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Reticências.

25 setembro 2014

Eu estou bem cansada de algumas coisas, mesmo. Cansada de escutar de pessoas que nunca se deram ao trabalho (e seria um trabalho imenso, eu sei) de me conhecer, e me rotulam de "fria", ou se queixam que eu sou fechada, que me isolo... Eu não sou fria, de forma nenhuma. Mas se eu abrisse o meu coração, sufocaria muitos com a minha intensidade. Eu sinto tudo demais, mas eu nunca achei que devesse abrir isso para todos, menos ainda para quem demonstra mais interesse em julgar superficialmente, do que em compreender os meus motivos. E sabe, não acho que sempre temos de saber os motivos alheios, mas seria bom que todos lembrássemos que todos são como são, por razões próprias. Eu confesso que de uns tempos para cá, dificilmente me apego a alguém. Eu até sinto carinho, gosto, cuido, mas não com o apego doentio que eu ainda tenho, por exemplo, a coisas e pessoas que conheci em outras épocas. Muitas das que já nem devem mais lembrar que eu existo. O meu apego não impediu que elas fossem embora ou que mudassem, e eu também não pediria que elas ficassem, porque jamais me interessou prender ninguém. Quer ir? Vá. É justo.
Mas o apego me deixou saudade e tristeza, nostalgia malvada. E agora eu me policio mesmo, não quero me apegar e talvez isso esteja funcionando bem. Mas não é frieza, é sentimento demais, e medo por isso. Nada mais costuma me prender, e se torna até fácil, diante da quantidade de pessoas que se aproxima, que quer saber dos seus segredos, mas não tem o menor interesse real em quem você é. Gente que chega efusiva, e em 5 minutos te ignora. Eu sempre achei que o problema fosse comigo. Talvez seja. Mas também é com quem espera que tudo seja simples e comum, tudo que, definitivamente, eu não sou. Brinco, rio, falo bobagem, mas me sinto frustrada porque na essência, sou mais que isso, mas afasta as pessoas que têm preguiça de conversar além de bobagens. Percebi desde muito cedo, que custa caro se exercer como é, se assumir sem fazer tipo, ainda mais se em nada condiz com o que a maioria é. Eu escolhi pagar o preço: a solidão. Mas eu me acostumei, descobri como eu gosto e preciso ficar sozinha na maior parte do tempo, e quando eu sumo, eu fujo de tudo, e fico só comigo, e com o meu mundo, os sonhos, as ideias, as músicas... Fico comigo, e fico plena. Talvez ninguém esperasse por isso.
Então, é isso: não me apego fácil, não fico de grude, não sufoco ou deixo que criem expectativas quanto a mim, nem faço ou quero promessas. Mantenho-me longe para protegê-las, até. Também não espero que se apeguem a mim. Não demonstro quase nada, e ainda sinto demais o que ninguém precisa saber. Não crio muitos laços, há tempos. Porque se eu quiser ir embora como todos vão, eu também vou; sem culpas, sem traumas, sem dramas. O que eu tenho pra levar, está comigo por dentro. Possui umas coisas que eu não consigo mudar em mim. Eu me preocupo demasiadamente. Com o que aconteceu, o que vai acontecer, o que ainda nem sei se vai acontecer. Com os meus problemas, os problemas das pessoas que eu quero bem, os problemas de semi-desconhecidos que me pedem algum auxílio ou desabafam comigo, e com os problemas de pessoas que nem conheço, mas sei que existem aos milhões pelo mundo: doentes, desabrigadas, depressivas, tristes, sem lar, ou sabe-se lá mais o quê, passando fome, enquanto eu tenho uma mesa farta em casa. Parece exagero, mas nunca consegui mudar isso em mim, essa ansiedade doentia por ajudar todo mundo, e que me frustra muito quando não sei o que fazer, ou nada posso fazer. Sou paranoica. Às vezes quando me sento para comer, penso tanto nas pessoas que podem estar com fome naquele momento, que mal consigo engolir meu alimento;
Não durmo o quanto deveria. Tudo bem que não se trata de um hábito ruim, e sim de uma insônia crônica que eu poderia solucionar ou amenizar se aderisse ao uso de medicamentos fortes que eu me recuso quase sempre. O excesso de sono me consome em alguns momentos, mas alguma coisa me impede dormir. Portanto, faz parte dessa listinha. Minha cobrança comigo, com tudo que faço, é excessiva. Eu tenho trabalhado esse meu lado, preciso me perdoar mais e me deixar falhar; Meu sentimentalismo. Tudo mexe absurdamente comigo, tenho uma sensibilidade acima da média. Não me bastava apenas me colocar no lugar de quem sofre, em alguns casos, eu canalizo isso, fico fisicamente doente, como se minha energia baixasse por conta do sofrimento de quem me rodeia; Minha quase aversão a me alimentar. Ou seria uma excessiva falta de apetite, acho. Eu gosto de determinados alimentos, mas eu tenho certos rituais para comê-los (um excesso paralelo que nem sei como denominar, rs). Porém, na maior parte do tempo, nada me apetece, e eu simplesmente esqueço de me alimentar. Tenho colocado despertador para lembrar de cada refeição, para que meus pais fiquem mais tranquilos, mas como sem vontade; Excesso de tempo que passo sozinha. Talvez eu devesse me relacionar mais, mas eu cansei de deixar as pessoas se aproximarem e em seguida ter de justificar quem eu sou, minhas atitudes, porque para a maioria, se você age diferente, deve ter al;guma explicação, como se fosse pecado e tivesse de se redimir com elas; Excesso de TOC's, desde não pisar em rachaduras, olhar 3 vezes debaixo da cama, tocar objetos com a mão direita, e mesmo escovar os dentes diversas vezes, etc. Excesso de pessoas tentando me mudar, me controlar, me sufocando de alguma maneira Excesso de devaneios, sonhos. Raramente estou onde meus pés pisam; Acumulo culpas que racionalmente, sei que não me pertencem, mas por algum motivo, carrego nas costas.



Comentários
4 Comentários

4 comentários :

  1. sometimes I really want to hug you, to know your for inside. To help you. But, unfortunately, I can't do this. I don't have the right, the permission. I'm sorry, I'm failed.

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  2. Talvez quem nos leia conheça mais de nós do que muita gente por aí.

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