantes O homem por quem ela se apaixona é forte como ferro, belo como ouro e quente como brasa. E está em uma ferraria
Envolvida em uma paixão proibida, a doce e frágil Diana está disposta a abandonar todas as suas chances de um casamento aristocrático para viver esse grande amor com Aaron Dawes e, finalmente, ter uma vida livre! Livre para fazer suas próprias escolhas e parar de viver sob a sombra dos desejos de sua mãe. Há, enfim, uma fagulha de esperança para uma vida plena e feliz. Mas serão um pobre ferreiro e sua forja o felizes para sempre de uma mulher que poderia ter qualquer coisa? Será que ambos estarão dispostos a arriscar tudo pelo amor e o desejo?


Diana é uma moça linda, delicada e gentil, aos olhos de todos em Spindle Cove ela é a garota perfeita. Sua mãe não acha diferente disto e quer que o futuro marido da filha seja alguém a altura da moça. Mas os padrões da Sra. Highwood são bem altos e ela não quer nada menos que um aristocrata rico como genro. Aaron Dawes é o ferreiro da vila, muito dedicado ao seu trabalho e as pessoas de Spindle Cove. 


Ninguém imaginaria que Diana e Aaron se apaixonariam perdidamente, muito menos que estariam dispostos a lutar por este amor, depois de quase dois anos escondendo seus sentimentos um do outro e de toda a vila.

O quarto volume da série está mais para um conto apaixonante, que acertou em cheio o coração de muitos leitores que acompanham os encantadores habitantes de Spindle Cove. A história é bem curta, confesso que me desconcertou um pouco, fiquei receosa quanto ao conteúdo da trama. Mas o desenrolar do romance entre o casal foi fascinante, apesar de bem direto. Afinal, Diana e Aaron já eram apaixonados há muito tempo, só não haviam confessado ainda.


“Desde a primeira vez em que a viu, ele ficou encantado. Aaron tinha uma fraqueza por coisas delicadas e, por Deus, Diana Highwood era tão... perfeita.”

Foi empolgante ver Diana lutar por suas vontades, deixar se levar pela mãe e pelo futuro que ela planejava para a filha. E Aaron é um daqueles personagens que a gente gosta tanto que queria bem mais que cento e quarenta e quatro páginas para conferir. A história foi rápida e fluída, Tessa Dare não erra facilmente pessoal e essa mulher tem conquistado um grande espaço no meu coração e na minha estante. Leiam a série, recomendadíssima por mim.

RESENHA PUBLICADA PELA KAREN VALENTINO.


| RESENHA #116 | GAROTA DESAPARECIDA, SOPHIE MACKENZIE

07 dezembro 2016

ISBN-10: 8576864177
Título: Garota Desaparecida
Autor: Sophie Mackenzie
Ano: 2016
Páginas: 238
Idioma: português 
Editora: Verus
Gênero: Ficção, Jovem adulto, suspense e Mistério
Nota: 2,5/5 
Livro cedido em parceria com a editora.

Sinopse: Lauren mora na Inglaterra e sempre soube que é adotada. Mas, quando uma breve pesquisa sobre o seu passado revela a possibilidade de ela ter sido roubada de uma família americana ainda bebê, a vida de Lauren de repente parece uma fraude. O que ela pode fazer para tentar encontrar os pais biológicos? E seus pais adotivos terão sido os responsáveis por sequestrá-la? Lauren convence sua família a fazer uma viagem para o outro lado do Atlântico e, lá chegando, foge para tentar descobrir a verdade. Mas as circunstâncias de seu desaparecimento são sombrias, e os sequestradores de Lauren ainda estão à solta — e dispostos a qualquer coisa para mantê-la calada.

Garota Desaparecida é um suspense young adult que foi lançado pela Verus Editora em 2016. A história é sobre Lauren, uma adolescente que sabe que é adotada, mas acha que na verdade pode ser sido roubada de outra família. A partir disso, ela começa a duvidar sobre seus pais, sobre sua própria vida e vai em busca de saber quem são os seus pais biológicos, se ela realmente foi sequestrada e roubada e se seus pais adotivos são culpados e responsáveis por isso. Lauren acaba convencendo sua família a fazer uma viagem, mas quando chega ao seu destino, ela acaba fugindo para tentar descobrir a verdade. Mas sua história vai muito além disso e ela precisa tomar cuidado.

Que decepção. Não sei nem como dizer o quão ruim foi a minha experiência com esse livro. Quando o solicitei para a editora, fiquei bem ansiosa para ler, porque a premissa me chamou muito a atenção, afinal de contas, eu amo suspenses e esse me parecia ser um dos bons. Mas o que encontrei foi uma trama mediana e um desenvolvimento fraco. 

Tudo nesse livro me irritou. Adolescentes já fazem coisas meio estúpidas na vida real, mas parece que em livros, tudo se intensifica e ganha uma proporção enorme. Eu entendo, que para uma ficção, isso talvez valha a pena, mas só  se a trama for bem construída e amarrada, além disso, que o autor se proponha a desenvolver seus personagens e a história de forma coerente. Mas em Garota Desaparecida, acabei encontrando o oposto.

Lauren é uma personagem que poderia ter sido tão bem trabalhada, ela tinha um passado, alguma coisa que aconteceu e que mudou sua vida para sempre. No entanto, a autora seguiu por um caminho tão infantilizado e bobo, que a história parecia tão "boboca" sabe? A personagem é imatura, onde já se viu, fugir para saber uma possível verdade em vez de conversar francamente com os pais adotivos? Além disso, todas as decisões de Lauren são estúpidas e mesquinhas. O que me irritou profundamente.

A história é superficial, não se aprofunda em nada. A impressão que eu tive é que a autora quis falar sobre tudo, mas acabou falando sobre nada. Não é desenvolvido nada além do plot principal, nem isso foi realmente feito de maneira boa e coerente. E eu até fiquei curiosa com a história, para saber se as suspeitas da protagonista eram reais, mas o desenvolvimento foi tão fraco, que perdi a graça no meio do livro.

Garota Desaparecida não cumpre em nada do que prometeu. Eu não sei o que acontece com esses autores que se proponham em escrever uma história e não se esforçam para entregar algo bom e isso é o que pareceu que Sophie Mackenzie fez com esse livro. A temática do "Quem sou eu?" da redação da Escola, junto com a questão da adoção da Lauren, poderiam fazer um link maravilhoso, mas não foi isso o que aconteceu.

Costumo dizer que cada um tem uma experiência literária, então pode ser que outras pessoas gostem, que você caro leitor desse blog, goste também. Mas um conselho que eu dou é: leia despretensiosamente e sem muitas expectativas, assim não irá se decepcionar como eu. 

| RESENHA #115 | PERDÃO, LEONARD PEACOCK

05 dezembro 2016

ISBN-10: 8580573955 
Título: Perdão, Leonard Peacock
Autor: Matthew Quick 
Ano: 2013
Páginas: 224
Idioma: Português
Editora: Intrínseca
Gênero: Drama
Nota: 4/5
Sinopse: Hoje é o aniversário de Leonard Peacock. Também é o dia em que ele saiu de casa com uma arma na mochila. Porque é hoje que ele vai matar o ex-melhor amigo e depois se suicidar com a P-38 que foi do avô, a pistola do Reich. Mas antes ele quer encontrar e se despedir das quatro pessoas mais importantes de sua vida: Walt, o vizinho obcecado por filmes de Humphrey Bogart; Baback, que estuda na mesma escola que ele e é um virtuose do violino; Lauren, a garota cristã de quem ele gosta, e Herr Silverman, o professor que está agora ensinando à turma sobre o Holocausto. Encontro após encontro, conversando com cada uma dessas pessoas, o jovem ao poucos revela seus segredos, mas o relógio não para: até o fim do dia Leonard estará morto. 


Perdão, Leonard Peacock foi quem me permitiu um primeiro contato com o autor Matthew Quick. E, eu não poderia ter escolhido melhor, a obra despertou em mim um grande interesse em mergulhar em outras obras de sua autoria. 

Narrado em primeira pessoa por Leonard Peacock, um jovem extremamente depressivo e solitário, podemos ter uma visão ampla e clara de suas vivências, assim, sentindo tudo de forma tão intensa quanto o protagonista. Devo dizer que emoções não me faltaram ao longo da leitura, eu chorei, sorri e me peguei por diversas vezes querendo o acolher como as pessoas a sua volta deveriam ter feito – principalmente sua mãe desnaturada e egoísta.

''É foi quando eu percebi que, na maioria das vezes, a verdade não importa, e quando as pessoas fazem uma ideia terrível de você, é assim que você será visto, não importa o que faça.''


A trama gira em torno do 18° aniversário de Leonard, o dia escolhido por ele para colocar fim a vida de seu ex-amigo e em seguida a sua própria vida. Porém, antes disso, ele precisa presentear quatro pessoas importantes para ele. E assim, poder partir para a casa de seu alvo – como prefere chamar o ex-amigo – portando a arma usada pelo seu avô durante a Segunda Guerra Mundial, e que agora será responsável pelo fim trágico de suas vidas.

O autor permeia entre dois momentos: os fatos ocorridos durante o grande dia, desde a sua ida à escola até o momento em que finalmente chega a janela do alvo, suas recordações que, inclusive contribuíram para a medida tão drástica que está prestes a tomar, e em um segundo momento, cartas escritas de pessoas de seu futuro como um apelo para que o mesmo não desista de si mesmo.

''Eu me sinto como se estivesse quebrado. Como se eu nunca mais pudesse me ajustar. Como se não houvesse mais lugar para mim no mundo ou algo assim. Como se eu tivesse ultrapassado o meu tempo de estadia aqui na Terra, e todo mundo estivesse constantemente tentando me dar dicas sobre isso. Como se eu devesse apenas ir embora.''


Qual o motivo que leva Leonard a desejar tanto dar fim à vida de seu ex-amigo? O que o aflige de maneira tão intensa ao ponto de planejar meticulosamente sua própria morte? São questões que desde o início permeiam pela mente dos leitores. Inicialmente tudo parece um tanto confuso, porém ao longo da estória o protagonista nos oferece as peças fundamentais para construir o quebra-cabeça que é sua infeliz história de vida. E conforme Matthew Quick faz isso, uma coisa deve-se ter em mente: seu coração será partido de maneiras inimagináveis. 

Desde o início Leonard Peacock mostrou-se um jovem negligenciado pelas pessoas a sua volta, que aos poucos foi desistindo de si mesmo e da esperança de futuramente ter melhores chances. Porém, apesar de tudo, o protagonista tem uma personalidade extremamente forte – e até um pouco excêntrica. Creio que não tenha sido fácil para o autor construir Leonard, de forma a conseguir transmitir aos leitores de forma nua e crua todas as suas emoções e motivações. E, sem dúvidas, este é um fator que me fez admirar o trabalho do autor e, principalmente o colocar como um dos meus protagonistas queridinhos.  

Além disso, temas de extrema delicadeza, como a depressão, o abandono familiar e o suicídio, foram tratados com propriedade e a sensibilidade que requerem. Pode-se dizer que é um desses livros que ao final da leitura é preciso de um tempo para absorver tudo o que o mesmo tem à nos oferecer. Concluindo, é um livro que indico para todas as pessoas que desejam ter suas almas tocadas de maneira intensa. 

''Quero dar para cada um algo que os faça se lembrar de mim.''